Tecnologia: o que vem por aí?

Tecnologia: o que vem por aí?

O termo “tendência tecnológica” pode ser definido como “algo que tenha um potencial disruptivo substancial, e que está crescendo rapidamente, com capacidade para atingir pontos cruciais de mudança nos próximos anos”.

Para a consultoria Gartner, as tendências tecnológicas para os próximos 3 anos já estão bem definidas e podem ser exploradas desde agora por empresas e indivíduos, gerando oportunidades quase infinitas de crescimento em negócios. No mundo da tecnologia, quanto mais cedo um avanço em potencial é detectado, melhor ele pode ser explorado e desenvolvido.

Ao observar quais as principais tecnologias apontadas como tendências, é fácil perceber uma linha de objetivos em comum: a velocidade, praticidade e personalização. Em um mundo cada vez mais rápido, imediato e conectado, os consumidores estão cada vez mais ansiosos e exigentes, e o mercado tecnológico evolui conforme essas necessidades, buscando suprir a demanda dos consumidores.

Internet das coisas

A “internet das coisas”, ou IOT, na sigla em inglês, é definida como a habilidade de objetos comuns do dia a dia de se conectarem à internet, aumentando suas funções e usos e, até mesmo, possibilitando a realização de tarefas automatizadas à distância. Atualmente, esse conceito já está presente em uma enorme variedade de objetos e, em muitas vertentes, já se tornou comum – a tendência nesse caso está na expansão e na melhoria da capacidade desses objetos, além da possibilidade de integração entre diferentes objetos entre si e com dispositivos usados para o controle, como computadores e celulares.

Inteligência artificial

Utilizada principalmente no setor de relacionamento com cliente, a inteligência artificial é outra tecnologia que já está em uso, mas que promete um crescimento ainda maior nos próximos anos. Com a melhoria desse sistema, os atendimentos ficam cada vez melhores, mais efetivos, mais rápidos e mais humanizados, aumentando a satisfação do cliente. Além disso, ao usar a inteligência artificial para solucionar problemas de menor complexidade, é possível liberar as mentes humanas para os problemas mais complexos, diminuindo a quantidade de trabalho maçante.

Privacidade

Com sistemas e objetos cada vez mais conectados e integrados, surge uma questão ainda mais importante que a praticidade: a privacidade. A quantidade de dados sobre indivíduos que é gerada por esses sistemas é astronômica e nem todos os usuários têm conhecimento de que essas informações estão sendo recolhidas, armazenadas e utilizadas em análises e estratégias. Por um lado, esses dados são fundamentais na personalização de atendimentos e serviços, mas por outro, levanta questões e medos sobre o nível de monitoramento de todas as nossas ações, tanto online quanto offline. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está prevista para entrar em vigor em 2020 e define os direitos e deveres em relação aos dados pessoais coletados – demonstrando a importância da regulamentação desses processos.

 

 

Fontes: 8 tendências tecnológicas para 2020

As 10 principais tendências tecnológicas para 2020 –

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As 10 principais tendências tecnológicas para 2020

As 10 principais tendências tecnológicas para 2020

A consultoria Gartner listou as 10 principais tendências no setor tecnológico para que gestores as considerem em suas tomadas de decisão. Confira a lista! De acordo com a consultoria Gartner, empresa líder de pesquisa em tecnologia de informação (TI), uma tendência tecnológica pode ser definida como um potencial disruptivo substancial que está começando a sair de um estado emergente para um amplo impacto e uso; ou que está crescendo rapidamente com um alto grau de instabilidade, com capacidade para atingir pontos cruciais nos próximos cinco anos. No Gartner Symposium/ITxpo, a Gartner destacou as principais tendências de tecnologia que serão estratégicas em 2018 para a maioria das empresas, e que irão gerar oportunidades de negócios digitais até 2020 para quem atua em áreas como a de TI. Confira quais são elas:

1 – Inteligência Artificial (IA) A criação de sistemas que possam aprender, adaptar e potencialmente atuar de forma autônoma será um campo de batalha importante para fornecedores de tecnologia, pelo menos até 2020. As técnicas de Inteligência Artificial estão evoluindo rapidamente e as organizações precisarão investir significativamente em habilidades, processos e ferramentas para explorar com êxito essas técnicas e criar sistemas aprimorados da tecnologia. As áreas de investimento podem incluir a preparação de dados, integração, algoritmo e seleção de metodologia de treinamento e criação de modelos. Para isso, vários profissionais, incluindo cientistas de dados, desenvolvedores e donos de processos de negócios, precisam trabalhar juntos.

