05 mar, 2021

Por Angela Vega

As Mulheres de sua Vida

Muito já se escreveu sobre as dificuldades e desafios que as mulheres vêm enfrentado durante a pandemia do Covid19, principalmente no exercício de vários papeis ao mesmo tempo (profissional, mãe, companheira, professora, recreadora, cuidadora, cozinheira, faxineira etc. etc.). Além dos índices crescentes de violência doméstica…

Também já se escreveu (eu inclusive) sobre a convivência da mulher com o mundo masculino: Manterrupting (“quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor”);

Bropriating (“quando, em uma reunião, um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela”);

Mansplaining (“quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a uma mulher, como se não fosse capaz de compreender, afinal, é uma mulher”); e

Gaslighting (“violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz”).

O “glass ceiling” (teto de vidro), metáfora usada para a barreira “invisível” que impede profissionais mulheres ascenderem na hierarquia das organizações está cada vez mais visível e possível de ser perfurado.

Eu quero ser uma voz diferente na celebração do Dia Internacional da Mulher, desse ano de 2021. Quero falar de reconhecimento. Quero honrar meu passado, reconhecendo que cheguei até aqui por ter recebido muito de muitas pessoas. E, dentre elas, muitas mulheres.

Começo agradecendo à minha mãe que foi meu portal. Foi pela vontade dela que pude entrar nessa existência. Ela me recebeu, me acolheu e me formou. Por meio dela, honro todas as minhas antepassadas que forjaram caminhos até a minha geração.

No contato com o mundo externo, com a escola, honro as professoras, minhas autoridades amadas, que me ensinaram o cuidado com as pessoas, o aprender a aprender e as artes manuais. Mantive contato com elas desde os 8/9 até os 30 anos…os cartões de Natal eram remetidos religiosamente…

Reconheço minha madrinha, já falecida, que me abriu um outro mundo quando me presenteou com o curso Silva Mind Control, onde aprendi os mistérios do pensamento e muitas técnicas, dentre elas a visualização criativa, que me acompanha até hoje. Minha madrinha foi meu exemplo e inspiração.

Agradeço às várias terapeutas que me acompanharam na busca de autoconhecimento e me apoiaram nos momentos mais desafiadores na minha vida. Agradeço, em especial, à Letícia Lanz (na época, o consultor Geraldo Eustáquio de Souza) que abriu meus olhos para as questões de gênero na empresa, quando eu achava que elas não existiam para mim (ou não me afetavam).

Quero também registrar minha gratidão às médicas e demais profissionais de saúde que me ajudam (ou ajudaram) na prevenção e na cura das doenças, sempre buscando a qualidade de vida.

Quero reconhecer todas as mulheres, amigas próximas ou distantes, com que pude trocar conhecimentos, carinhos, experiências e assim mutuamente nos fortalecermos.

Por fim, honro todas as mulheres, vivas ou falecidas, que coloriram minha existência, com participações maiores ou menores, porém imprescindíveis.

Convido você, a expressar seu reconhecimento pelas mulheres que passaram ou que estão presentes na sua vida. Você sabe o que elas significaram. Se estão vivas, escreva, ligue, entre em contato (com segurança!) e expresse porque elas marcaram suas vidas… Se já faleceram, ofereça uma prece, uma oração, segundo a sua tradição espiritual.

Vamos fazer nesse dia 08 de março de 2021, uma corrente de reconhecimento e de gratidão!

 

Referências:

https://www.geledes.org.br/o-machismo-tambem-mora-nos-detalhes/

http://eduvir.com.br/novo/2020/12/18/desnaturalizacao-do-olhar/

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