A sessão vai começar!

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Terminei a última sessão com um texto onde a palavra FOCO indicava os principais valores do espírito olímpico. Nesta sessão vamos justamente abordar a questão do FOCO e o filme escolhido para nossa reflexão foi “Águas Rasas” que estreou em agosto no Brasil.

A trama de “Águas Rasas” se passa numa praia deserta onde a atriz Blake Lively interpretada por Nancy após a morte da mãe decide abandonar a faculdade de medicina e viajar para o México, para conhecer uma praia deserta que sua mãe visitou e surfou enquanto estava grávida dela. Também adepta ao surf e encantada pelo local entra na água para surfar. No mesmo local ela encontra mais dois jovens que depois vão embora. Sozinha dentro d’água encontra um cadáver de baleia, encalhada num monte de rochas. Sem saber ela chama atenção de um tubarão que esta rondando a baleia. O tubarão ataca Nancy ferindo a perna dela e a única alternativa para fugir é se refugiar numa das rochas de corais que em algumas horas ficará submersa devido à maré alta. A partir desse momento Nancy vai se concentrar em achar uma alternativa para sair viva desta situação extremamente complexa que ela se encontra. O expectador tem 1 hora e 27 minutos para focar toda a sua atenção em como Nancy vai conseguir chegar viva até a praia.

A pergunta é como podemos focar a nossa atenção num mundo onde tudo é importante e urgente? Vamos tentar definir o que é foco através dos conceitos abaixo:

  • A capacidade de prestar atenção as coisas que vão ajudar você e evitar distrações que possam prejudicar o seu desempenho.
  • Ter controle da nossa atenção onde possamos construir modelos mentais que nos garantam o comando.
  • Saber ajustar o foco quando necessário concentrando os esforços no local exato.
  • É a porta de entrada para a: percepção, aprendizagem, raciocínio, resolução de problemas e  tomada de decisão.

Podemos também definir os 4Ps relacionados ao foco que são: Performance, Processo, Presente e Produtividade. Voltando ao filme vamos analisar como a Nancy utilizou os 4Ps.

O primeiro P  =  Performance.  

Nancy era uma excelente nadadora e mesmo ferida verificou que conseguiria nadar atá a boia sinalizadora que encontrava-se numa posição mais alta que a rocha onde ela estava. Logo ela elimiraria o problema da maré alta.

O segundo P =  Processo.

Envolve focar totalmente no que é necessário para atingir o objetivo. Nancy cronometrou quantos segundos o tubarão ia e voltava da baleia para a rocha onde ela estava.  Logo seria nesse intervalo que Nancy poderia alcançar a boia sinalizadora.

O terceiro P = Presente.

Enfatizar o “aqui e agora” em vez de pensar no que ocorreu no passado e o que poderá ocorrer no futuro. Na situação da Nancy “o aqui e agora”  era a sobrevivência dela.

O quarto P =  Produtividade.

Envolve não se distrair para possibilitar excelentes resultados. Não vou contar o final do filme!

Podemos concluir que se você não pode se concentrar de forma eficaz, você não pode pensar de forma eficaz. E se você não pode pensar de forma eficaz, você definitivamente não pode produzir a qualidade de trabalho necessário para ser bem sucedido. A partir desta perspectiva, não é difícil ver porque o foco é uma ferramenta tão essencial na nossa vida.

Se quiserem ler um pouco mais sobre o assunto recomendo o livro do Daniel Goleman “Foco – A atenção e o seu papel fundamental para o sucesso”.   Até o mês que vem!

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O Rio de Janeiro foi o palco do maior evento esportivo do mundo: as Olimpíadas de 2016. Os Jogos Olímpicos revelaram um grande esforço da cidade para sediar este evento fabuloso. Foi necessário ter perseverança, fôlego, disposição, determinação e capital para ser investido, tendo como objetivo final receber atletas do mundo todo mostrando o melhor naquilo que se propõem a fazer.

Vários filmes já abordam o esporte como tema, mas não somente sobre as Olimpíadas, como também sobre determinados esportes, treinadores, desenvolvimentos de equipes e liderança. Enfim, temas que nos levam a refletir.

Iniciaremos a nossa sessão com o filme “Carruagens de Fogo”-1981. Baseada numa história real, a produção narra a preparação da equipe olímpica de  atletismo da Grã-Bretanha para os Jogos Olímpicos de 1924, em Paris. É traçado um paralelo da vida de dois personagens, Eric Liddell e Harold Abrahams, onde a questão da ética, integridade, comprometimento e as reações diante das adversidades são os principais temas apresentados.

