O equilíbrio delicado entre o coronavírus e a economia

O equilíbrio delicado entre o coronavírus e a economia

O debate não pode ser entre combater o vírus ou pensar nos empregos: temos que fazer

os dois para conseguir a maior redução de riscos.

Em recente coluna no jornal “The New York Times”, Thomas Friedman causou controversa ao afirmar que a sua maior apreensão é a forma que será adotada pelas autoridades para sairmos da situação de isolamento social para a volta ao trabalho. Friedman foi questionado sobre estar apreensivo com a economia em um momento em que todas as atenções estão voltadas para a saúde. “É preciso estar preocupado”, insistiu, alegando o temor diante de outro grande inimigo, que chamou de “as doenças do desespero” que atingirão pessoas que, da noite para o dia, perderam emprego, negócios ou todas as economias. “Teremos mais mortes por desespero do que por coronavírus. O debate não pode ser entre combater o vírus ou pensar nos empregos: temos que fazer os dois para conseguir a maior redução de riscos”, resumiu.

Friedman citou o megainvestidor americano Warren Buffett, à época da crise financeira de 2008: “Quando a maré baixa, vemos quem está de sunga e quem não está”. Para ele, a atual pandemia é como a maré recuando: desnuda todas as fraquezas, não apenas individuais, de sistemas imunológicos ou doenças pré-existentes, mas a saúde dos próprios países, se são bem governados e se tem sólidos sistemas de saúde.

Friedman listou alguns exemplos de países que estão testando caminhos para equilibrar esta equação. Uma possibilidade é testar o máximo da população e as com menor risco ou maior imunidade começam a voltar ao trabalho aos poucos, para que retomem a atividade econômica. “Não defendo salvar todo mundo ou matar a economia. Ou salvar a economia e morrer todo mundo. mas defendo sim que precisamos de uma estratégia que combine as duas coisas do melhor jeito e reduza os danos à saúde econômica e pública”, definiu o americano.

Outro modelo de enfrentamento ao vírus proposto por Friedman foi adotado por Israel, Suécia, Holanda e Dinamarca, por exemplo. Estes países estão se limitando a isolar idosos e imunodeficientes, apostando na imunização coletiva, quando um alto percentual da população contrai o vírus e cria-se imunidade.

Este é o caminho que o Brasil tende a adotar com o novo ministro da saúde, Nelson Teich. “Se existe o conceito de que tem que ter 70% da população em contato com a doença para que ela seja imune, e a vacina vai levar talvez um ano, um ano e meio… Entre 2% e 70%, se você não tem um crescimento explosivo da doença, o que não está acontecendo no Brasil, a gente talvez nem chegue nesse número antes da vacina. Isso pode levar um ano, um ano e meio. É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado. O afastamento é uma medida absolutamente natural e lógica na largada, mas não pode não estar acompanhado de um programa de saída. Isso é o que a gente vai desenhar e vai dar suporte a estados e municípios”, disse o ministro.

Nessa crise, a idade é o primeiro fator de vulnerabilidade para o indivíduo. Mais envelhecemos, mais a funcionalidade de nossos órgãos diminui. Isso é válido para todos os órgãos. Quanto à capacidade respiratória, importante para enfrentar a Covid-19, ela atinge o ápice entre 20 e 30 anos; depois, diminui, progressivamente, até os 70 anos. O segundo fator de vulnerabilidade são comorbidades, isto é, as doenças crônicas: obesidade, hipertensão arterial, diabetes, asma, câncer… que se presente no idoso, o risco de complicação se agrava.

Até termos uma vacina ou imunização do grupo, precisamos colocar as pessoas de volta ao trabalho. Cedo ou tarde seremos obrigados a retomar nossa rotina. O isolamento social no Rio de Janeiro está decretado, a princípio, até 30 de abril. As questões trazidas por Friedman podem ajudar a iluminar as melhores decisões para quando esta hora chegar.

 

Fonte: Veja Rio on-line

Imagem: A pandemia expõe forças e fraquezas não apenas dos indivíduos, mas também das economias e sociedades. Elliott Alderson by Pixabay/Reprodução

 

Capital Psicológico Positivo

Capital Psicológico Positivo

Em março de 2016, na coluna A Sessão Vai Começar, conversamos sobre o filme Perdido em Marte (The Martian). Abordei o conceito Capital Psicológico Positivo, introduzido em 2004 por Fred Luthans, pesquisador norte-americano e especialista em comportamentos organizacionais. O termo representa um estado positivo do ser humano envolvendo quatro variáveis: autoeficácia, otimismo, esperança e resiliência.

Em função do cenário mundial atual, a pandemia do Covid-19, resgatei as variáveis acima para refletir sobre seus benefícios. Para começar, relembramos o conceito de cada uma:

  • Autoeficácia confiança na própria capacidade, mobilizando recursos cognitivos para obter determinados resultados.
  • Esperança – posse de caminhos definidos para chegar aos próprios objetivos.
  • Otimismo – estilo que explica a maneira habitual como vemos as coisas que nos acontecem. O perfil atributivo otimista classifica as situações negativas como temporárias e específicas, e os bons eventos como abrangentes e estáveis.
  • Resiliência – capacidade de lidar com a adversidade e seguir em frente munido com senso de significado.

