24 ago, 2023
Por Gilberto Ururahy
Enfarte entre jovens: por que o número de casos está crescendo?
Caso de filho de atleta americano serviu de alerta sobre o assunto
Há poucas semanas uma notícia chocou o mundo: o filho do astro do basquete Lebron James, de apenas 18 anos, sofreu uma parada cardíaca enquanto treinava com o time de basquete da Universidade do Sul da Califórnia. O incidente acendeu um alerta a respeito da incidência de enfarte entre jovens.
Algumas causas dos óbitos por razões evitáveis são cânceres colorretais associados à má alimentação; infecções imunopreviníveis, como hepatites, tuberculose e tétano; tumores no colo do útero, resultado da não vacinação contra o HPV, além de outras doenças diretamente relacionadas ao estilo de vida, como, sedentarismo, obesidade, diabetes sem controle, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, por exemplo.
Os casos de enfartes registrados por mês mais que dobraram no Brasil nos últimos 15 anos. De acordo com olevantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), a partir dos dados do Ministério da Saúde, a média mensalde internações decorrentes subiu quase 160% em uma década e meia – entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi10% acima da média. A mesma tendência notamos também no atendimento a nossos clientes na Med Rio Check-up:jovens com a qualidade de vida bastante deteriorada e, como consequência, a saúde comprometida.
Ainda segundo o levantamento do INC, a média mensal de internações por enfarte passou de 5.282 para 13.645 entreos homens, e de 1.930 para 4.973 entre as mulheres. Enfarte, parada cardíaca e acidente cerebral vascular, juntos,compõem a principal causa de morte em todo o mundo.
O aumento de casos entre os jovens pode estar relacionado a fatores que vão desde condições hereditárias(hipertrofi a do miocárdio) à piora nos hábitos de vida: estresse, excesso de uso de tecnologia, obesidade, alimentaçãodesequilibrada, falta de exercícios físicos, sono de má qualidade e até uso de drogas, comportamentos que podemlevar a enfartes ou paradas cardíacas prematuras.
Por tudo isto, é preciso estar atento aos fatores sobre os quais o indivíduo tem controle: respeitar as horas de sono,não levar aparelhos eletrônicos para a cama, não exceder as horas de trabalho a ponto de prejudicar a qualidade devida, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação saudável – condição ainda mais difícil entre os mais jovens.
Alimentos ultraprocessados – como fast food, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, sorvetes industrializados,balas e guloseimas, cereais açucarados, barra de cereal industrializada, bolos industrializados e misturas para bolos,sopas, molhos e temperos instantâneos, refrescos, refrigerantes, iogurtes e embutidos etc – são bastante nocivos àsaúde: metabolizados rápido demais, elevam a glicose no sangue e, como consequência, a síntese de insulina. Oresultado é um desequilíbrio no organismo que leva ao aumento das chances de diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardiovasculares.
Em junho deste ano, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou por unanimidade a decisão de proibir a venda de alimentos ultraprocessados nas escolas. Trata-se de uma medida bastante correta e que irá trazer significativos impactos à saúde das novas gerações.
Saúde é prevenção!
Imagem: Shutterstock