13 set, 2024

Por Maria Helena Carneiro

O Etarismo caiu no CNU, o “ENEM dos concursos”

O CNU fez história nesta semana. Com 970 mil presentes entre 2,1 milhões de inscritos que disputam mais de 6 mil vagas em 21 órgãos públicos com salários de R$ 5.331 a R$ 22.921, o concurso mostrou que inclusão não parece ser apenas um discurso vazio.

Os tempos são de inovação não apenas nas empresas privadas. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos queria atrair candidatos com espírito público e com entendimento sobre realidade do Brasil. Por isso, a prova abordou desafios atuais e o etarismo teve seu espaço.

A questão que caiu na prova do CNU dizia: “Os idosos correspondem a quase 15% da população brasileira. Apesar das estatísticas de aumento da longevidade nos últimos tempos, eles ainda sofrem preconceito. (…) O tema ganhou repercussão no Brasil no início de 2023 após a divulgação de um vídeo em que estudantes de uma universidade particular debocham de uma colega de 40 anos. O tipo de discriminação social mencionado e a sua qualificação legal correspondem especificamente ao:”

A resposta certa? “Etarismo, considerado como crime no Estatuto da Pessoa Idosa”.

Sem idade máxima para os cargos, o CNU atraiu desde jovens até aqueles com mais de 80 anos – uma boa celebração da diversidade etária. Ou seria resultado da situação difícil dos nossos idosos que precisam continuar a trabalhar para seu sustento?

De forma geral, não há limite máximo de idade para prestar um concurso. Apenas naqueles em que há prova física, como na Polícia Militar, p. ex. Aqui estão os números de inscrições que mostram isso:

🧔 45-59 anos (pré-aposentadoria): 296.359 inscritos (13,8%);
👴 60-69 anos (idoso jovem/terceira idade): 22.826 inscritos (1,1%);
👵 70-79 anos (idoso): 882 inscritos (0,042%);
🧓 80 anos ou mais (idoso avançado): 21 inscritos (0,001%).

As vagas públicas estão com demanda para todas as idades. E o setor privado, continua apegado ao mito da juventude eterna.

Se você é brasileiro e ainda não sabe o que é etarismo e ele é considerado crime pelo Estatuto do Idoso, está na hora de se atualizar.

Está na hora também das empresas perceberem que experiência e maturidade são ativos valiosos, não deficiências. Que tal reconhecer que a inclusão é um verdadeiro motor da inovação?

Está na hora de deixar de lado o preconceito velado e acolher a força de trabalho que reflete a riqueza da nossa sociedade. Afinal, a experiência que essas pessoas trazem pode ser o diferencial que vocês tanto buscam.

Comente aqui como podemos combater o etarismo no mercado de trabalho.

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🎯 Foco em pessoas, saúde mental e desenvolvimentohumano.