17 dez, 2020

Por Dora Gurfinkel Haratz

Ser mãe é diferente de ter filhos

Dia das mães chegando e vamos nos reaproximando do deslumbramento que o tema nos causa, estando nós na condição de filhos ou/e de mães.

Verdade! Todos os dias são das mães. Agora, que é bem legal podermos curtir esse dia aproveitando a condição especial que é “a relação com”… ah isso é sim! Um brinde à pura qualidade de sentimentos e sensações.

Encantada recebo “de presente” meu passado. Um de meus filhos me envia, pela internet (tempos deliciosamente modernos…) um vídeo que simula uma entrevista de emprego para O trabalho, assim o qualifica o “entrevistador’”.

Cargo: Diretor de Operações

Dinheiro: Nenhum

Atributos: Todos, desde mobilidade total até alto nível de qualificação, passando por habilidades tanto para negociações como as inter relacionais.

Pagamento: “as conexões significativas que você fará e a sensação que te dá ao poder ajudar “seus empregadores” são incomensuráveis”, diz o responsável pelo RH.

Horário: 24 hs por dia, durante 365 dias por ano sem férias…

E por aí vai.

As reações dos “entrevistados” são as mais divertidas possíveis. Vão do horror até a mais pura incredulidade. Como alguém ousaria oferecer um “trabalho” assim? Ultrajante! Até que o “entrevistador” alerta para o fato de que inúmeras pessoas estão, neste exato momento, ocupando este cargo, para espanto geral.

“Diretora de Operações também conhecidas como Mães”.

Sorrisos, lágrimas, gratidão misturam-se ao reconhecimento. Lindo!
(vídeo original: Cardstore.com #worldstoughestjob)

Pensando na alegria imensa de poder ser filha, mãe e avó, sou levada à reflexão de que:
Ter filhos não é o mesmo que ser mãe.
Ser mãe é um exercício maravilhoso de… perda!
É estarmos preparados para outro tipo de ganho: o da felicidade pelos (ganhos) de outros (nossos filhos).
É acreditar em construir em conjunto com eles um futuro, separados e independentes de nós.
Ser mãe é também um exercício diário de diferenciação, de respeito às diferenças, do estar presente mesmo ao ausentar-se para deixar ir…
Sendo puro trabalho do feminino, a maternidade não seria necessariamente privilégio da MULHER, mas uma “condição radical” para qualquer dos gêneros.
O amor mais radical é aquele que sustenta a possibilidade da transição do estar grávida para a condição de ser mãe.
Passagem radical do Ter… para o Ser, penso.
O que me deixa assim plena de realizações.

Dito isto…

FELIZ DIA DAS MÃES A TODOS!!!!