10 ago, 2023
Por Gilberto Ururahy
Fígado: órgão vital para uma vida saudável
Complexo, frágil e essencial, o fígado se ressente do estilo de vida irregular
Liver é como os falantes de língua inglesa se referem ao fígado. A palavra tem origem no verbo to live, ou seja, viver. Isso dá a dimensão da importância do fígado na nossa sobrevivência: sem um fígado saudável não se vive. O fígado é nossa fábrica de energia! Ele trabalha dia e noite, silencioso e incansável. Dentre suas muitas funções estão a degradação de gorduras por meio da bile, produção de proteínas para manutenção da pressão sanguínea e sua coagulação, metabolização de medicamentos, armazenamento de energia e atuação como um filtro, eliminando as impurezas do sangue. Segundo o British Liver Trust, sete em cada dez pessoas têm doença hepática a desconhecem e procuram ajuda quando apresentam complicações. De acordo com a instituição, tudo indica que a doença hepática irá ocupar o primeiro lugar como causa prematura de óbito, à frente das doenças cardiovasculares.
Os riscos associados às doenças hepáticas estão nos hábitos de vida. Uma alimentação rica em açúcares, em álcool e em gorduras e atividade física insuficiente podem causar acúmulo de gordura no fígado, também conhecido como esteatose hepática. De acordo com pesquisas realizadas na França, um em cada cinco franceses sofrem da doença, que induz uma inflamação que destrói progressivamente as células hepáticas, também conhecida como fibrose. É o mesmo que acontece com o fígado em casos de consumo excessivo de álcool. Além disso, sobrepeso, diabetes, obesidade, níveis alterados de triglicérides, colesterol e hipertensão são alguns dos fatores que põem o fígado em risco.
De acordo com a Sociedade Francesa de Hepatologia, o número de casos da doença recrudesceu em todo o mundo (embora no país mais de 200 mil pessoas ainda sofram com a doença), enquanto a incidência de diabetes tipo 2 e obesidade tiveram aumento significativo. O mais perigoso é que a evolução da esteatose hepática é lenta e silenciosa ao longo dos anos, mas ela pode levar à quadros de cirrose e, em casos mais graves, ao câncer de fígado. Em muitas das ocorrências, o diagnóstico é feito tarde demais para controlar o processo e revertê-lo em cura. Os tratamentos existentes permitem que a doença se estabilize, contendo sua evolução, embora a qualidade de vida nunca mais seja a mesma, com históricos de fadiga, sono alterado, baixa concentração e consequências na vida sexual.
Nos últimos 50 anos, o óbito por doença hepática aumentou 400% em todo mundo. A estimativa é que 30 a 35% da população conviva com esteatose hepática, ou seja, excesso de gordura no fígado, doença silenciosa que pode levar ao câncer hepático e até a necessidade de transplante. Esse número se confirma também entre nossos clientes na Med Rio Check-up: cerca de 35% deles têm a doença revelada pelos exames.
Ainda que a doença já esteja instalada, o fígado é elástico e generoso: mesmo que o indivíduo consuma álcool ou alimente-se mal, a saúde hepática pode ser compensada com a prática de exercícios físicos regulares ou com a retomada da alimentação saudável. O fígado é um órgão com extraordinária capacidade de recuperação, quando as doenças hepáticas são descobertas em seu estágio inicial. Portanto, os check-ups periódicos são valiosos aliados na prevenção e controle não apenas da esteatose hepática, mas de muitas outras doenças crônicas, como a diabetes, as doenças cardiovasculares, pulmonares, neurológicas, dermatológicas, ginecológicas, oftalmológicas e cânceres.
O melhor antídoto contra as doenças é o estilo de vida saudável e a prevenção: praticar atividades físicas regularmente, controlar o peso, o diabetes, os níveis de colesterol e triglicerídeos, ter uma alimentação balanceada, não fumar, evitar o excesso de sal e de bebidas alcoólicas, gerenciar o estresse, controlar a pressão arterial e dormir bem.
Saúde é prevenção!
Imagem: Shutterstock/Reprodução