20 dez, 2020

Por Angela Vega

Por que usar um roteiro?

Na semana passada, tive a oportunidade de participar de um curso de Oratória, visando melhorar a qualidade das palestras que ministro. Um dos pontos enfatizados foi o uso do roteiro como orientação no processo de preparação de uma palestra.

A tarefa proposta incluía apresentar uma palestra com 1 minuto de duração, quase um elevator pitch ou elevator speech (ou, em português, discurso de elevador), já que esses costumam ter em torno de 30 segundos. E o que é um “discurso de elevador”? O tempo entre uma parada e outra do elevador, em que a pessoa tem a possibilidade de se apresentar ou de apresentar uma ideia a alguém que pode ajudar a concretizá-la. O objetivo é envolver a pessoa que ouve para que seja conseguida uma segunda conversa. As startups também usam essa prática.

Na minha experiência, ao preparar a palestra de 1 minuto, foi marcante a diferença entre ter e não ter o roteiro. Eu estava acostumada a fazer palestras sem necessariamente ter um roteiro. Preparava os slides e usava principalmente a inspiração e a improvisação ao apresentá-los. Observei que, na ausência do roteiro, o controle do tempo fica difícil e não necessariamente conseguimos passar toda a mensagem desejada. Quanto menor o tempo disponível, maior a necessidade do roteiro para esquematizar os assuntos e as falas. Alguém pode perguntar se não ficamos “engessados” com essa prática. Lembro da frase do poeta Renato Russo que afirma que disciplina é liberdade. Se formos disciplinados, usando o roteiro; estaremos livres para desenvolver o conteúdo e conseguir o resultado esperado.

A existência de um roteiro por escrito permite que as adaptações sejam feitas de forma mais fluida, por tornar possível uma visão do conjunto do discurso/palestra. Além disso, é possível avaliar se a mensagem está adequada ao seu receptor e se pode ser racionalizada, demonstrando respeito ao tempo do ouvinte.

Podemos extrapolar essa vivência em relação ao roteiro, para reforçar a importância do planejamento. Quanto mais curto é o tempo para realizar algo, mais necessária será a definição e a programação das atividades para que possamos ser bem-sucedidos.

 

E você? Já usou ou costuma usar roteiros ao preparar suas apresentações?

 

Imagem de Holger Schué por Pixabay