04 nov, 2022
Por Gilberto Ururahy
Pesquisa aponta importância do sono reparador para a saúde do coração
O sono saudável não está incluído entre as diretrizes de prevenção de doenças cardiovasculares, do American College of Cardiology e da American Heart Association, embora haja consenso de que um sono reparador é considerado um dos pilares fundamentais da saúde. Os pesquisadores do estudo se dedicaram a investigar se o acréscimo do sono saudável aos testes da American Heart Association que avalia os riscos de doenças cardiovasculares era uma medida coerente na tentativa de preveni-las.
A pesquisa avaliou a duração, a eficiência e a regularidade do sono de todos os participantes, por sete dias consecutivos. Como referência, a duração de 7 a 9 horas de sono foi considerada suficiente. Os participantes que desenvolveram doenças cardiovasculares durante ou antes do exame do sono foram classificados como casos prevalentes, enquanto os pacientes que receberam diagnóstico de doenças cardiovasculares após o exame do sono foram considerados casos incidentes.
O estudo constatou que 63% dos participantes dormiam menos de sete horas e 30% dormiam menos de seis horas por dia. Cerca de 39% e 25% dos dos participantes, respectivamente, tiveram alta variabilidade de noite para noite na duração do sono, 14% apresentaram sonolência diurna excessiva e 36% mostraram sintomas de insônia elevados.
Portanto, os pesquisadores concluíram que incluir a saúde do sono na avaliação de riscos das doenças cardiovasculares poderia ajudar a prevenir com mais precisão os que poderiam vir a desenvolvê-las no futuro.
Segundo a revista científica Journal of the American College of Cardiology, uma noite reparadora de sono vai muito além de prevenir o cansaço no dia seguinte. Pesquisadores americanos constataram que a falta de um sono adequado provoca um aumento de 9% na área total da gordura abdominal e de 11% na gordura visceral, a que se localiza entre os órgãos internos do abdômen e está diretamente atrelada ao aumento no desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. Ou seja, a constatação dos cientistas aponta que um sono ruim colabora para o aumento de casos de obesidade, doenças metabólica. Ou seja, a constatação dos cientistas aponta que um sono ruim colabora para o aumento de casos de obesidade, doenças metabólicas e cardiovasculares a longo prazo.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira do Sono (ABS), 65% da população brasileira afirmava ter problemas na qualidade do sono em 2019. Nossas pesquisas nas clínicas demonstram que 35% dos pacientes examinados em nossas clínicas convivem com insônia, dos quais 23% necessitam utilizar equipamento CPAP (Pressão Aérea Positiva Contínua) após a realização da polissonografia. A má qualidade do sono acaba tendo outras implicações: 78% convivem com alto nível de estresse, 65% são sedentários, 63% tem sobrepeso e 20% são obesos.
A nova pesquisa americana publicada no Journal of American Heart Association atesta o que defendemos há muito tempo na MedRio: a importância de uma noite reparadora de sono não apenas para a saúde do coração, mas para mas para um estilo de vida saudável como um todo, combinado com alimentação correta, distância do tabagismo, dos ansiolíticos, do consumo excessivo de álcool e a inclusão na agenda de exames preventivos de rotina.
Saúde é prevenção!