15 mar, 2022

Por Gilberto Ururahy

A saúde masculina e disfunções sexuais

Atenção às comorbidades é fundamental na prevenção da disfunção erétil

A ereção masculina é resultado de estímulos sensoriais que acionam um sistema vascular complexo, sob controle do sistema endócrino em um ambiente psicoativo bastante relevante. O que parece uma ação mecânica simples e orgânica ao homem, no entanto, tem se tornado uma alteração para relevante percentual da população. A ausência ou má qualidade da ereção, conhecida como disfunção erétil, é uma realidade cada vez mais frequente, a ponto de ser percebida como um problema de saúde pública.

De acordo com a psiquiatra Carmita Abdo, referência em estudo de sexualidade do brasileiro e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (Prosex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a disfunção mais recorrente entre os homens, em qualquer fase da vida, é a ejaculação precoce, que chega a atingir 30% dos homens. No entanto, entre os mais velhos, a disfunção que prevalece é a falha de ereção, seja por consequência de doenças físicas ou por alterações na saúde mental. Neste caso a depressão se impõe.

A disfunção erétil pode ser resultado de hipertensão arterial, tabagismo, alcoolismo, níveis de estresse elevados, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças da próstata e depressão, por exemplo, mais comuns em homens com mais de 50 anos, podendo atingir até 50% da população masculina idosa.

A população mundial viveu nos últimos dois anos estresse súbito, intenso e duradouro. As perdas de entes queridos, de negócios, medos, incertezas e tristezas também contribuem para o quadro de disfunção sexual.

Durante a pandemia observamos, em nossas clínicas, o seguinte perfil de saúde dos clientes que se queixam de disfunção erétil:

–  Níveis de estresse elevados:  78%
–  Sedentarismo: 65%
–  Dislipidemias: 50%
–  Uso excessivo de bebidas alcoólicas: 40%
–  Insônia: 35%
–  Hipertensão arterial: 25%
–  Obesidade: 20%
–  Ansiedade: 20%
–  Depressão: 12%
–  Diabetes: 11%

Com a pandemia e as mudanças de hábitos de vida decorrentes, o perfil de saúde se alterou fortemente, o que agrava o quadro de disfunção erétil.

Por outro lado é importante salientar que em grande parcela dos casos, a impotência não é uma situação definitiva e, há soluções eficientes para combatê-la. Neste processo, exames médicos precisos podem ser valorosos aliados no enfrentamento à disfunção erétil e suas causas.

Por tudo que já se sabe da relação entre disfunção erétil e estilo de vida, é que hábitos saudáveis representam a mais fácil e segura prevenção para se garantir saúde a longo prazo: alimentar-se equilibradamente, praticar atividade física regular, evitar o tabagismo, consumir bebidas alcóolicas com moderação, ter noites de sono reparadoras e manter os exames preventivos em dia.

Saúde é prevenção!

Imagem: pexels.com