01 nov, 2021
Por Gilberto Ururahy
Poluentes, alimentação saudável e prevenção
Órgão americano chamou atenção para o número de doenças relacionadas à má alimentação
A agência reguladora dos Estados Unidos, o FDA (Food and Drugs Administration), divulgou novas orientações acerca da indústria alimentícia americana. Segundo o órgão, há uma verdadeira epidemia de doenças relacionadas à alimentação. Por isso, recomendam a redução da quantidade de sal que os americanos consomem em restaurantes, lanchonetes e em comidas industrializadas.
O objetivo é diminuir a quantidade média de sódio ingerida por dia em 12% nos próximos dois anos e meio: dos atuais 3.400 miligramas para 3 mil miligramas de sal (pouco mais de uma colher de chá por dia). A meta é que em dez anos o consumo de sódio caia 40% e, com isso, poupe até 500 mil vidas. O excesso de consumo de sal está diretamente ligado a casos de hipertensão, ataques cardíacos, derrames cerebrais e problemas renais. Segundo o FDA, uma dieta saudável não deve conter mais do que 2.300 miligramas por dia. Trata-se de um desafio gigantesco para fabricantes de dezenas de produtos, de pães a papinhas de bebês, passando por queijos, batatas fritas, molhos para saladas e embutidos, dentre outros processados.
Mas o sal não é o único vilão na alimentação. Mais de 60% dos brasileiros consomem quantidade de açúcar superior à recomendada pelo Ministério da Saúde (10% da ingestão total de calorias diárias), e pelo menos 82% da população ultrapassa o consumo ideal de gordura saturada (7% da ingestão total de calorias diárias).
Em função desta alimentação do brasileiro – rica em poluentes, excesso de sal, de açúcar e de gorduras -, observamos em oito mil indivíduos de ambos os sexos, que foram examinados em nossas clínicas nos últimos 12 meses, o seguinte perfil de saúde: 65% têm peso corporal em excesso, 50% convivem com colesterol elevado, 35% têm esteatose hepática (fígado infiltrado por gordura), 25% são hipertensos, 20% são obesos, 12% são diabéticos. Várias dessas doenças crônicas, muitas vezes silenciosas, conduzem as pessoas para o infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e câncer. Assim, o custo para a saúde do indivíduo, para as operadoras de saúde e para a saúde pública, será intangível. Todos perdem muito.
Há décadas, nós na MedRio Check-up defendemos a importância de uma alimentação saudável e diversificada, com mais frutas, legumes, grãos e proteínas e menos carboidratos de alto índice glicêmico. Outro elemento indispensável para o corpo é a água, que responde por 60% a 70% do peso de um adulto. Uma alimentação saudável leva em conta não só o tipo de alimento consumido, como também o tempo entre uma refeição e outra. Coma de três em três horas, fazendo lanches intermediários, antes do almoço e antes do jantar.
A alimentação equilibrada é ingrediente fundamental na fórmula de uma vida saudável, além da prática de atividades físicas com regularidade, consumo moderado de bebidas alcoólicas, noites de sono reparadoras e manutenção do peso adequado, além da realização de exames preventivos periódicos. Saúde é prevenção!