14 mar, 2025

Por Gilberto Ururahy

Saúde intestinal: diversidade de alimentos é fundamental

Estudo publicado na revista Nature Microbiology concluiu que pessoas com uma dieta
composta por carnes, leites, frutas e vegetais podem apresentar um microbioma
intestinal equivalente ao de indivíduos vegetarianos e veganos. A pesquisa concluiu que
a exclusão completa de alguns alimentos vistos como potencialmente perigosos para a
saúde humana não é necessária para evitar doenças.

A pesquisa avaliou amostras de mais de 21 mil pessoas que vivem nos Estados Unidos,
no Reino Unido e na Itália. Esses indivíduos foram divididos em três grupos: onívoros,
vegetarianos e veganos. Os participantes informavam aos pesquisadores seus padrões
de dieta de forma recorrente. Com isso, os cientistas avaliaram o bioma intestinal
dessas pessoas e teceram relações com a alimentação adotada por eles e o
desenvolvimento de complicações de saúde.

Os cientistas prestaram atenção especial em alimentos como leite e seus derivados. A
análise da microbioma dos indivíduos que reportaram consumo de laticínios apresentou
marcadores geralmente conhecidos por promover uma melhor saúde intestinal.
Por outro lado, no caso dos onívoros, os pesquisadores observaram marcadores
biológicos associados com o consumo de carne, especialmente carne vermelha. Tais
microrganismos são reconhecidos por colaborarem para o aparecimento de alterações
da saúde. No entanto, os mesmos não foram largamente observados nas amostras de
indivíduos veganos ou vegetarianos. Tal fato é um indicativo de que esse tipo de dieta
pode promover uma melhor saúde intestinal, algo relacionado com o alto consumo de
frutas e vegetais.

No entanto, os pesquisadores não confirmam que a exclusão total de alimentos vistos
como promotores de uma má saúde intestinal, como as carnes vermelhas, é a solução.
Na pesquisa, os cientistas observaram que, no caso dos onívoros, um maior consumo
de verduras e frutas já proporcionou um microbioma intestinal mais saudável e
semelhante àquele de indivíduos veganos. Essa conclusão confirma a ideia de que seres
humanos tem intestinos facilmente adaptáveis.

A pesquisa também sugere que a exclusão completa de certos alimentos maléficos à
saúde intestinal não é uma atitude necessária, já que uma dieta balanceada com
vegetais e frutas já promove a melhoria na saúde humana. Este me parece um ponto
fundamental. Em se tratando de alimentação, radicalismos de nenhuma ordem são bem
vindos. É preciso ter bom senso para fazer as melhores escolhas, obedecendo a
recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para montar pratos
equilibrados, com todo o tipo de alimento, desde que em porções adequadas.

A alimentação equilibrada é um pilar fundamental de uma vida saudável. Combinada
com noites de sono reparador, prática de exercícios físicos, distância do cigarro e do
excesso do consumo de álcool e exames periódicos de saúde chega-se ao caminho da
longevidade com autonomia.

Saúde é prevenção!