Em Setembro de 2014 tive a oportunidade de visitar algumas empresas no Vale do Silício como a Google e a Apple, o que já teria sido por si só uma experiência inesquecível e riquíssima: ver de perto suas visões de futuro, dinamismo, os estímulos à criatividade de todo o corpo funcional e a forte valorização do capital humano “abre a cabeça” e nos faz acreditar que o impossível não existe!
Mas uma outra visita nesta região merece também destaque especial: a da DSchool, ou Design Thinking School, na Universidade de Stanford.
Idealizada pelos irmãos Tom e David Kelley a partir das constatações de que a realidade é multidisciplinar e de que a complexidade dos desafios da atualidade requer soluções mais criativas e humanas, a metodologia da Escola de Design Thinking busca soluções inovadoras para os desafios apresentados, centradas nos usuários finais e suportadas pelo tripé “desejável (pelas pessoas)-factível (tecnicamente)-viável (em termos de negócio)”.
Dentre as crenças que norteiam a Escola e a metodologia de trabalho que propõem, valem ressaltar:
• Todos somos criativos: a criatividade é como um músculo, que é fortalecido pelo esforço, prática e encorajamento;
• Todo processo inovador deve ser centrado no ser humano e desenhado para “pessoas reais”. A interação com os usuários finais é fundamental para o desenvolvimento de soluções. A genuína empatia com eles faz da observação uma profunda fonte de inspiração;
• Todo “ponto de frustração” deve ser olhado como uma oportunidade de inovação e melhorias;
• Pessoas ditas “criativas” são aquelas que fazem mais experimentos, que “dão mais chutes a gol”. Para se ter uma boa ideia, deve-se começar listando muitas ideias!
• Pequenos fracassos podem ser cruciais ao sucesso na inovação: são importantes fontes de aprendizado e parte do processo inovador;
• O medo do fracasso impede o aprendizado de novas habilidades e de se enfrentar riscos e desafios;
• A resiliência, coragem e humildade decorrentes dos fracassos saudáveis formam uma poderosa peça de educação e crescimento;
• Ideias preconcebidas devem ser sempre desafiadas e questionadas. O que trava a criatividade não é o que não se conhece, mas o que se tem certeza que conhece. Pensar como um viajante, tendo mais perguntas do que respostas é um exercício diário de quem busca o desenvolvimento criativo;
• Criatividade não é feita apenas de ideias mas de ação. A ação é vista como a melhor maneira de ganhar confiança na própria habilidade criativa. Ela acelera o aprendizado e o aprimoramento das ideias;
• Fazer protótipos de cada ideia, sem medo errar, é chave para o sucesso criativo. A experimentação leva ao desenvolvimento do processo de criatividade e tangibiliza as soluções. A prototipagem tem grande relevância na metodologia desta Escola;
• Sempre há diferentes soluções possíveis para um mesmo desafio;
• Fazer e aprimorar sempre! Não se deve permitir que o perfeccionismo desacelere esse processo!
• “Confiança Criativa” = habilidade de ter ideias + coragem de testá-las
• Contato com outras culturas, interação com outras realidades e troca de experiências ampliam o campo visual de soluções para os desafios que se apresentam;
• Ao contrário do que parece, limitações – de tempo, equipe, orçamento – são muitas vezes favorecedoras do processo criativo;
• O trabalho em equipes colaborativas, multidisciplinares, amplia consideravelmente as chances de sucesso de cada projeto, pela riqueza e variedade de conhecimentos e experiências que cada um soma ao grupo.
Saí desta visita encantada com tudo o que vi e ouvi! E também surpreendida: a Criatividade, tema que antes considerava subjetivo e um dom para poucos, é tratada ali com método, estímulos e ao alcance de todos!
Apenas um fato não me surpreende mais: ser, o Vale do Silício, o berço de tantas inovações que encantam o mundo atual.
Tive oportunidade de passar por uma capacitação nesse tema. Ele é eficaz e divertido. Aplicável para organização de um jantar até temas complexos do mundo corporativo! Você pretende explorar cada etapa? Fiquei curioso.
Oi Alexandre! Tudo bem com você? Pretendo sim! Tenho participado de vários workshops e palestras sobre o tema, o qual acho muito rico é positivo! Como você mesmo destacou, sua aplicação é ampla e com isso desperta muito o interesse em todas as áreas. Conheci o David Kelley pessoalmente e fiquei encantada com toda a bagagem de vida dele. Os livros dele são muito bons também! Em resumo, o tema é ótimo e vale o aprofundamento! Grande beijo pra você!