O festival Varilux do Cinema Francês 2018 foi realizado no Rio de Janeiro entre os dias 7 e 20 de junho. Nesse período, foi exibida uma variedade de gêneros, como drama, comédia, suspense, terror, animação, ficção científica e documentário.
Tive a oportunidade de ver vários filmes dessa mostra e escolhi o documentário A Busca do Chef Ducasse (La Quête d’Alain Ducasse), dirigido por Gilles Maistre, para conversarmos.
Através da câmera do diretor, esse documentário nos leva a uma deliciosa viagem ao redor do mundo. O filme parte da construção do mais novo empreendimento do chef Ducasse, em Versalhes (França), percorre seus 23 restaurantes em vários países, passa pela escola de culinária Ducasse Institute Philippines, em Manila (capital das Filipinas), e inclui uma visita aos seus inúmeros fornecedores internacionais, inclusive um deles no Brasil. No estado da Bahia, o chef acompanha o processo de colheita do cacau e, no Rio de Janeiro, o projeto o Refeittorio Gastromotiva, restaurante comunitário que reaproveita alimentos que seriam descartados nos supermercados. No Gastromotiva, inclusive, Ducasse cozinhou com o consagrado chefe italiano Massimo Bottura.
Nessa jornada gastronômica o meu olhar focou no seguinte tema: Liderança Transformadora. Ao longo do documentário, Alain Ducasse demonstra, através de exemplos reais, a importância de explicitar o propósito e o significado do seu trabalho, que é o de inspirar e engajar as pessoas.
Com 23 restaurantes em vários lugares do mundo, observamos nitidamente a autonomia que Ducasse dá aos seus chefs, ou seja, ele usa uma das mais importantes ferramentas motivacionais de liderança que é delegar. Na verdade, quando se delega, a responsabilidade é toda do líder. Porém, ele deverá fazer com que o colaborador que recebeu a missão se sinta responsável para assumir o compromisso.
Outra ferramenta de liderança identificada no filme é o feedback, tanto de reconhecimento como de melhoria. Ducasse utiliza o feedback de melhoria de modo produtivo, pois permite que o receptor compreenda a informação, aceite-a e altere-a para melhor.
A liderança transformadora também abrange uma visão de mundo em que toda vida é importante e que a sustentabilidade está no centro do que fazemos.
O chef nós mostra, portanto, a importância de proteger a natureza e as pessoas, e que é possível tomar decisões que reduzam os impactos negativos no ser humano, nos processos, no meio ambiente e na economia. Por isso, a gastronomia do “líder chef Alain Ducasse” é inovadora, sábia, engajada e consciente.
Enfim, conforme mencionei no início, como vi no festival vários filmes de gêneros diferentes, no próximo mês pretendo conversar sobre a questão da Percepção no contexto da comunicação.
Até mês que vem.
Interessante, a conexão das artes : gastronomia e cinema com a competência da liderança, muito relacionada ao mundo dos negócios. Touché! “ Na verdade, quando se delega, a responsabilidade é toda do líder” . Parabéns, Gilda : liderança inspiradora, propósito, Feedback , cuidado com o outro é a sustentabilidade no centro do mundo. Ou seja, seremos salvos!!
O fato real, neste caso uma prática de sucesso internacional, é a prova de que essas práticas fazem a diferença. Assusta perceber que ainda são pouco ou mal praticadas. O que será que anda faltando? Excelente texto!
Muito interessante os temas abordados : liderança, delegar e feedback . A experiencia do Chef nos mostra que é um grande desafio saber escolher e confiar numa equipe que estará usando o seu nome !!!