
23 maio, 2025
Por Gilberto Ururahy
Professores de Harvard compartilham dicas para vida longa e saudável
A publicação Harvard Health Publishing procurou dois dos mais longevos professores
da prestigiada instituição, Marshall Wolf e Mitchell Rabkin, de 87 e 94
anos, respectivamente, para saber o que eles aprenderam com a própria rotina e nos
anos de ensino de Medicina. Wolf é professor de Medicina na Escola de Medicina de
Harvard e vice-presidente emérito para Educação Médica no Brigham and Women’s
Hospital, afiliado à universidade. Rabkin é professor de Medicina na Escola de
Medicina de Harvard e ex-presidente do Beth Israel Deaconess Medical Center,
também afiliado à instituição.
Dentre as primeiras dicas dos dois professores está a observância com relação a exames
de rotina. Não surpreende. Check-ups regulares e monitoramento frequente de
condições já instaladas são fundamentais para a qualidade de vida, especialmente na
terceira idade. Rabkin recomenda manter um controle regular sobre informações de
saúde como pressão arterial, níveis de colesterol, peso e duração do sono e
compartilhar quaisquer mudanças com seu médico.
Em seguida, a dupla destaca a importância do exercício físico na rotina. “Se não estiver
ativo, não permanecerei ativo”, explica Wolf, tentando explicar a teoria de que quanto
mais se pratica exercícios, mais se é capaz de fazê-los. Ele acredita que o
comprometimento é a chave, e diariamente dedica 30 minutos à atividade física,
usando uma combinação de pesos para treinamento de força e caminhada rápida na
esteira para o treino de cardio e resistência.
Em terceiro lugar, a dupla de professores destaca a sociabilidade como fator primordial
para o envelhecimento saudável – incluindo a redução do risco de demência. Wolf
afirma superar a dificuldade de manter laços sociais com jantares regulares com sua
esposa e outros casais de amigos três noites por semana. Às vezes, ele convida pessoas
de origens diferentes, como rabinos e jornalistas. “Não só os jantares estimulam
conversas envolventes, como frequentemente aprendo muitas coisas novas”, explica.
A prática da leitura é apontada por Wolf como o quarto elemento determinante para o
envelhecimento saudável. Ele declara ler três a quatro livros por semana,
principalmente de suspense e história. Ler o máximo possível é uma maneira prazerosa
e saudável de manter a mente ligada.
O quinto elemento apontado por Wolf e Rabkin é bastante conhecido pelos dois:
trabalhar. Ainda que o dinheiro não seja mais necessário, trabalhar oferece diversos
benefícios para a longevidade, como estímulo mental, interação social e sentido de
propósito de vida. Rabkin ainda leciona e publica artigos médicos, e acredita que
continuar a se desafiar mantém seu cérebro e corpo jovens. “Não importa o que você
faça, contanto que seja estimulante e gratificante”, diz.
Em sexto lugar, os professores de Harvard destacam a educação como elemento
primordial para uma vida longa e saudável. Wolf vive em uma comunidade de
aposentados onde frequenta aulas de nível universitário. Ele regularmente se matricula
em novos cursos que despertam seu interesse. Algumas de suas escolhas recentes foram
arte grega antiga, literatura americana e a música do compositor Stephen Sondheim.
“Cursos livres oferecem uma oportunidade de encontrar e interagir com pessoas, e elas
me inspiram a estudar e pensar, o que mantém minha mente ativa”, diz Wolf.
A quantidade de consumo de bebida alcoólica é o sétimo ponto apresentado pelos
professores. Nascidos há quase 100 anos, quando o impacto do álcool na saúde sequer
era questionado, Rabkin e Wolf afirmam terem mudado de hábito desde que tiveram
mais acesso à informação e pesquisas que mostravam os malefícios das bebidas
alcoólicas. Hoje, Rabkin se limita a consumir apenas uma dose de cerveja,
ocasionalmente.
Em oitavo lugar, os professores destacam a qualidade e a quantidade de alimentos
ingeridos. A dupla afirma optar por refeições simples, com porções cada vez menores,
tendo em vista que manter um peso saudável por ser cada vez mais difícil, à medida
que os anos passam.
A postura é o nono ponto elencado pelos professores. A “curvatura de velho” pode
ocorrer com a idade, levando a dores crônicas nas costas, pescoço e ombros e à redução
da mobilidade. Músculos fracos e inflexíveis no peito, costas e core frequentemente
contribuem para a má postura, e Rabkin evita isso com uma rotina de treino de força
com o peso do corpo e alongamento cinco dias por semana.
Wolf estima que tenha treinado mais de dois mil médicos durante sua carreira e ainda é
abordado por pessoas que procuram seus conselhos. “É bom que eu possa continuar a
oferecer algo aos outros, e isso me dá um senso de propósito”, diz ele, que coloca a
relevância de ser um mentor em décimo lugar na lista de fatores para o bom
envelhecimento.
Por fim, o hábito do sono saudável é o décimo primeiro “mandamento” de longevidade
dos professores de Harvard. Wolf afirma que o sono de qualidade se torna ainda mais
importante à medida que envelhecemos. Ele procura ter entre sete e nove horas de sono
de qualidade por noite, com um horário regular para acordar todas as manhãs.
As lições dos professores de Harvard reiteram o que defendemos continuamente com
nossos clientes, valores de um estilo de vida saudável que viabilizam a longevidade
com autonomia e independência.
Saúde é prevenção!