03 maio, 2022
Por Gilberto Ururahy
Diabetes, pressão alta, obesidade: a saúde dos brasileiros na pandemia
Na maioria dos casos, comorbidades pode ser evitada com um estilo de vida saudável
Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel) do Ministério da Saúde, o número de brasileiros vivendo com diabetes atingiu a impressionante marca de 15 milhões de adultos, ou seja, 9,14% da população acima de 18 anos. Isso significa um salto de 11,47% se comparado com a estatística de 2020. Em 2019, portanto antes da pandemia, o percentual de brasileiros com diabetes era ainda menor: 7,45%. O crescimento de quase 23% de cidadãos com diabetes em apenas dois anos preocupa. O diabetes provoca 6,7 milhões de óbitos no mundo, a cada ano.
Analisando os números por gêneros, o número de mulheres convivendo com diabetes (9,61% no ano passado) é superior aos homens (8,58%, também em 2021). Estima-se que essa proporção se justifique porque as mulheres se cuidam mais e, portanto, tem acompanhamento médico antes que os homens.
A pesquisa da Vigitel apontou também que, durante a pandemia, cresceu significativamente o número de brasileiros que convivem com a hipertensão (um total de 26,34%), além das ocorrências de infarto nas mulheres jovens. São também as mulheres a maioria com diagnóstico de pressão alta: 27,13% (homens são 25,41%, ambos em 2021).
Há seis anos, o número de brasileiros com sobrepeso é crescente. O percentual de adultos obesos pulou de 20,27% para 22,35%, de 2019 para 2021. É possível afirmar que uma das causas deste crescimento é o aumento de pessoas que afirmam praticar atividades físicas com regularidade: 16% dos entrevistados assumem-se sedentários (face a 13,91% de 2019). E mais: 48% dos brasileiros declaram não fazer exercícios físicos suficiente, quase metade da população adulta do país. Nossas estatísticas não diferem: 65% dos clientes examinados são sedentários, 60% estão acima do peso corporal ideal, 35% convivem com insônia, 22% são hipertensos e 11% são diabéticos. Uma verdadeira bomba relógio para a população e para o sistema público de saúde, que terá que dar conta de uma população cada vez mais adoecida.
Todas estas doenças crônicas pesquisadas pela Vigitel podem ser evitadas ou ao menos mitigadas com a adoção de um estilo de vida saudável: alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, noites de sono reparador, controle do estresse e distância de substâncias nocivas à saúde, como medicamentos indutores de sono, cigarro e bebidas alcoólicas em excesso – além de check-up periódicos.
O estilo de vida saudável é a melhor vacina. Antecipar-se e prevenir as doenças é o caminho mais seguro para a longevidade com autonomia.
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