07 dez, 2022

Por Gilberto Ururahy

A “Síndrome de Super-Homem” e a saúde do homem contemporâneo

Falta de tempo, preconceitos e desinformação afastam os homens de um estilo de vida mais saudável

Na tentativa de dar conta de tudo, como um “Super-Homem” contemporâneo, o homem se vê assoberbado de compromissos e telas, prazos e entregas, e acabando tendo dificuldade para encontrar tempo para cuidar do que há de mais precioso: a sua saúde. Shutterstock/Reprodução

Dentre as queixas que mais ouvimos de nossos clientes na MedRio Check-up uma das mais recorrentes é a falta de tempo. Na tentativa de dar conta de tudo, como um “Super-Homem” contemporâneo, o homem se vê assoberbado de compromissos e telas, prazos e entregas, e acabando tendo dificuldade para encontrar tempo para cuidar do que há de mais precioso: a sua saúde. Na corrida contra o relógio, não tem tempo para se alimentar corretamente, não pratica esportes, dorme mal e posterga exames preventivos de rotina.

Diante desta realidade, é quase inevitável que grande parte dos executivos esteja sob estresse crônico. Segundo a Universidade de Stanford, 73% das mortes no mundo atual se relacionam com o estilo de vida pouco saudável. Além do tempo escasso, passar por exames de rotina denotaria o risco de enfrentar uma suposta fraqueza que os “Super Homens” não estão dispostos a correr. Os números confirmam essa afirmativa. Pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com 800 homens mostrou que metade dos entrevistados nunca tinha feito uma consulta com um urologista, 58% nunca realizaram exames para rastrear o câncer de próstata e 38% nunca fizeram exames para saber os níveis de testosterona (hormônio masculino) no sangue. Trata-se de preconceito e desinformação.

No entanto, a médio e longo prazos, o estilo de vida inadequado conduz às doenças crônicas, como obesidade, esteatose hepática, hipertensão arterial, insônia e diabetes, entre outras, responsáveis, no longo prazo por outros cenários como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e diversos tipos de cânceres, observados em indivíduos cada vez mais jovens. O check-up médico, portanto, é um poderoso aliado porque antecipa, previne e promove saúde.

O trabalho das equipes da MedRio Check-up é realizado em clínicas próprias há mais de 30 anos. Neste período, mais de 110 mil homens foram examinados. Se compararmos os níveis de estresse, má alimentação e sedentarismo desde nossa fundação, em 1990, até 2021, fica evidente como o quadro se agravou.  Com isso, os percentuais de sobrepeso, hipertensão arterial, diabetes, insônia, consumo de bebidas alcoólicas, de antidepressivos e ansiolíticos, dispararam. A pandemia ratificou e ampliou o cenário vivido pelos super-homens.

Quando o paciente entra em contato com as clínicas da MedRio para agendar o seu check-up, recebe questionários preliminares que possibilitam uma avaliação inicial de seu histórico familiar, estilo de vida, risco coronariano, níveis de estresse emocional, ansiedade, depressão e alcoolismo. Quando o cliente chega à clínica, já temos informações importantes do seu histórico de saúde. A abordagem por parte de nossa equipe médica é sempre física e emocional.

No check-up identificam-se fatores de risco para em seguida, no pós-check-up, via telemedicina, desenvolverem-se programas individualizados para corrigir eventuais alterações, levando em conta o estilo de vida de cada cliente. A boa notícia é que aqueles que aderem ao programa proposto têm excelentes respostas em seus parâmetros indicadores de saúde.

Além disso, o check-up médico também é um excelente aliado no diagnóstico precoce de doenças e na orientação para tratamentos eficazes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% dos tumores têm cura, desde que diagnosticados  precocemente. Se antes o câncer de próstata era mais comum em homens com mais de 60 anos, agora eles são diagnosticados em homens de 45 anos. O mesmo ocorre quanto o infarto do miocárdio. Se há 30 anos ele era observado em homens acima de 50 anos, hoje, ele é corrente em rapazes na faixa dos 35 anos. Isso é a resposta do organismo ao estilo de vida inadequado, consequente do alto estresse que o homem enfrenta.

Não é fácil mudar estilo de vida. Demanda determinação, força de vontade e perseverança do indivíduo. Segundo a Universidade de Harvard, 85% das pessoas têm dificuldade em enfrentar esse processo. No entanto, é preciso disciplina. Passos simples como fazer alguma atividade física regular, ter uma alimentação mais saudável (com mais proteínas e menos carboidratos), menos estimulantes (como açúcar, cigarro e café), noites de sono reparadoras e manter bom círculo de amigos são ações que contribuem enormemente a longo prazo. O estilo de vida saudável aliado à prevenção é o caminho para a longevidade com autonomia

Saúde é prevenção!

Imagem: MedRio Checkup