Um sucesso de bilheteria que muitos de vocês devem lembrar é o filme “Jamaica Abaixo de Zero”-1993. Baseado em fatos reais, o longa aborda questões como: relacionamentos interpessoais, inteligência emocional, semelhanças e diferenças individuais como fatores de enriquecimento,a transformação de um grupo numa equipe e algumas das ferramentas de liderança como: delegar, motivar e dar e receber feedback. A história também permite uma um olhar para a questão da inovação. Excelentes velocistas de 100 metros que resolvem participar das Olimpíadas de Inverno, na modalidade bobsled, um trenó de neve. Um esporte que é não praticado na Jamaica!

Continuando a nossa trajetória agora com o foco na determinação e perseverança, o filme “Poder Além da Vida”-2006 narra a vida do ginasta Daniel Millman. A história é baseada no livro “O Caminho do Guerreiro Pacífico”, escrito pelo próprio atleta. Dan deseja seguir uma vida de atleta de sucesso buscando participar dos Jogos Olímpicos. Depois de sofrer um acidente e ser desenganado pelos médicos, ele aprende que tudo tem um propósito e cabe a nós encontrá-lo. As experiências mais difíceis, desafiadoras ou emocionalmente complexas na nossa vida de acordo com o ginasta têm um propósito maior.

Agora a nossa reflexão vai para o papel dos treinadores. Eles não somente aplicam os seus conhecimentos técnicos para orientar os atletas, mas também usam ferramentas para que o atleta alcance o equilíbrio emocional necessário para potencializar e atingir os resultados acima da média dos desempenhos anteriores.

Um filme que representa bem este tema é o “Coach Carter-Treino para a Vida”-2005, protagonizado pelo ator Samuel Jackson. Ele aceita ser o técnico de basquete de sua antiga escola e deseja transformar a vida dos garotos da escola através do esporte e a educação. Carter faz com que os garotos comecem a visualizar um mundo diferente. Os jogadores descobrem suas potencialidades contribuindo para o desenvolvimento da autoconfiança e autoestima. Eles passam a entender o que é trabalhar em equipe, ou seja, ajudando uns aos outros. Aprendem a ganhar e a perder sempre respeitando o adversário.

É possível observar que um dos esportes que mais conquistou os cineastas é o boxe. Entre as produções americanas, estão os filmes “Rocky: Um Lutador”-1976, “Touro Indomável”-1980, “Hurricane–O Furacão”-1999, “Ali”-2001, “Menina de Ouro”-2004, “Creed: nascido para Lutar”-2015 e, mais recentemente, o longa brasileiro “Mais Forte que o Mundo–A  História de José Aldo”-2016. Todos mostram o árduo treinamento e as dificuldades vividas pelos seus personagens até o confronto final, momento que exige o máximo de superação.

Terminamos esta sessão com foco nos principais valores do espírito olímpico: a amizade, que gera reciprocidade positiva; o respeito, ou seja, o jogo limpo que é a consideração pelo outro; e a excelência, apresentando o melhor naquilo que se propõem.

Até a próxima!

 

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A sessão deste mês vai ser uma pouco diferente. Vou chamá-la de “Sessão do Bem-estar”. Recentemente conclui uma pós numa área comportamental relacionada à Psicologia Positiva. Em toda conclusão de pós é necessário realizar um trabalho e o meu objeto de estudo foi propor uma estratégia de disseminar os conceitos da Psicologia Positiva relacionados ao bem-estar. Assim, para fundamentar tal finalidade tive que primeiramente descrever os conceitos de bem-estar relacionados à psicologia positiva e demonstrar os seus benefícios.

Depois através de uma pesquisa qualitativa, utilizando um instrumento para colher dados, realizei entrevistas presenciais para verificar se os entrevistados conheciam o conceito de bem-estar relacionado à psicologia positiva, a sua aplicabilidade e a possibilidade de potencializá-lo.
Com os dados observados, a última etapa foi fundamentar o objetivo do trabalho, analisando as informações coletadas e apresentar estratégias para a disseminação dos conceitos.