2 – Aplicativos Inteligentes e Analytics Ao longo dos próximos anos, praticamente todos os aplicativos e serviços terão algum nível de Inteligência Artificial. Por meio da analytics aumentada (augmented analytics), uma área de crescimento particularmente estratégica que utiliza o aprendizado de máquina para automatizar a preparação de dados, a descoberta de insights e a troca de informações para uma ampla gama de usuários empresariais, trabalhadores operacionais e cientistas de dados tende a se intensificar. A Inteligência Artificial tornou-se o próximo grande campo de batalha em uma ampla gama de mercados de software e serviços, incluindo aspectos do planejamento de software de gestão empresarial (ERP). O software e os provedores de serviços integrados devem delinear como eles usarão a IA para adicionar valor comercial em novas versões sob a forma de analytics avançadas, processos inteligentes e experiências avançadas de usuários.

3 – Coisas Inteligentes As coisas inteligentes são coisas físicas que vão além da execução de modelos de programação rígidos para explorar a IA como forma de oferecer comportamentos avançados e interagir mais naturalmente com seus arredores e com as pessoas. A inovação está gerando avanços para novas coisas inteligentes como veículos autônomos, robôs e drones, e oferecendo capacidade aprimorada para muitas coisas existentes como a Internet de Coisas (IoT), conectada ao consumidor e a sistemas industriais.

4 – Gêmeos Digitais (Digital Twins) referem-se à representação digital de uma entidade ou sistema do mundo real. Essa tecnologia no contexto de projetos de IoT é particularmente promissora nos próximos três a cinco anos e está liderando o interesse atualmente. Gêmeos Digitais bem projetados de ativos têm o potencial de melhorar significativamente a tomada de decisões empresariais. A inovação está ligada a suas contrapartes do mundo real e é usada para entender o estado do produto ou sistema, responder a mudanças, melhorar as operações e agregar valor. As organizações implementarão a tecnologia de maneira simplificada no início, depois as desenvolverão ao longo do tempo, melhorando sua capacidade de coletar e visualizar os dados certos, aplicar analytics e regras corretas e responder efetivamente aos objetivos comerciais.

5 – Arquitetura de segurança adaptativa No final de 2018, 20% dos edifícios inteligentes terão sofrido algum “vandalismo” digital. A complexidade do mundo digital e o surgimento da economia algorítmica, combinados com a indústria do cyber crime, aumentam significativamente as ameaças. Isso exigirá das empresas uma forte estratégia de segurança com medidas para prevenir, detectar e responder aos ataques. Aplicações de autoproteção, bem como analytics para o comportamento de usuários e entidades, irão ajudar a cumprir a arquitetura de segurança adaptativa.

6 – Plataformas conversacionais As plataformas conversacionais impulsionarão a próxima grande mudança de paradigma na forma como os seres humanos interagem com o mundo digital. O dever de traduzir a intenção muda do usuário para o computador. A plataforma pega uma pergunta ou comando do usuário e depois responde executando algumas funções, apresentando alguns conteúdos ou solicitando uma entrada adicional. Nos próximos anos, as interfaces conversacionais se tornarão um objetivo principal de design para a interação do usuário e serão entregues em hardware dedicado, recursos de sistema operacional, plataformas e aplicativos.

7 – Experiência Imersiva Enquanto as interfaces conversacionais estão mudando a forma como as pessoas controlam o mundo digital, as realidades virtuais, aumentadas e mistas estão mudando a maneira como as pessoas percebem e interagem com o mundo digital. O mercado da realidade virtual (VR) e da realidade aumentada (AR) é atualmente jovem e fragmentado. O interesse é alto, resultando em muitas aplicações de novidades em VR que oferecem pouco valor comercial real fora do entretenimento avançado, como videogames e vídeos de 360 graus. Para gerar benefícios empresariais reais e tangíveis, as empresas devem examinar cenários específicos da vida real nos quais VR e AR possam ser aplicados para tornar os funcionários mais produtivos e aprimorar os processos de design, treinamento e visualização.