Proponho uma dinâmica a partir das quatro variáveis citadas, usando as seguintes respostas: nunca, raramente, às vezes e sempre.

O que você responderia nas afirmações abaixo?

AUTOEFICÁCIA 

  • Sou capaz de analisar um problema para encontrar uma solução.
  • Se me atribuem um trabalho que eu nunca fiz, eu acredito na minha capacidade de execução.
  • Sou capaz de atingir meus objetivos pessoais e profissionais.

OTIMISMO  

  • Sou otimista em relação ao que vai acontecer comigo no futuro. 
  • Se estiver vivendo uma situação desagradável, eu acredito que tudo vai mudar para melhor.
  • Sempre acho que todo problema tem uma solução.

 ESPERANÇA  

  • No presente momento estou com foco nos meus objetivos.
  • Tenho várias maneiras de conseguir alcançar os meus objetivos.
  • Sinto que tenho energia para cumprir as minhas metas.

RESILIÊNCIA  

  • Costumo levar as situações estressantes que ocorrem na minha vida com calma.
  • Estou sempre pronto para enfrentar as dificuldades que se apresentam.
  • Quando sou confrontado com uma situação desagradável, consigo me recuperar rapidamente.

Analise suas respostas. Qual foi a sua descoberta em relação ao variáveis informadas acima? Qual seria a afirmação que você gostaria de melhorar e como você poderia fazer isto?

A adversidade serve para que concentremos energias em nossos propósitos de forma que as circunstâncias fortaleçam nossas competências.

 

Cuidem-se e até o próximo encontro!

O Pensamento Resiliente

O Pensamento Resiliente

O estoicismo é uma escola filosófica que nasceu na Grécia Antiga, floresceu na Roma Antiga e continua tendo muito o que nos ensinar sobre calma, resiliência e estabilidade emocional.

Provavelmente o maior e, com certeza, o mais prolífico filósofo estoico foi o autor e estadista romano Sêneca, nascido em 4 d.C., na Espanha, e morto em 65 d.C., em Roma.

Para os filósofos estoicos da Roma Antiga, a maneira de encontrar calma é não insistir que coisas ruins não acontecem. Elas podem acontecer e acontecem o tempo todo. Talvez, não exatamente como as crianças imaginam, mas, muitas vezes, de um jeito parecido. Há fomes, pestes, incêndios e guerras. Há alguns animais perigosos e algumas pessoas realmente bestiais. Há doenças horríveis e há morte.

No entanto, os estoicos insistiam que, embora esses fatos sejam possíveis, eles podem ser enfrentados de uma forma muito mais forte do que somos inclinados a pensar. Podemos esmiúça-los e dominá-los  por nossa mente. Não devemos deixá-los como preocupações inexploradas e nem enfiá-los no fundo da gaveta da consciência, pois fazer isso é dar vitória a eles e permitir que nos incomodem para sempre. Nem sempre há finais felizes, como muitas histórias infantis sugerem. Mas, pode haver um conforto se olharmos para todas as nossas opções no meio da calamidade.

“Para encontrar calma”, escreveu o filósofo Sêneca, “não imagine o que provavelmente acontecerá, mas o que pode acontecer”. Em outras palavras, imagine o pior, leve suas preocupações ao limite e mapeie as perdas. Talvez, o diagnóstico não seja bonito. Mas, pode ser, de alguma forma, aceitável. Os estoicos aconselhavam imaginar os cenários mais terríveis, grandes desgraças, pobreza total, perda de um membro ou dois, e tentar analisar seus horrores de frente.

O caminho para a força anterior não era fugir da ansiedade, mas acender a luz no quarto do medo e ver o que realmente há ali. Se houvesse uma enchente, como poderíamos lidar? Se houvesse uma peste, como poderíamos gerenciar? Se recebêssemos um diagnóstico, o que faríamos em seguida? Isso é ser resiliente, que é diferente da reação de simplesmente acreditar que tudo ficará bem, até não ficar e nos vermos perdidos.

Quando estamos furiosos, paranoicos, enfraquecidos ou tristes, o estoicismo está disponível, como tem estado nos últimos dois mil anos, para nos oferecer sabedoria, força e amizade.

 

Fonte: Texto: The Book of Life

https://www.theschooloflife.com/saopaulo/blog/o-pensamento-resiliente/

 

Vamos desmistificar a empatia?

Vamos desmistificar a empatia?

Quando falamos em empatia, a primeira ideia que vem à mente é a de se colocar no lugar do outro. Apesar de, em resumo, a ideia atender o significado semântico da palavra empatia (capacidade de compreender emocionalmente a um objeto, como uma obra de arte), a habilidade de empatia é uma das menos exercitadas no dia a dia, embora seja muito buscada no mercado e em profissionais. Entenda de uma vez o que é empatia e ela pode auxiliar equipes e empresas a obterem melhores resultados.