Então vamos começar descrevendo a primeira etapa que foi definir o que é bem-estar relacionado aos conceitos da Psicologia Positiva. Em 1999, o psicólogo norte-americano Martin Seligman da Universidade da Pensilvânia – Presidente da Associação Americana de Psicologia (APA), direcionou os seus estudos para o que ele chamou de Psicologia Positiva. Com o olhar voltado para os apectos positivos na vida dos indivíduos no seu primeiro livro “Felicidade Autêntica”, Seligman diz que: “… felicidade poderia ser analisada segundo três elementos diferentes: emoções positivas, engajamento e sentido. Ao avaliar esta teoria, em 2011 Seligman e outros pesquisadores começaram a rever o construto da Felicidade Autêntica, e passaram a desenvolver a Teoria do bem-estar agregando mais dois elementos à antiga teoria: realizações e relacionamentos positivos. Podemos então definir os cinco elementos da Teoria do bem-estar como:

Emoções Positivas – Confiança, Alegria, Felicidade , Gentileza, Gratidão, Amor, Esperança, Compaixão, Reconhecimento.

Engajamento – Estado mental em que a pessoa está totalmente imersa no que faz. Você se sente cheio de energia e é capaz de realizar uma tarefa com êxito.

Sentido/Significado – Quando trabalhamos ou servimos um propósito que consideramos mais importante do que nós.

Realização – Alcançar um determinado objetivo como: concluir um estudo, implementar um projeto, realizar metas.

Relacionamentos Positivos – Cultivar relações positivas com os outros reforçando os pontos fortes que nos permitem criar um antídoto para superar as adversidades.

Importante ressaltar que cada elemento do bem-estar tem três propriedades para que possa ser considerado um elemento:

a) Contribuir para a formação do bem-estar.

b) Muitas pessoas o buscam por ele próprio, e não somente para obter algum dos outros elementos.

c) É definido e mensurado independentemente dos demais elementos. (exclusividade).

O foco da teoria do bem-estar é aumentar a quantidade de florescimento e as virtudes e forças de caráter são de suma importância para proporcionar o “florescimento”. Este tema foi abordado na “Sessão Vai Começar” sobre as atrizes que foram indicadas em seus respectivos papéis onde apresentei as seis virtudes e vinte e quatro forças de caráter baseado nos estudos de Peterson e Seligman.

A segunda etapa do trabalho foi realizar uma pesquisa qualitativa levando em consideração que o objetivo da Psicologia Positiva é disseminar os seus conceitos em instituições de ensino particulares e governamentais, instituição de saúde e organizações. Assim sendo a pesquisa ocorreu nas áreas acima mencionadas utilizando o questionário que constava de seis perguntas com o objetivo de verificar quais os conceitos praticados, de que forma e se a melhor maneira de potencializar os conceitos seria através de um programa de práticas formais utilizando multiplicadores. Foram realizadas 30 entrevistas presenciais para levantar os dados.

A etapa final foi a análise dos resultados. A evidência que chamou mais atenção é que os conceitos da Psicologia Positiva são aplicados informalmente sem que a maioria dos entrevistados conhecesse o estudo científico relacionado à ciência em questão. A pesquisa evidenciou que no dia a dia das instituições os conceitos são promovidos através de: dinâmicas para aumentar os relacionamentos positivos, apreciação e reconhecimento dos alunos e colaboradores, empatia, ações de voluntariado e alinhamento dos valores da empresa com os conceitos da psicologia positiva.

Concluímos que temos uma predisposição natural para disseminar as emoções positivas, gerar relacionamentos positivos, encontrar sentido em nossas ações, realizarmos as nossas intenções e vivenciarmos situações onde estamos totalmente energizados, gerando um prazer enorme denominado “flow”. Esta predisposição natural, que não é uma prática formal conjuga várias modalidades. Então porque não pensar em descobrir novas combinações que possam disseminar e potencializar os conceitos da Psicologia Positiva relacionados ao bem-estar? A minha sugestão seria compartilhar o conhecimento vendo um filme e observando os conceitos que são apresentados e de que forma.

Como não poderia deixar de comentar recentemente vi o filme em cartaz “Nise – O coração da Loucura” onde o conceito de sentido/significado é potencializado pela luta da Dra. Nise em não desistir dos seus planos em humanizar o manicômio. Dois outros filmes inclusive comentados em outras sessões que foram “Spotlight” ganhador do Oscar deste ano e “Perdidos em Marte” ambos apresentam os conceitos da Psicologia Positiva tais como relacionamento positivo, engajamento e realização que são potencializados no trabalho da equipe do filme “Spotlight” e realização , engajamento e emoções positivas em “Perdidos em Marte”.