8 – Blockchain O blockchain está evoluindo de uma infraestrutura de moeda digital para uma plataforma de transformação digital. As tecnologias de Blockchain oferecem uma saída radical dos atuais mecanismos centralizados de transação e manutenção de registros e podem servir como base de negócios digitais disruptivos, tanto para empresas estabelecidas quanto para startups. Embora as propagandas exageradas sobre blockchain tenham originado no setor de serviços financeiros, o blockchain têm vários potenciais de aplicações, incluindo governo, saúde, fabricação, distribuição de mídia, verificação de identidade, registro de títulos e cadeia de suprimentos. Embora seja uma promessa de longo prazo e que, sem dúvida, criará uma disrupção, a inovação está mais à frente do que a realidade atual de blockchain e muitas das tecnologias associadas estarão ainda imaturas nos próximos dois ou três anos. 9 – Event Driven O negócio central para o digital é a ideia de que o negócio está sempre monitorado e pronto para explorar novos momentos comerciais digitais. Os eventos de negócios podem ser qualquer coisa que seja percebida digitalmente, refletindo a descoberta de condições importantes ou mudanças de condições, por exemplo, a conclusão de uma ordem de compra ou desembarque de uma aeronave. Com o uso de agentes de eventos, IoT (Internet das Coisas)Cloud Computing (computação na nuvem), blockchain, gerenciamento de dados na memória e IA (Inteligência Artificial), eventos comerciais podem ser detectados mais rapidamente e analisados com maiores detalhes. Mas a tecnologia sem mudanças culturais e da liderança não fornece o valor total do modelo conduzido por evento. O negócio digital impulsiona a necessidade de líderes de TI, planejadores e arquitetos de abraçarem o pensamento por evento.

10 – Arquitetura avançada de sistema A rede digital e as máquinas inteligentes exigem uma arquitetura de computação que as tornem viáveis para as empresas. A solução são as chamadas arquiteturas neuromórficas ultra-eficientes. Estas são alimentadas por field-programmable gate arrays (FPGAs), possibilitando maior velocidade e eficiência energética. Sistemas construídos em FPGAs funcionarão como cérebros humanos permitindo que as capacidades avançadas de aprendizado de máquina se espalhem por todos os endpoints da Internet das Coisas, tais como casas, carros, relógios de pulso e até mesmo seres humanos.

Fonte: www.manusis4.com

Seguir as melhores práticas significa fazer tudo igual

Seguir as melhores práticas significa fazer tudo igual

Quando Patty McCord saiu da chefia da área de recursos humanos da Netflix em 2012, ela foi visitar outras empresas de tecnologia do Vale do Silício para saber o que as companhias do berço da inovação dos EUA estavam fazendo de diferente na área de gestão de pessoas. “Eu comecei a me encontrar com startups e profissionais de RH, e ninguém estava fazendo nada. Estávamos no meio de um segundo ‘boom’ de empresas de tecnologia, e a única diferença é que as pessoas agora tinham cerveja no escritório”, diz.

O exemplo, para a consultora e palestrante, demonstra que a obsessão por tornar funcionários felizes entrou para as “melhores práticas” do RH – e Patty é uma forte oponente da ideia de “melhores práticas”. “Na minha experiência, isso sempre significa fazer o que todo mundo está fazendo”, afirma.

Com mais de três décadas de experiência na área de gestão de pessoas, 14 deles na Netflix, Patty lançou este ano o livro “Powerful: Building a Culture of Freedom and Responsability” (“Poderoso: Construindo uma cultura de liberdade e responsabilidade”), sem tradução no Brasil. “Por exemplo, estamos há anos usando sistemas de compensação que resultaram em diferenças salariais entre homens e mulheres, geração após geração. Talvez isso não seja exatamente uma melhor prática”, diz. Ela vem a São Paulo em novembro para uma palestra no HSM Expo.

Foi na Netflix que Patty desenvolveu, junto com o CEO Reed Hastings, um documento que explica a cultura da companhia em detalhes e defende a “transparência radical” como fundamento da gestão. Inicialmente criado para fazer parte do processo de integração de novos funcionários, a apresentação com mais de 100 slides foi compartilhada na internet na íntegra pelo próprio Hastings e lista os comportamentos que a empresa diz valorizar, promover e recompensar.

