20 dez, 2020

Por Angela Vega

Decidir, não decidir ou quando decidir: eis a questão

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” – Cora Coralina

Preparando o material para um workshop sobre tomada de decisão, fiquei pensando nas decisões que tomamos ou não, ao longo de um dia ou ao longo da nossa vida. O verbo decidir vem do latim, decidere, que quer dizer determinar, definir; formado por DE-, “fora” + CAEDERE, “cortar”. A decisão implica em “cortar fora” algumas possibilidades.

A decisão define o que virá em seguida. Podemos dizer que é como um portal. Mesmo quando não decidimos, uma decisão será tomada e talvez alguém decida por nós. Certamente já ouvimos esse argumento em tempos de eleição.

Quanto à mudança de hábitos, já li que é melhor tomar as decisões antes para evitar que, em um momento não tão propício, sejamos levadas a tomar a decisão errada.

Gretchen Rubin, autora do livro “Melhor do que antes”, que trata da formação de hábitos, descreve uma estratégia chamada Abstenção. É mais adequado que você decida, por antecipado, que vai deixar de comer doces ou deixar de beber vinho etc. antes de estar frente a frente com o fato. Na hora do almoço, durante a semana, será muito mais fácil dizer ao garçom “só como sobremesa no final de semana” do que ter que pensar, na hora, se aceita ou não a oferta, e estar sujeita a ouvir argumentos dos colegas, ponderando que “é só um docinho”… e ficar tentada a interromper a dieta.

Quanto mais decisões tomarmos antes, mais conseguiremos reforçar nossos hábitos.

Ouvi Tony Robbins dizer que é mais fácil fazer jejum do que dieta. Faz sentido. Nos dias ou períodos de jejum, só é permitido beber água ou líquidos sem açúcar. Já na dieta… Se for a de pontos, temos que decidir as combinações; se for uma dieta com restrições, precisamos lembrar tudo o que podemos ou não comer… E essa energia usada para cada tomada de decisão, consome nossa força de vontade. Ao final da tarde ou da noite, acabamos cedendo…

Da mesma forma, uma mudança em qualquer aspecto da nossa vida, começa com esse pequeno passo que envolve uma decisão… Enquanto não decidirmos, nada de novo acontecerá.

Minha última “grande” decisão foi iniciar uma pós-graduação em Filosofia e Autoconhecimento, inspirada pela frase “daqui a um ano, você vai desejar ter começado hoje”, atribuída a Karen Lumb.

E você, como anda seu poder de decisão?

 

Referência:

Melhor do que antes: o que aprendi sobre criar e abandonar hábitos. Gretchen Rubin. Ed. Fontanar, 2015.

Se quiser ler um post sobre o livro citado:

http://eduvir.com.br/novo/novos-habitos-ou-velhos-habitos/

 

Imagem: Arek Socha / Pixabay