20 dez, 2020

Por Angela Vega

Para iniciar uma Liderança Facilitadora

Cada vez mais percebo a importância de existirem líderes facilitadores. O que é ser facilitador? Aproveitando a definição proposta pela wikipedia, facilitador é alguém que ajuda um grupo de pessoas a compreender os seus objetivos comuns, auxiliando-os a planejar como alcançar estes objetivos. E o líder pode e deve desempenhar esse papel, usando processos que contribuam para criar um ambiente mais propício à convivência, harmonizando relações, e ajudando para que os resultados aconteçam.

Por que isso é importante? Entre os muitos desafios enfrentados pelas empresas no mundo todo, o engajamento dos colaboradores é um destaque porque impacta diretamente nos resultados organizacionais.

Em conversa com líderes, sobre mudanças, observo a existência de questões relacionadas às pessoas, principalmente. Como o líder pode ajudá-las nesses momentos de transição, para que o engajamento se mantenha ou aumente?

Por outro lado, também percebo que as pessoas estão sedentas de oportunidades de diálogo: de poderem se expressar e de se perceberem ouvidas.

Precisamos assumir que as reuniões são o novo locus de trabalho, não mais as salas, as mesas ou as estações e, por isso, novas condições para que o diálogo aconteça, são necessárias. Reconhecer que o espaço mudou, nos leva a considerar que não dá mais para agirmos da mesma forma que antes.

Uma das recomendações que faço é incorporar o check in no início das reuniões, a mesma prática usada pela facilitação em workshops ou encontros. Para que serve? Quando chegamos em um hotel, fazemos o check in para podermos entrar, entregando documentos que nos identificam. Da mesma forma, o check in nas reuniões nos permite “chegar”, dar entrada, afirmando a presença.

No processo de check in, além do nome, podemos adicionar uma pergunta, por exemplo, “o que eu preciso deixar lá fora para estar presente aqui?”. O objetivo dessa pergunta é permitir ao participante explicitar algo que está ocupando sua mente e que, ao ser assumido, gera tranquilidade porque a mente entende que a questão será tratada em algum outro momento. Outras perguntas que podem ser usadas: “o que estou trazendo para essa reunião?” e “qual o sentimento presente?” Em um grupo que já se conhece há algum tempo, podemos pedir: “conte algo de sua vida, que as pessoas que estão aqui não sabem”.

Pode parecer estranho e diferente. Recomendo começar e insistir com a prática. Criamos intimidade e presença. E estar presente hoje é um grande desafio.

Ao terminar a reunião, faz-se o check out. Fechando o encontro/a reunião, dizemos o nome e também podemos incorporar perguntas: “o que estou levando daqui?; “qual foi meu maior aprendizado”, entre outras que a criatividade e o momento podem trazer.

Práticas simples e pequenas que nos ajudam a dar foco são sempre bem-vindas e para termos resultados diferentes, precisamos fazer algo diferente, certo?

Se você já usa o check in/check out, compartilhe as perguntas que você usa ou usou.