17 nov, 2023
Por Maria Helena Carneiro
Tendências para 2024
A minha aposta das tendências para 2024 traz o Pantone com a cor Apricot Crush. Ainda em recuperação dos efeitos da pandemia, nada melhor que trazer a positividade de uma cor quente e alegre.
2024 chega com instabilidade: na geopolítica, guerra, clima, expectativa de crescimento econômico menor, inflação e desemprego.
Mais do que nunca, temos que ter produtividade, inovação e agilidade.
Os stakeholders hoje pressionam as empresas. Um que ganhou voz foi o colaborador.
Complementando a onda em ESG, a “sustentabilidade emocional” tem que estar no centro da estratégia, para trazer o mood do realinhamento, do saudável e do bem-estar.
A pauta sobre saúde mental dos colaboradores é a bola da vez.
Para isso, devem cuidar também de quem cuida, o RH e as lideranças. O cuidado deve ir para além da performance. É importante integrar a potência individual com a organizacional, a coletiva e de resultado.
A saúde é integral. O ser humano é indivisível. Nosso cérebro não foi feito para o excesso de informações e telas. Estou competindo comigo e tendo que ultrapassar limites. Essa performance é sustentável a longo prazo?
O resultado é esgotamento psíquico. Dificuldade de concentração. Depressão é a principal causa de incapacidade laboral. Brasil é o país mais ansioso do mundo e com mais afastamentos por burnout.
Saúde mental e trabalho formam uma relação complexa séria.
Temos um caminho a percorrer na era do “Uberismo”. Como as relações de trabalho podem atender à liberdade e flexibilidade?
CEOs precisam tomar decisões rápidas e temos um gap enorme de skills. Precisamos fazer algo urgente em aprendizagem e desenvolvimento de pessoas.
IA e a tecnologia estão no centro das hard skills necessárias. Sem mão de obra, o profissional dessa área está super valorizado. Um especialista em IA pode ganhar R$ 35 mil.
Com as soft skills, precisamos do letramento em emoções, comunicação e tantas outras. Temos que ter uma jornada de consciência corporativa. Ter diversidade e inclusão, espaços seguros de diálogo.
Para que a empresa traga a sua Apricot Crush, não adianta maquiar a cultura. Dizer que o guardião da cultura é a liderança, pressionar as médias lideranças com metas arrojadas quando a alta está desconectada da base. Trata-se de uma estratégia complexa e abrangente.
Para que a marca empregadora esteja em alta, o desafio é fazer com que as pessoas desejem estar lá.
É preciso olhar para toda experiência do colaborador de forma intencional. Mas, olhe, não adianta achar que se faz “demissão afetiva” com um kit de snacks. Extensão de plano de saúde e salário extra certamente podem deixar o colaborador menos triste.
O RH é mais relevante ainda em 2024. Tem que ser consultivo e estratégico. Os desafios relacionados às pessoas são muitos. Desde a importância profunda do propósito e das relações de confiança à possibilidade de atuar para o equilíbrio saudável entre trabalho, diversão e vida pessoal.