17 dez, 2024

Por Angela Vega

Cruzando o Portal: de 2024 para 2025

“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.” (Eclesiastes, capítulo 3, versículos 1-2)

 No ritmo anual, estamos nos aproximando do portal que separa 2024 de 2025. Também no ritmo diário, cruzamos 2 portais que podem ser representados pelo nascer do sol e pelo pôr do sol. No pôr de sol, passamos do dia para a noite e no nascer do sol, passamos da noite para o dia. Essa aproximação do final de ano desperta um chamado interior para a renovação e para uma retrospectiva.

Como foi o nosso ano? O que realizamos? Qual foi o desenvolvimento interior alcançado? Quais hábitos mudamos? Quantos encontros tivemos com amigas/os? Quantos dias nos exercitamos por semana (Segundo a OMS, adultos devem realizar pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade, por semana)? Quantos cursos fizemos? Quantos livros compramos (ou fizemos download) e quantos deles efetivamente lemos?  Quantas conversas francas tivemos com nossos parceiros? Quais lições aprendemos? Quais desapegos exercitamos?

Em uma resposta rápida, podemos ser pessimistas e assumir que 2024 foi “corrido” e que não realizamos nada…

Convido você a um olhar mais minucioso. Se você fez um planejamento para o ano, use-o como base para uma avaliação. Caso não o tenha feito, o levantamento das suas realizações pode ser feito com base em sua agenda, nos e-mails, nas mídias sociais…

Existem sites que podem nos orientar nessa reflexão. O Year Compass (traduzido seria “Bússola do Ano”) oferece um livreto por meio do qual, você pode fazer um balanço de 2024 e planejar 2025. O conceito de bússola traz dentro dele a questão da direção.

“Se você não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável.” (Sêneca)

Fechar o ano com um balanço traz energia, força e foco para planejar 2025 e iniciar bem o novo ano.

Existem pessoas que resistem a planejar, por medo de perderem sua flexibilidade e espontaneidade. Há também aquelas que têm medo de falhar e ao deixar de definir suas metas, podem “culpar” o destino, os políticos, a situação mundial, por não realizarem seus desejos. Estranhamente, há também quem tenha medo de que seus objetivos se tornem realidade.

Recomendo fazer o planejamento escrevendo à mão. Quando escrevemos há uma conexão entre mente, coração e mão, fazendo com que nosso ser inteiro se conecte e se comprometa com os objetivos desenhados. Além disso, uma pesquisa recente demonstrou que escrever à mão aumenta a conectividade cerebral.

Na minha experiência, o planejamento faz com que analisemos opções e estejamos preparados/as para imprevistos. Além disso, por muitos anos fiz o planejamento anual, definindo ações (1 ou 2) para cada dimensão da vida e, mesmo não fazendo um acompanhamento sistemático, ao fazer uma revisão no final do ano, pude perceber que várias ações foram realizadas e desenvolvimentos alcançados. O que não invalida a importância do acompanhamento, para aumentar a probabilidade de alcançar os objetivos.

Por onde começar o planejamento? Ter uma visão sistematizada das dimensões da nossa vida ajuda a distribuir as ações, para que todas sejam atendidas. Escolhi como sugestão a versão (existem várias!) da Roda da Vida do ICI – Internacional Coaching Institute, desenhada por Rhandy di Stéfano, e que contempla as seguintes dimensões: Lazer, Financeira, Profissional, Intelectual, Emocional, Espiritual, Física, Relacionamento Íntimo, Relacionamento Social e Relacionamento Familiar.

Para obter melhores resultados, recomendo usar linguagem positiva ao escrever as ações, evitando o uso do “não”; definir prazos para as ações; e para cada dimensão, criar somente 1 a 2 ações.

Exercício para iniciar o processo de planejamento:
.O que precisa ser interrompido (o que preciso deixar ir, deixar de fazer)?
.O que precisa ser mantido?
.O que precisa ser transformado?
.O que preciso começar a fazer?

 Como reflexão sobre o tempo:
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.
Tempo de matar e tempo de curar; tempo de demolir e tempo de construir;
Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de gemer e tempo de dançar;
Tempo de atirar pedras e tempo de juntá-las; tempo de abraçar e tempo de apartar-se;
Tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora.
Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar, e tempo de falar.
Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.” (Eclesiastes, capítulo 3, versículos 1 a 8)

Para saber mais:
.Year Compass, acesse aqui
.OMS, acesse aqui
.Escrever à mão, acesse aqui
.Bíblia, acesse aqui
.Imagem: Santuário Kasuga-taisha em Nara, arquivo pessoal