18 dez, 2020

Por Angela Vega

Desnaturalização do Olhar

Dia Internacional da Mulher. Muitas felicitações e um longo caminho de desenvolvimento a seguir. Como mulher, como humanidade. Para todos, homens e mulheres.

O tema que escolhi para celebrar o dia é a desnaturalização do olhar. O que é isso? É refletir sobre o que vivemos no dia a dia, observando os comportamentos e atitudes (nossos e dos outros), assumidos como naturais (normais). Como falamos, ouvimos, pensamos… O que é natural? O que é normal?

Ficamos acostumados a uma forma de ver, ouvir e interagir com o mundo, que aprendemos na escola, na família, na sociedade. Ao usar o “o” como uma forma de incluir os vários gêneros, desperto minha atenção para o fato de que usamos o masculino quando nos referimos ao plural de um conjunto de pessoas, mesmo quando a maioria são mulheres. Como desperto essa atenção na fala? Quem determinou isso, no curso da história?

Segundo relatório da ONU, que pode ser consultado no link a seguir, https://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/Files/WPP2017_KeyFindings.pdf, somos em torno de 7,6 bilhões de habitantes, com uma distribuição praticamente igual entre homens e mulheres.

Assim como a questão do plural, deixamos de observar o tratamento que recebemos das pessoas que estão ao nosso redor, sejam homens ou mulheres…. Quando vi, no aeroporto, a divulgação do aplicativo Women Interruptedhttp://www.womaninterruptedapp.com/pt/, que detecta a Interrupção Masculina em conversas do dia a dia, fiz essa reflexão.

Será que os homens não são interrompidos? Também! Principalmente, se pertencerem ao espectro LGBT (lésbicasgays, bissexuais, transgêneros/transexuais e intersexuais)…

Como vivemos em uma sociedade predominantemente patriarcal, é mais provável que os comportamentos a seguir aconteçam com mulheres:ManterruptingBropriatingMansplainingGaslighting.Independentementese você é homem ou mulher, jáobservou esses comportamentos?

A medida que despertamos esse olhar, podemos nos sentir chateados, irritados, infelizes, desesperançosos… O que nos alivia é perceber que não estamos sozinhos.

O caminho de desenvolvimento do ser humano passa pela consciência, exercitada na convivência pacífica, acolhedora e empática com os outros.

“Empatia é uma compreensão respeitosa do que os outros estão experienciando. ” (Marshall Rosenberg)