21 dez, 2020

Por Gilda Palhares

A Sessão Vai Começar – As Invisíveis

O filme “As Invisíveis” trata de um tema bastante comum aos nossos olhos que é a questão dos de moradores de rua. Neste longa os personagens são mulheres que passam o dia num abrigo onde tomam banho, fazem uma refeição e se protegem do frio. Após decisão da prefeitura, o abrigo feminino fecha as portas com apenas três meses de funcionamento. As assistentes sociais se empenham em reintegrar as sem-teto do abrigo à sociedade.

Ao sair do cinema, pensei em vários assuntos para abordar e a reflexão foi para uma área do comportamento humano denominada autoestima.

Não resta dúvida de que seres humanos que vivem em situações precárias de existência, como os moradores de rua, se tornam objeto de “desrespeito social” e de baixa autoestima.

Como também é fato que existe um consenso, tanto entre leigos como especialistas, de que a autoestima é imprescindível para uma vida emocionalmente saudável, pois a forma que nos vemos se reflete nos relacionamentos profissionais e sociais.

Se a autoestima é essencial, podemos entendê-la como:

  • a forma como nos sentimos em relação à nós mesmos;
  • o sentimento de valor pessoal;
  • o sentimento de competência pessoal.

É possível também estabelecer alguns componentes internos da autoestima que são:

  • Autoimagem – Como você se define? Quais a suas forças e fraquezas?
  • Autovalorização – Como você apresenta qualidades que podem ser apreciadas por várias pessoas.
  • Autoconfiança – Capacidade para interagir, comunicar-se e engajar-se sem temer o fracasso ou rejeição.

No filme As Invisíveis, os componentes acima mencionados são recuperados quando as assistentes sociais implementam uma estratégia para resgatar as competências e as habilidades das moradoras de rua, possibilitando a reintegração das mesmas no mercado de trabalho.

O psiquiatra e psicoterapeuta Francês Christophe André, especialista em temas relacionados gestão do stress, forças das emoções, fobias, e obsessões, meditação e autoestima no seu livro “Imparfaits, libres et heureux. Pratiques de l’estime de soi” (Imperfeito, livre e feliz. Prática da autoestima), sinaliza:

  • Seja você mesmo.
  • Aja sem medo de fracassar ou julgar.
  • Não tema com o pensamento da rejeição.
  • Discretamente encontre seu lugar entre os outros.

Em relação à última indicação, é importante salientar que o apreço exagerado a si mesmo não traz benefícios nos relacionamentos. Isso porque estas pessoas atribuem a responsabilidade pelos próprios fracassos aos outros ou às circunstâncias e não suportam críticas, razão pela qual o autor usa a palavra “discretamente”.

Até a próxima sessão!