23 jun, 2023
Por Gilberto Ururahy
Prevenção ao alcance de todos
O serviço público de saúde é capaz de atender a população com serviços simples, porém valiosos para a saúde
Existe a impressão no inconsciente coletivo de que para se ter saúde é preciso dinheiro. Este pensamento não poderia estar mais equivocado. Os pilares essenciais para se ter um estilo de vida saudável custam pouco ou são de graça. Dúvida? Então veja: toda estação conta com frutas e legumes da temporada, com preços bastante acessíveis. Caminhar em parques ou no calçadão é de graça. O mesmo vale para uma boa noite de sono. São comportamentos que não pesam no bolso. Nas escolas de ensino básico, as cantinas devem servir produtos naturais, evitando-se produtos ultraprocessados e ricos em açúcar.
Alguém pode supor que a realização periódica de exames médicos preventivos seja dispendiosa na balança por uma vida equilibrada. Mas creio que isso é mais uma impressão errônea que se perpetua através dos tempos. Sim, o serviço público de saúde no Brasil padece de muitos problemas. A mídia não cansa de relatar o tempo de espera nas longas filas por atendimento. Mas, geralmente, esse problema recai sobre cirurgias, procedimentos mais meticulosos e tratamentos de doenças.
O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), direito garantido a qualquer cidadão brasileiro, se dá a partir de um modelo baseado na hierarquização das ações e serviços de saúde por níveis de complexidade: no primeiro, estão as Unidades Básicas ou Postos de Saúde, a “porta de entrada” ao SUS, onde são marcadas consultas e exames e realizados procedimentos menos complexos, como vacinação e e curativos; no segundo, entendido como de média complexidade, estão as Clínicas, Unidades de Pronto Atendimento e Hospitais Escolas, que dão conta de alguns procedimentos de intervenção, bem como tratamentos a casos crônicos e agudos de doenças; e no terceiro, de alta complexidade, estão os hospitais de grande porte, onde são realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida, com com custos elevados para todos.
As Unidades Básicas ou Postos de Saúde do SUS são plenamente capazes de atender os pacientes que buscam atenção às necessidades básicas, justamente aquelas que auxiliam no monitoramento da qualidade da saúde do indivíduo de todas as faixas etárias. Serviços simples, como aferir a pressão, auscultar os pulmões, fazer o acompanhamento de doenças crônicas, como o diabetes, além das ações preventivas, como a puericultura, a vacinação, pré-Natal, saúde da mulher e do homem, bem como o atendimento à idosos podem fazer muito pela longevidade da população.
Na rede privada de saúde também há serviços de prevenção a doenças e redução de riscos. O propósito desta ação é a mesma do SUS: melhorar a qualidade e a quantidade de vida da população.
Acompanhamento médico, feito com regularidade, é um importante aliado na detecção precoce de males tratáveis, como as doenças cardíacas e respiratórias, por exemplo. Além disso, é fundamental antes de se iniciar qualquer rotina de atividade, especialmente entre as pessoas com mais idade e que tem histórico familiar de doenças coronárias, hipertensão ou colesterol alto.
Os check-up médicos, para serem efetivos, precisam vir acompanhados de uma mudança de postura para a adoção de um estilo de vida saudável. É preciso complementar os exames periódicos com alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos regulares, sono de qualidade e distância do tabagismo e das bebidas alcoólicas.
Todos estes fatores combinados permitem que o indivíduo alcance a longevidade com autonomia e que tenha uma saúde sem surpresas – independente do orçamento disponível.
Saúde é prevenção!
Imagem: Shutterstock