29 nov, 2024

Por Maria Helena Carneiro

Um propósito: por elas e para elas.

Pausa na programação normal sobre aceleração de carreira. Vamos falar da vida real da empreendedora.

Hoje, 20/11/24,  é Dia do Empreendedorismo Feminino. E, como boa empreendedora que sou, deixei a data passar.

Como isso aconteceu?

Parei para pensar. Por que não produzi um conteúdo para dar luz a essa pauta que é tão cara para mim? E a resposta estava ali, me encarando: eu estou trabalhando dia e noite. Ou seria noite e dia?

Dou aula que termina às 23h. Tenho reunião que começa às 22h30. Saio dela cheia de ideias, pronta para produzir. Às 3h da manhã, penso em deitar, mas minha mente está a mil, fazendo conexões.

De dia, o ciclo recomeça. Planejo e executo o Black Friday. Faço contratos. Edito vídeos. Escrevo roteiros. Faço contatos no LinkedIn. Prospecto clientes. Preparo mentorias. Preencho o CRM. No meio disso, lembro que a manga na geladeira está apodrecendo e que eu deveria comê-la. Ah, e também que falta pagar o boleto do INSS.

Fico triste ao revisar as projeções de receita e perceber que estou longe de ter um 13º neste fim de ano. Assisto à aula de um dos milhões de cursos que estou fazendo. Produzo conteúdos. Elaboro apresentações. Passo maquiagem para entrar em reunião. Tento ligar os refletores novos, mas desisto, não tenho hard skills sobre equipamentos. Vou para a reunião no escuro mesmo.

Entre um compromisso e outro, tiro roupa do varal, coloco o aplicativo do Pomodoro para funcionar, produzo novamente, leio um livro, participo de reuniões, peço socorro para as colegas empreendedoras e vejo que esqueci de almoçar.


Empreender é duro.

E não me leve a mal, eu escolhi isso. Mas essa escolha vem com muitos desafios. Não sou herdeira, nem nepo baby. Para nós, empreendedoras raiz, começar é difícil. A prioridade vira pagar os planos de saúde enquanto não se decola.

Hoje, olho para minha pele branca com tons esverdeados home office e penso: Onde foi parar a Maria Helena carioca que ia à praia nos fins de semana?

Por uns instantes, sinto falta dos tempos de CLT.

Empreender é chorar sem lágrimas.

Vi hoje um post de um rapaz dizendo que chora no chuveiro. Lembrei que uma empreendedora de muito sucesso me contou que chora quase todos os dias. Eu? Não choro com lágrimas. Eu choro por dentro, sabe? Às vezes sorrindo e brincando, mas chorando por dentro.

Ninguém vê os nossos bastidores ou sente nossas dores. Estamos ali sozinhas para tomar as decisões e, no meu caso, recordo que estou sozinha para chorar também.

Logo recebo lindas mensagens de mentoreados contando sobre conquistas especiais. Meu coração se enche de alegria porque eu sei que estou no caminho certo com eles. O sucesso deles é o meu sucesso.

Isso me faz lembrar de uma amiga querida, Beth Accurso curso, empreendedora admirável que partiu prematuramente. O slogan dela era ” O seu sucesso é o que nos move.” Hoje, penso o quanto gostaria de almoçar com ela para compartilharmos nossas conquistas e planos para 2025, como fazíamos há anos.

Empreender é estar em mil lugares ao mesmo tempo.

Enquanto faço contas para ajustar o planejamento financeiro, minha irmã me manda 256 mensagens. Ela, uma idosa especial que cuida de outra idosa, nossa mãe de 90 anos, conta que os óculos dela quebraram e que terá que tirar dinheiro da pequena reserva que tem para pagar o IPTU. Penso que tenho que comprar passagem para um evento em Campinas, mas aquieto esse pensamento e lembro que preciso acalmar minha irmã. Isso é prioridade.

Reviro as gavetas. Encontro óculos antigos, aqueles maravilhosos de marca, que eu usava quando era executiva de grande empresa. Peço um motoboy correndo, puxo o último congelado que tenho na geladeira e envio para minha mãe, que anda sem apetite. Sou empreendedora da geração sanduíche. E também tenho filhas que não aparecem nesse texto, pois elas estão aproveitando o feriado do G20 em Búzios. Ah, que saudade de viajar com elas. O faturamento da mãe empreendedora não permite ainda novas viagens em família.

Volto para trabalhar. Percebo do meu lado um gato de 4 patas miando. Quer comida e eu tenho que dar o antibiótico. Paro de trabalhar. Lembro que o gato está doente e mal terminei de pagar a cirurgia da minha gatinha que morreu há 1 ano. Lembro que tenho que voltar correndo para o trabalho para pagar as contas do outro gato doente.

Empreender é aguentar o tranco.

Se tem uma coisa que eu aprendi nesse caminho, é que empreender não é sobre dinheiro fácil, glamour ou liberdade infinita. É sobre resiliência, criatividade, agilidade e, acima de tudo, coração.

Coração significa propósito. Como dizia uma querida mentora: “lembre sempre do seu porquê.”

Eu repito o mantra internamente: “Maria Helena, você é o retrato da chefe de família brasileira, que vem de família simples e cuida de 5 mulheres — 2 filhas e 2 idosas. Just keep swimming.”

Com a consciência ativada, lembro quem sou eu na fila do pão… Ou melhor, na fila das mulheres. A última mulher, claro! Mas fique tranquilo(a), querido(a) leitor(a): por aqui, a terapia está em dia e “trabalhamos incessantemente” para cuidar da saúde física, mental e espiritual.

E, assim, vou me cuidando com generosidade e celebrando as mini conquistas — porque são elas que sustentam as grandes jornadas.


Eu estou cansada. Mas também estou aqui. Viva, construindo, criando, aprendendo, ajudando pessoas e, de alguma forma, fazendo a diferença no mundo. Estou em movimento e a espiral positiva está on.

Depois de 30 anos ininterruptos de CLT, hoje tenho uma “caixa” cheia de “ferramentas fantásticas” e sou muito grata por fazer a mágica acontecer como empreendedora.


A vocês, mulheres empreendedoras, minha admiração. Se você também é empreendedora, sabe o peso e a beleza dessa jornada. Hoje, no Dia do Empreendedorismo Feminino, quero lembrar que nós estamos firmes, resistindo, mesmo quando parece faltar tanto.

E, no meio dessa caminhada, ainda temos muita coisa bonita para se celebrar.

💜 A nossa jornada importa e é única embora seja tão parecida.

Se você sente que empreender é estar em mil lugares ao mesmo tempo, mas ainda assim busca crescer e ser reconhecida, o LinkedIn pode ser o seu melhor aliado. Que tal entender como essa plataforma pode abrir portas e trazer visibilidade para o seu negócio e sua carreira?

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