12 jan, 2024
Por Gilberto Ururahy
Demência: evitar fatores de risco previne quase 50% dos casos da doença
Obesidade e pressão alta colaboram para ocorrência de quadros de demência e outras doenças neurodegenerativas
Há um bom tempo, a ciência se dedica a estudar as causas que levam às doenças neurodegenerativas e como prevenir-se delas. Cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem da doença, de acordo com a OMS, das quais 2 milhões apenas no Brasil, com a estimativa de uma enorme subnotificação – calcula-se que apenas 20% dos casos são diagnosticados no país, segundo o Ministério da Saúde.
A tendência é que o número de casos cresça: segundo a publicação científica The Lancet Public Health, a expectativa é que as doenças como a demência tripliquem em todo o mundo – conforme conclusão do estudo Global Burden Diseases.
Para se evitar esse quadro, uma comissão de cientistas de diversas nacionalidades publicou na The Lancet uma série de fatores que podem ser decisivos para se evitar a progressão de ocorrências da doença. Tendo como base dados de nove mil brasileiros, um grupo de pesquisadores brasileiros se dedicou a estudar estes fatores de risco e concluiu que 48,2% dos casos de demência no país poderiam ser prevenidos.
Dentre os potenciais causadores de demência, destacam-se fatores que são reiteradamente apontados como de risco não apenas para demência, mas também outras doenças, como obesidade e hipertensão. De acordo com uma das autoras da análise, a pesquisadora Claudia Suemoto, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, apenas de 3 a 5% dos casos de demência têm causa genética. Em 95% das ocorrências, ela aparece em função de fatores passíveis de prevenção. Por exemplo: de acordo com os pesquisadores, a hipertensão na meia-idade está diretamente associada ao crescente risco de demência na terceira idade. Além disso, o diabetes, se não controlado, também é considerado um dos principais fatores que podem levar à demência.
Para se evitar a hipertensão, a obesidade, o diabetes e outras comorbidades que podem desencadear doenças como a demência, é fundamental praticar um estilo de vida saudável. A saber: manter o peso corporal, fazer atividades físicas regulares, alimentarse de forma saudável (com baixo consumo de gorduras, sal e açúcar), dormir noites de sono reparadoras, consumir bebida alcoólica com moderação, evitar o tabagismo e manter os exames preventivos em dia são ótimos aliados na busca pela longevidade com autonomia. Os pesquisadores ressaltam ainda a importância de se manter distante de poluição, manter uma vida social ativa, preservar a saúde mental, proteger a audição e evitar lesões cerebrais.
Saúde é prevenção!
Imagem: (Shutterstock/Reprodução)