
29 nov, 2024
Por Gilberto Ururahy
Encontro com a prevenção: câncer de próstata
Na nona edição deste ano do “Encontro com a prevenção”, que realizamos
mensalmente na Med Rio Check-up, com transmissão ao vivo pelas redes sociais,
abordamos o tema do “Câncer de Próstata”, com a participação do professor doutor
José Milfont, diretor do Instituto de Urologia do Rio de Janeiro- Urotech, Mestre em
Urologia pela UERJ, Coordenador do programa de cirurgia robótica da CSSJ e Rede
D’Or, além de ser Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e da Associação
Americana de Urologia.
Professor Milfont iniciou sua fala destacando que o câncer de próstata vem
aumentando sua incidência e o número de óbitos na população. “A mortalidade está
diretamente ligada à prevenção. Está provado nos países desenvolvidos que quanto
maior a prevenção, menor a mortalidade pela doença”, diz ele, completando que
homens vivem sete anos a menos que as mulheres. “As mulheres iniciam a prevenção
em saúde mais cedo, talvez pela menstruação”, afirmou.
Segundo ele, homens morrem por causas preveníveis, como causas cardiovasculares,
AVC, infarto e neoplasias, dentre elas, na próstata. “Cerca de dois terços dos homens
nunca fizeram o toque retal e metade dos homens nunca fez exame PSA. São exames
simples e que podem salvar vidas”, informou Milfont.
O especialista destacou que a consulta com o urologista não serve apenas para
tratamento de próstata, mas também para a prevenção de uma série de outras doenças.
“Mas os homens se acham intocáveis, tem medo de descobrir doenças, além de fatores
como machismo e preconceito, que levam os homens a não cuidarem da sua saúde”,
relatou. Isso faz com que um em cada sete homens tenham câncer de próstata, o
segundo que mais mata pacientes do gênero masculino – 15 mil casos em um ano, o
equivalente a um óbito pela doença no Brasil a cada 40 minutos (a cada oito minutos,
um novo caso é diagnosticado). “É importante ressaltar que se trata de um câncer que
pode ser prevenido e curado quando diagnosticado cedo”, ressaltou.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de 75 mil novos casos no
próximo biênio. “Ou seja, o equivalente a um Maracanã lotado de pacientes com câncer
de próstata”, comparou Milfont, que destacou que a prevenção deve começar aos 40
anos para pacientes negros ou que tenham histórico familiar (nesses casos a incidência
duplica). A idade mais comum para ocorrência da doença é entre 65 e 75 anos.
O câncer de próstata é uma mutação genética em que as células passam a se multiplicar
desordenadamente e ocupar o lugar das células saudáveis. O que causa a doença são
fatores hereditários, envelhecimento, infecção, obesidade e excesso de sal. “O que é
bom para o coração, é bom para a próstata. Ou seja: uma boa dieta, manutenção do
peso e atividade física são ótimos para prevenir câncer”, listou.
Quanto aos sintomas, Milfont explicou que eles não existem e que o melhor a fazer é
ter um estilo de vida saudável, além da realização de exames urológicos regulares,
como exame do toque, PSA e, se necessário, ressonância. O diagnóstico precoce do
câncer da próstata é fundamental para o prognóstico da doença e para o tratamento.
Como o próprio doutor Milfont defendeu, o melhor antídoto não apenas para o câncer
de próstata, mas também para todas as demais doenças, é o estilo de vida saudável e a
prática regular da prevenção: alimentação saudável, atividade física, gerenciamento
estresse e do bem-estar, sono reparador e evitar o uso de substâncias, como tabaco ou
álcool, bem como a realização de check-ups periódicos.
Estilo de vida saudável é o melhor aliado na prevenção de doenças.
Saúde é prevenção!