Há coisas como “ser rápido para admitir erros”, “não ser político ao discordar dos outros e ser reconhecido por ser direto”, “saber separar o que precisa ser feito agora do que pode ser melhorado depois” e “babacas brilhantes são tolerados em algumas empresas, mas aqui não, o custo para a equipe é grande demais”. Um slide explica que qualquer comportamento diferente vai resultar em pouco tempo na empresa e que o desempenho apenas “adequado” resulta em um “pacote generoso de desligamento”. A companhia “é um time, não uma família”, informa o documento.

O que ela fez de diferente, explica Patty, foi colocar no papel o que deveria ser a cultura da empresa. “Fizemos questão de não fazer uma declaração floreada do que queríamos ser”, diz. A seção sobre os comportamentos ideais foi reescrita seis vezes enquanto ela estava lá. “As empresas devem revisitar suas culturas pelo menos duas vezes por ano, e questionar: como nós dissemos que íamos operar, e conseguimos isso?”, diz. Ela alerta que é impossível manter a mesma cultura para sempre – crescer exige mudanças, e a comunicação e o compartilhamento de informações são os elementos mais impactados.

“A cultura de uma empresa são as histórias que você conta, o jeito que você se comporta, se você lidera pelos princípios que defende. Mesmo as empresas que nunca falam do assunto têm cultura, e você sabe como elas são por causa da sua reputação”, explica. Na sua opinião, são os dirigentes da empresa que precisam definir a cultura da companhia, em especial, ao dar o exemplo. Com as redes sociais e a facilidade para se obter informação sobre como é trabalhar em um lugar, isso se torna ainda mais importante.

Para Patty, uma organização só vai ser transparente se os funcionários puderem ver a transparência no dia a dia. Ela dá um exemplo do que defendia quando trabalhava na empresa de streaming: se um funcionário esperto toma uma decisão burra, o gestor precisa identificar quais informações não foram compartilhadas com ele e o que o levou àquela decisão ruim, para evitar que isso se repita no futuro. “Há empresas em que as pessoas ganham poder por esconder informações dos outros. No geral, são companhias muito lentas”, diz.

Esse é um dos principais dilemas de executivos, que ela ouve em seu trabalho como consultora – como fazer uma companhia enorme trabalhar mais rapidamente? “Eu digo que eles precisam dar uma boa e longa olhada em quantos níveis de permissão são necessários para uma ótima ideia acontecer na empresa”, conta. Ela já ouviu executivos responderem até 30. “Quão produtivas são as pessoas da sua empresa cujo trabalho é dizer não? Porque é isso que significa ‘aprovação’”, diz. Foi Patty que definiu na Netflix a política de dias ilimitados de férias e que tirou a necessidade de aprovação em certas despesas. “Se eu contrato os melhores matemáticos do mercado, preciso mesmo exigir que eles peçam autorização para gastar US$ 10 mil?”

Para a consultora, estruturas de remuneração por bônus não levam as pessoas a tomarem as melhores decisões em um contexto de transformações rápidas. Ela defende que os profissionais sejam contratado com salários mais competitivos. “Quando falamos de bônus por desempenho, estamos definindo anteriormente o que é desempenho.” Isso pode mudar em um ano, afirma ela.

Quando recebe altos executivos preocupados com um futuro transformado por mudanças rápidas, Patty costuma lembrá-los que esse já é o presente, e que a cultura organizacional será fundamental para promover essas mudanças. Algumas das empresas que mais precisam atrair pessoas que sabem trabalhar dentro dessa nova realidade também são as que têm uma cultura “hierárquica, patriarcal, cheia de regras e de exigências de permissões”. “As pessoas de quem essas companhias mais precisam não querem trabalhar nelas, e as mais resistentes a mudanças já estão lá.”

Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 16.10.2018

Para conselheiros, o RH precisa saber se reinventar.

Para conselheiros, o RH precisa saber se reinventar.

