
16 maio, 2025
Por Gilberto Ururahy
Quais são os fatores que protegem de doenças neurológicas?
Pesquisadores do Mass General Brigham (MGB), um dos principais centros médicos
dos Estados Unidos, associado à Universidade Harvard, listaram em um novo estudo (a
partir de quase 60 metanálises), 17 fatores de risco ou protetores associados aos três
distúrbios neurológicos que são a principal causa de incapacidade no mundo:
demência, AVC e depressão de início tardio.
A pesquisa trouxe um recado alentador: embora a genética seja um fator importante
para a gênese desses distúrbios, isso não significa uma sentença inescapável. Estudos e
dados epidemiológicos de credibilidade, afirmam que até 80% dos casos de AVC, 45%
de demência e 35% de depressão entre idosos estão ligados a fatores de risco
modificáveis.
Dos 17 fatores do estudo, os que protegem a saúde neurológica estão: fazer atividades
cognitivas no tempo livre, ter um propósito de vida e fazer atividade física moderada
ou alta. Dentre os fatores de risco estão: pressão alta, obesidade e sobrepeso, sintomas
de depressão, níveis elevados de glicose em jejum, colesterol total alto, doenças renais,
perda de audição, insônia ou sono em excesso, tabagismo, consumo de álcool e
estresse.
A alimentação foi considerada com efeito misto. O consumo de verduras, frutas,
legumes, peixes, laticínios e oleaginosas foi considerado benéfico tendo em vista seu
efeito protetor ao organismo. Já a ingestão excessiva de carnes vermelhas, bebidas
adoçadas, doces e sal foi associado ao aumento do risco de doenças cerebrais.
Segundo os pesquisadores, a hipertensão e a doença renal tiveram o impacto mais
significativo na incidência de AVC, demência e depressão, enquanto os exercícios
físicos e a atividade cognitiva foram atrelados a um menor risco de desenvolvê-las. No
entanto, eles ressaltam que ainda não está claro se os 17 itens da lista estão presentes na
origem dessas doenças ou se, na verdade, seriam sintomas, especialmente no que se
refere a demência e depressão de início tardio.
Há uma razão para os pesquisadores terem analisado essas doenças em conjunto.
Segundo eles, AVC, demência e depressão tardia compartilham algo em comum: a
saúde vascular. Com o passar dos anos, os pequenos vasos sanguíneos do cérebro
passam a não funcionar como deveriam, seja por obstrução ou estreitamento, o que
acaba por reduzir o fluxo de oxigênio. Isso leva às chamadas isquemias, que podem ter
consequências graves. “Tudo está bastante interconectado. Não se trata exatamente da
mesma patologia, é claro, mas há alguma sobreposição. Logo, faz sentido olhar para
isso a partir de uma perspectiva mais humana, como gostamos de dizer”, afirmou um
dos pesquisadores.
O mais importante da divulgação deste estudo é ressaltar, mais uma vez, a importância
do estilo de vida saudável para uma boa qualidade de vida e o alcance da longevidade
com autonomia.
Saúde é prevenção!