Agora é a vez de vocês observarem os conceitos da Psicologia Positiva relacionados ao bem-estar nos próximos filmes que vocês assistirem e compartilhar com a sua equipe de trabalho, família e amigos. E comigo também, claro!

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“Decisão de Risco”

A questão que iremos analisar na sessão de hoje é referente ao tema Tomada de Decisão. Em específico, as chamadas Etapas do Processo Decisório. O filme escolhido foi Decisão de Risco (Eye in The Sky) lançado no Brasil em abril deste ano.

A história se passa em várias localidades do mundo, acompanhando momentos apreensivos, envolvendo a decisão de bombardear ou não uma casa onde há um grupo de terroristas em Nairóbi, no Quênia. Katherine Powell (Helen Mirren), Coronel e oficial da inteligência militar britânica com sede em Londres, tem a tarefa de comandar à distância a operação de capturar o grupo de terroristas.

A elaborada operação também é coordenada em Londres no gabinete do Ministro de Defesa pelo general Frank Benson (Alan Rickman) com a presença do ministro, do procurador geral e de outras autoridades. E numa base em Nevada encontra-se um piloto americano de “aviões – drones” cuja missão, caso necessário, será destruir o local onde os terroristas se encontram.

Inicialmente a operação tem como objetivo capturar os terroristas, mas a descoberta de dois homens-bomba faz com que o objetivo mude para eliminá-los a qualquer custo. Quando o piloto americano está prestes a destruir o alvo, uma menina de nove anos de idade entra na zona de ataque. Inicia-se então um debate interno, envolvendo o lado militar e também o político, sobre como agir causando o mínimo possível de danos colaterais.

AS ESTAPAS DA TOMADA DE DECISÃO

A tomada de decisão é uma atividade diária. Não há exceção a esse respeito. Quando se trata de organizações empresariais, a tomada de decisão é um hábito e um processo também.

De acordo com os estudos de James Stoner e Edward Freeman descritos no livro “Administração nos Novos Tempos”, do I.Chiavenato, podemos identificar Seis Etapas no Processo Decisório.

Veja a definição de cada etapa e a correlação com as cenas do filme.

1ª etapa – Mapear a essência do problema e verificar quais os subproblemas obtendo assim uma visão global da questão.
O problema relatado no filme é o movimento dos grupos extremistas no mundo que usam de violência física ou psicológica, de modo a incutir medo, pânico e matar pessoas inocentes.

2ª etapa – Buscar dados e informações internas e externas para reduzir a incerteza a respeito da situação.
Cel. Katherine Powell com a sua equipe altamente qualificada conseguiram mapear o movimento da cada componente do grupo terrorista.

3ª etapa – Gerar soluções ou alternativas. A inovação e a criatividade são fatores determinantes.
A criação de uma tecnologia inovadora como o “avião drone” com mísseis acoplados nas asas para atingir o alvo e o mini “drone besouro” que transmite tudo que ocorre no local onde se encontram os terroristas, foram as soluções implementadas para gerar resultados eficazes.

4ª etapa – Avaliar e escolher a solução mais adequada e que provoque o mínimo de consequências negativas.
A escolha mais adequada foi a utilização de “drones” em formatos de insetos controlados por agentes à distância, onde as imagens dos terroristas podem ser transmitidas simultaneamente para os coordenadores da operação. A outra escolha foi a utilização de um equipamento bastante preciso que consegue avaliar os danos que os mísseis vão causar na zona urbana, onde encontram-se os terroristas.

5ª etapa – Transformar a solução em ação. A decisão envolve mais do que simplesmente uma ordem, pois é necessário pensar nas consequências globais.
Devido à descoberta de dois homens-bomba, que se preparam para um ataque suicida, o objetivo da operação tomou outro rumo: eliminar os homens-bomba e os terroristas a qualquer custo. Assim sendo, o piloto americano recebe a ordem de acionar o “drone míssil” quando uma menina de nove anos de idade entra na zona de ataque. É necessário recorrer as informações da 4ª etapa onde é possível identificar o grau dos danos colaterais e, ao mesmo tempo pensar no global. Ou seja, não permitir que os homens-bomba e os terroristas escapem mesmo envolvendo a morte de civis.

6ª etapa – Monitorar e avaliar os resultados da solução.
Após o ataque dos mísseis foi possível através das câmeras avaliar o resultado da ação.