Há dois anos, o presidente da Itaúsa, Alfredo Setúbal, percebeu que as pessoas que comandavam a Duratex, uma das empresas controladas pela holding, não estavam preparadas para abraçar as mudanças necessárias no “mundo novo”. “Não era culpa delas. Mas a questão é que foram treinadas para trabalhar em um ambiente diferente. Chamei uma consultora externa para iniciar um processo urgente de cultura”. O mundo novo, segundo Setúbal, demanda empresas ágeis e que tenham um “propósito (não financeiro) capaz de atrair os melhores talentos, que hoje preferem empreender ou deixar o Brasil pela conjuntura”. “Para conseguirmos, a área de recursos humanos precisa se reinventar, ser mais prática e mostrar que a agenda de pessoas pode alavancar o negócio”, disse durante painel para convidados no Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (Conarh).

A opinião foi compartilhada por Olga Colpo, conselheira do BMG e da Copel, dizendo que a área precisa evoluir, se posicionar diferente e levar o incômodo necessário para a transformação do negócio. Ela não tirou, porém, a responsabilidade do conselho em garantir que essas demandas ganhem espaço na agenda de reuniões que costumam ser dominadas, em grande parte, pelos números do trimestre ou por questões de compliance. “Se o presidente do conselho não for alguém que preze pelas pessoas, a velocidade dessas mudanças vai ser muito menor. Já ouvi conselheiros questionarem se vale a pena investir tanto dinheiro em treinamento, perguntando como podem ver o resultado desse investimento”, diz Olga.

Transformar essa reflexão em indicadores tangíveis, como KPIs de engajamento, foi uma ação realizada por Patrick Larragoiti, presidente do conselho do Grupo SulAmérica. Ex-CEO da empresa, ele criou programas para reunir presencialmente os conselheiros e os principais executivos da SulAmérica. “É como o conselho pode entender as preocupações e a visão das pessoas da organização. Em 2018, realizamos 110 reuniões informais”, disse. O resultado, afirma, é que o conselho gasta apenas 7% do tempo discutindo o balanço e 70% falando sobre estratégia futura, o que inclui a agenda de pessoas. Entender o papel do ser humano diante das mudanças tecnológicas foi o tema deste ano do Conarh, realizado pela ABRH Brasil em São Paulo.

Fonte: Jornal Valor Econômico – 15.08.2019

 

Para ficar no emprego, jovens querem flexibilidade.

Para ficar no emprego, jovens querem flexibilidade.

O que os profissionais da geração Z, nascida a partir de 1994 e a mais nova a entrar no mercado de trabalho, procuram em um emprego não é muito diferente do que é considerado mais atraente por outras gerações: uma boa remuneração, perspectivas de carreira e um ambiente organizacional agradável. Quando questionados sobre o que fará a diferença na hora de ficar no emprego, no entanto, o que mais aparece é a flexibilidade de horários. Isso não surge com a mesma importância para nenhum outro grupo de idade.

Os dados são de um levantamento da empresa de recrutamento Talenses, feito com 3.945 profissionais de diversos níveis, idades e áreas, e que buscou identificar os principais fatores que fazem os trabalhadores escolherem uma vaga ou uma empresa.

A flexibilidade apareceu como ponto mais citado entre os mais jovens quando questionados sobre o que os faria decidir ficar em uma companhia. “Não é uma questão de atração, mas é o fator mais importante para a retenção. É uma geração que efetivamente quer equilibrar mais a relação entre vida pessoal e profissional”, diz Luiz Valente, CEO da Talenses. Em segundo lugar, empataram remuneração e clima organizacional.

A flexibilidade de horários também apareceu como elemento forte de atração para profissionais mulheres, independentemente da idade. Entre elas, 72% consideram esse um fator importante ao escolher um emprego, enquanto 57% dos homens dizem o mesmo. Ambiente organizacional, remuneração e perspectivas de carreira ainda aparecem na frente, no entanto, tanto para elas quanto para eles.

De forma geral, os elementos de atração são parecidos entre todos os grupos. Para os baby boomers, geração que hoje está mais próxima da aposentadoria, os desafios profissionais e o clima organizacional foram os mais citados. Para a geração X, nascida entre meados dos anos 1960 e a década de 1980, os fatores são os mesmos, mas se invertem na ordem de importância. Já profissionais da geração Y, nascidos entre 1980 e 1994, priorizam a remuneração e as perspectivas de carreira.

