07 fev, 2025

Por Gilberto Ururahy

Cresce consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, conclui estudo

Depois da pandemia, a presença de mulheres em grupos de apoio para parar de
consumir bebidas alcoólicas subiu mais de 40%, segundo os Alcoólicos Anônimos.
Uma sucessão de fatores levou ao crescimento do consumo de bebidas por mulheres
durante o isolamento social: o acúmulo de tarefas em casa – com home office e aulas
online dos filhos –, trazendo prejuízo à saúde mental e levando-as a recorrerem ao
consumo abusivo de álcool.

Segundo o Ministério da Saúde, 37 mil mulheres morreram em função de doenças
ligadas às bebidas alcoólicas. Isso corresponde a quatro mulheres por hora. Ainda de
acordo com o Ministério, o percentual de alcoolismo entre mulheres dobrou nos
últimos anos: saltou de 7,7% em 2006 para 15,2% em 2023.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2016, cerca de 6% das mulheres
consumiam álcool, percentual que pulou para quase 12%, antes mesmo da pandemia.
Segundo a OMS, em comparação com outros países, o consumo de álcool por mulheres
é maior no Brasil (cerca de 5,5 litros por mulher em 2019). Dentre as bebidas mais
consumidas estão 63% de cerveja, 33% destilados (como cachaça e vodka) e 4% vinho.
As implicações desse consumo excessivo aparecem em diversas situações: em
acidentes no trânsito, em brigas e desarmonia familiares, no prejuízo laboral e no
comprometimento financeiro.

Também em nossas clínicas, notamos que a vida atarefada das mulheres tem trazido
danos à saúde, além do consumo de álcool e suas consequências para o corpo – como a
esteatose hepática, cirrose e outras complicações para o fígado. Notamos o
agravamento da saúde das mulheres em decorrência do estresse. Se antes o infarto do
miocárdio era mais raro em mulheres, hoje a incidência se equipara aos homens. O
câncer de mama, que era mais comum após a menopausa, já se identifica com
facilidade em mulheres com menos de 35 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de
Cardiologia, hoje o AVC e o infarto do miocárdio matam ou incapacitam as mulheres
duas vezes mais que todos os cânceres femininos reunidos.

Nossa metodologia de trabalho é guiada pelo conceito de que cada pessoa é única:
corpo e mente. Quando a paciente entra em contato com as clínicas para agendar o seu
check-up, ela recebe um questionário preliminar que possibilita uma avaliação inicial
de seu histórico familiar, estilo de vida, risco coronariano, níveis de estresse emocional,
ansiedade, depressão e alcoolismo. Quando o cliente chega à clínica, já temos uma
noção concreta do seu histórico de saúde.

Uma vez na clínica, a cliente passa por diversas avaliações: clínica geral, cardiológica
em repouso e em esforço, oftalmológica, pneumológica, avaliação do sono e
predisposição à síndrome de apneia do sono, ginecológica, mastológica, dematológica
com dermatoscopia e nutricional (pós-check up). Além disso, exames complementares
também são realizados, como ultrassonografias abdominal, transvaginal e mamária,
eletrocardiograma basal, radiografias digitalizadas do tórax, prova de função
respiratória e mamografia digital, por exemplo. O check-up é complementado com
exames laboratoriais de sangue, urina e fezes.

Com os exames concluídos, na etapa do pós-check-up via telemedicina, são
desenvolvidos programas de promoção à saúde individualizados, observando fatores de
risco e o estilo de vida da cliente. O resultado é real: cerca de 800 executivas
monitoradas neste ano mostraram melhoras concretas em seus níveis de estresse e peso,
por exemplo.

A longevidade com autonomia não é um milagre. Ela é resultado de um estilo de vida
saudável, que alia exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada, sono reparador
e check-up preventivo periódico, fatores que são acessíveis a boa parte da população.

Saúde é prevenção!

Imagem: Freepik