É importante ressaltar que cada uma das etapas influencia nas demais e todo o conjunto do processo. Nem sempre as etapas são seguidas a risca em sua sequência. Se a pressão for muito forte para uma solução imediata, as etapas 2 e 3 podem ser abreviadas. No caso do filme “Decisão de Risco” estas etapas foram muito bem estudadas devido à natureza do problema e às possíveis implicações, pois vidas humanas estavam em risco.

A título de curiosidade outros filmes que abordam o mesmo tema:

• Mestre dos Mares (Master and Commander: The far Side of the World – 2003)
• Treze dias que Abalaram o Mundo (Thirteen Days, 2000)
• Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan – 1998)
• Maré Vermelha (Crimson Tide 1995)
• Apollo 13 do Desastre ao Triumfo ( Apollo13 – 1995)
• Caçada ao Outubro Vermelho ( The Hunt Of the Red October – 1990)
• Doze Homens e uma Sentença (Twelve Angry Men 1957)

Se tiverem sugestões de filmes com temas que foram abordados nas sessões anteriores, convido vocês a comentarem.

Até a próxima sessão!

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“ZOOTOPIA – ESTA CIDADE É UM BICHO”

O filme de animação têm a característica de ser voltado para o público infanto-juvenil, mas também pode ser visto dentro de um contexto da influência social, política e cultural.
O cenário da animação do filme “ZOOTOPIA – ESTA CIDADE É UM BICHO” é uma cidade diferente. A metrópole abriga uma grande diversidade de animais compartilhando o mesmo espaço. O sonho da personagem principal, a coelha Judy Hopps, é tornar-se uma policial. Ela sai da zona de conforto, que é viver no interior com a sua família de coelhos, para tornar-se uma policial em ZOOTOPIA. Mas não é levada a sério por leões, ursos, rinocerontes e outros gigantes da natureza, considerados mais capazes para o trabalho. Ela aprende que a cidade grande é repleta de diversidade e cheia de preconceitos. Determinada a provar seu valor, ela embarca em uma aventura ao lado do malandro raposo Nick Wilde para desvendar um grande mistério.
Esta sessão escolheu analisar nesse filme o conceito da diversidade cultural.

Como podemos conceitualizar o que é diversidade cultural?

A diversidade pode ser definida como um mix de pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo sistema social respeitando a individualidade das pessoas. Assim sendo, o tema diversidade cultural poder ser estudado sob diferentes perspectivas: no nível da sociedade, no nível organizacional, no nível do grupo ou individual.

No filme ZOOTOPIA, a diversidade cultural é observada em todos os níveis acima citados. A metrópole ZOOTOPIA é uma cidade que abriga um número imenso de animais. A personagem principal, Juddy Hopps, trabalha no departamento de polícia. Seu chefe é um touro e os seus parceiros de trabalho são machos de grande porte como búfalos e rinocerontes. O prefeito da cidade é um leão e a secretária uma carneirinha. No nível individual, Juddy tenta superar a sua intolerância em relação ao seu inimigo natural, a raposa malandra Nick Wilde, para desvendar um caso sério que está ocorrendo na metrópole.

As diferenças culturais podem levar ao que chamamos de “choques culturais”, que na visão tradicional eram interpretados como experiências negativas. No entanto, esses choques podem ser considerados como experiências construtivas levando os indivíduos a conscientizarem-se que existem visões opostas às suas. É uma experiência de autoconhecimento e de mudanças, que abre um espaço para a reflexão sobre os padrões do nosso comportamento. Essa reflexão criará o processo para a adaptação. A adaptação às diferenças não é instantânea nem ilimitada. Não é um pacote com soluções prontas nem um programa para resolver a questão de discriminação e preconceito. É importante entender que adaptação é diferente de acomodação, pois enquanto o acomodado atrapalha, o adaptado entende as mudanças a até ajuda a promovê-las. Gerenciar a diversidade significa adicionar valor à comunidade onde o indivíduo vive.

Finalizando, o filósofo, educador e escritor Mario Sergio Cortella, no seu livro “Não se Desespere!”, faz a seguinte consideração sobre o tema: “O respeito à Diversidade é a capacidade de afastar a tolice arrogante que supõe ser o único modo de correto de existir e, ao mesmo tempo, indica inteligência estratégica de aprender como o diverso e, portanto, com aquilo que comporta outro olhar e alternativas de percepção e ação.”

Zootopia continua em cartaz e se ainda não viram vão se divertir com Juddy Hopps e Nick Wild, os personagens que celebram as diferenças!

Vejo vocês na próxima sessão!