Remuneração e clima organizacional são elementos que se repetem em todos os grupos de profissionais, senão como fatores de atração, como importantes para a retenção. Segundo Valente, enquanto a remuneração costuma aparecer mais na hora da decisão por um emprego novo, é o clima organizacional que faz a diferença quando o profissional considera mudar de trabalho. “Quando o profissional recebe uma proposta e ele está olhando um conjunto de informações, um dos fatores que leva em conta é quanto ele se sente bem na organização dele hoje, o quanto admira a cultura da empresa e se o clima o motiva a ir trabalhar todo dia. Cada vez mais percebo profissionais colocando essa troca na balança”, diz.

Entre os elementos menos citados por profissionais de todos os perfis como fatores importantes na hora de decidir por um emprego estão o porte e o setor de atuação da empresa, a equipe de subordinados e o local de trabalho.

Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde

Intraempreendedorismo: uma característica em alta no mercado de trabalho

Intraempreendedorismo: uma característica em alta no mercado de trabalho

Um novo conceito tem se disseminado pelo mercado de trabalho e vem sendo cada vez mais buscado pelas companhias: o intraempreendedorismo. Trata-se da prática de empreender dentro de uma empresa, buscando soluções para problemas enfrentados no dia a dia ou novas oportunidades de negócio, de forma proativa, objetiva e inovadora. Um colaborador intraempreendedor tem o perfil de agir como o dono de um negócio, embora saiba que faça parte de uma engrenagem para o seu funcionamento.

Com visão abrangente e senso crítico, uma pessoa com esse perfil oferece soluções não só em seu departamento, mas também em outras áreas às quais não esteja necessariamente envolvido, mas perceba a possibilidade de melhoria. As características do intraempreendedor vão ao encontro das habilidades consideradas importantes pelo Fórum Econômico Mundial para o futuro, como pensamento crítico, liderança, inteligência emocional e capacidade de lidar com problemas complexos.

 Veja outras características relacionadas aos intraempreendedores:

– Enxergar a empresa como um todo – Observa a companhia como uma engrenagem, na qual todos devem cumprir com suas funções. Esse tipo de mentalidade faz com que seja necessário compreender o negócio e o segmento de forma densa, não ficando restrito apenas ao departamento ao qual está vinculado.

– Implanta projetos – Além de identificar problemas e sugerir melhorias e soluções, trata-se de um profissional proativo, capaz de implantar projetos com começo, meio e fim.

– É resiliente – Sabe que a persistência e a continuidade são fundamentais para modificar uma parte da cultura ou do processo produtivo de uma empresa. Por isso, usa de sua influência, liderança e batalha para ter suas ideias implantadas, sabendo que podem ser benéficas.

– Antecipa-se aos problemas – Tem uma visão de longo prazo, identificando oportunidades de crescimento para o mercado, para os colegas e para si próprio.

Um ambiente propício

Embora essas características sejam necessárias e valorizadas pelas empresas, o intraempreendedorismo tende a surgir apenas em ambientes propícios para tal. Empresas desorganizadas, burocráticas e sem objetivos claros limitam o pensamento empreendedor e a capacidade de inovação. Nesse contexto, é função das empresas trabalhar com algumas premissas para fomentar esse tipo de prática por parte dos colaboradores.

– Liberdade – Todo colaborador tem suas obrigações, mas é preciso que tenha liberdade para desempenhar as suas funções e para apresentar ideias que, em um primeiro momento, podem parecer distantes de uma implantação.

– Autonomia – Uma empresa na qual haja a necessidade de pedir autorização ou aprovação para qualquer tarefa, a inovação e a capacidade de empreender internamente serão tolhidas.

– Tolerância a erros – O ato de empreender pressupõe erros e acertos. Por que o intraempreendedorismo não seguiria a mesma lógica? Poucos colaboradores teriam coragem de se expor em uma companhia sem que ela seja tolerante a possíveis equívocos.

 Programas de incentivo – Iniciativas de apoio à inovação ou que fomentam a busca de soluções tendem a fazer com que os colaboradores passem a pensar e buscar soluções consideradas pouco tradicionais.

– Incentivo financeiro – Programas de Participação de Lucros e divisão de ações das empresas também são uma forma de recompensar colaboradores que foram além de seu escopo de trabalho.

 

Fonte: PUCPR