O que é e como ter empatia?

A empatia é uma habilidade emocional (soft skill) que faz com que o indivíduo consiga compreender emocionalmente a pessoas, objetos e situações. Assim como outras competências, a empatia pode – e deve – ser exercitada. E esse exercício faz com que as relações se tornem melhores.

Como treinar a empatia?

A neurocientista e pesquisadora sobre o tema, Tati Fukamati, explica que assim como os músculos crescem à medida que nós os exercitamos, a empatia tende a aumentar quando estamos em situações que favorecem a colaboração. Alguns pontos são essenciais, porém, no desenvolvimento da empatia. Eles são: atenção plena, escuta ativa, identificação do sentimento, reconhecimento da necessidade e ação. Na prática, pessoas empáticas, quando se relacionam com outras, ouvem com atenção ao que é dito e refletem antes de falar. Outra forma prática de trabalhar a empatia é fazer perguntas que ajudem a identificar o sentimento do outro indivíduo e sua necessidade para a tomada de uma ação. Isso significa que, na resolução de um problema ou conflito, as pessoas empáticas vão na raiz da causa (o sentimento que motiva a outra parte), entendem as necessidades de cada indivíduo e tomam ações para reestabelecer o bem-estar de todos.

E como as empresas podem se beneficiar da empatia?

Se a empatia é a capacidade de criar afinidades, as empresas podem utilizar essa característica para entender, gerir e nutrir seu ecossistema e, dentro dele, suas comunidades. Parte do processo de transformação digital de muitas empresas tem, como foco, o crescimento de áreas voltadas à experiência do cliente e cultura interna. Essas áreas são guiadas por dados de sentimento (como nas redes sociais), dados de nutrição (como a taxa de retorno de um site) ou de promoção (como o NPS). Com essas informações, é possível traçar personas e desenvolver planos estratégicos para relações de longo prazo, tanto entre pessoas físicas e quanto para outras empresas.

E você, qual a sua visão sobre Empatia?

Compartilhe sua experiência com o tema.

 

Fonte: Laís Alves é Community Manager no UOL EdTech.

Coronavírus: 7 passos para um estilo de vida saudável

Coronavírus: 7 passos para um estilo de vida saudável

Pandemia reforçou a importância de se evitar fatores de risco como diabetes e hipertensão

Diante de tanta informação que a ciência já dispõe sobre a nova pandemia, uma das certezas mais relevantes se refere às comorbidades. Oito em cada dez mortos no Brasil de Covid-19 apresentam um fator de risco associado, como doenças cardíacas, respiratórias, diabetes ou hipertensão. Fumantes também estão no grupo de risco, já que, de maneira geral, têm doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite crônica ou enfisema.

Trata-se de mais uma evidência da diferença que um estilo de vida saudável significa a longo prazo. Hábitos que são de nossa responsabilidade mudar, como o fumo e o sedentarismo, são a causa de 50% das mortes no mundo. A Covid-19 passa a juntar-se a esta lista.

Um estilo de vida saudável inclui alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle de peso, sono adequado, estresse controlado e check-ups periódicos. Esses hábitos devem ser mantidos durante todas as fases da vida, visando assim evitar o aparecimento das doenças crônicas.

Abaixo estão algumas dicas de como atingir um estilo de vida saudável:

1 – Diário alimentar: Aproveite a agenda do celular e coloque nela todas as refeições do dia – inclusive os deslizes. Alguns aplicativos também podem ajudar nessa tarefa. Esse é o primeiro passo para você ter noção de onde está exagerando.

2 – Objetivos claros: Comece traçando dois objetivos, um a médio e outro a longo prazos. Valorize as vitorias atingidas!

3 – Durma bem: O sono adequado é responsável por repor as energias e representa um dos segredos da longevidade.

4 – Exercício físico: Há vários aplicativos que oferecem programas e séries de exercícios para se fazer em casa. Isolamento social não é desculpa para ficar parado. Trinta minutos ao dia são suficientes. Mexa-se!

5 – Compartilhamento da experiência: Um estilo de vida saudável deve ser compartilhado com todos os membros da família, principalmente as crianças.

6 – Check-up: Não deixe de fazer seus exames semestrais ou anuais, conforme recomendação do seu médico para saber se seu plano de novo estilo de vida está funcionando e, assim, se sentir mais estimulado.

7 – Flexibilidade: O segredo de um estilo de vida saudável a longo prazo é não ser inflexível. Escolha uma das refeições da semana para comer aquilo que você gosta. Isso reforça o ânimo para seguir em frente.

Repare as dicas acima nada tem a ver com longos períodos de tempo ou grande valor de investimento. Basta boa vontade e perseverança. Adote um estilo de vida saudável e prepare-se para colher os bons frutos dessa escolha nos anos que virão. Saúde é prevenção.

 

 

 

A prática regular de exercícios está entre os passos para um estilo de vida saudável. Scott Webb by Pixabay/Reprodução