by Gilda Palhares | mar 31, 2016 | Gilda |
Na última sessão não sabíamos para qual filme iria o Oscar. A sessão de fevereiro foi sobre o filme “Spotlight” e o Oscar foi para “Spotlight”! De acordo com Cassio Politi, especialista em content marketing e autor do livro “Content Marketing – O Conteúdo que Gera Resultados”, todos os dias milhões de reportagens são publicadas em todo o mundo mas poucas viraram filme e somente uma levou a estatueta.
Continuando com o tema Oscar e homenageando o dia Internacional da Mulher, que foi em 08 de março, o nosso olhar vai para as atrizes que foram indicadas em seus respectivos papeis. A nossa análise vai ser através dos estudos de dois autores o Dr. Christopher Peterson, professor e pesquisador na área da psicologia na universidade de Michigan e Dr. Martin Seligman, psicólogo e pioneiro no campo da psicologia positiva da Universidade da Pensilvânia no livro “Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification”.
Segundo os autores as Virtudes são as características centrais valorizadas pelos filósofos, pensadores e religiosos e as Forças do Caráter são os ingredientes psicológicos – processos ou mecanismos – que definem as virtudes. São seis virtudes subdivididas em vinte e quatro características humanas positivas (forças do caráter) conforme quadro abaixo:

Agora vamos analisar os personagens, das cinco atrizes indicadas, e quais as virtudes e as forças de caráter correspondentes que cada uma apresentou e os efeitos positivos que foram gerados.
Kate Blanchet em “Carol”.
Carol se debate contra as restrições que lhe são impostas onde é forçada a escolher, por conta do moralismo da época (anos 50) entre a custódia de sua filha e a pessoa por quem é atraída. A virtude Coragem é crucial para certos desafios da vida e Carol demonstra esta virtude através das forças de caráter Bravura e Persistência. Podemos conceituar a Bravura como uma ação voluntária e executada apesar dos riscos e a Persistência como uma ação dirigida a um objetivo apesar dos obstáculos, dificuldades ou desânimo. Assim é Carol!
Brie Larson em “O quarto de Jack” como “Ma”.
Ma é mantida num cativeiro com o filho Jack que nasceu lá. Ela faz todo o esforço possível para manter o seu filho feliz mesmo depois que sai do cativeiro. A virtude Humanidade através da força de caráter Amor é potencializada em Ma. Demonstra um amor terno, comovente, contínuo e de uma forma única para ambos os personagens, incondicional.
Jennifer Lawrence em Joy: O nome do Sucesso.
Na trama, Joy é uma mãe divorciada vivendo com os dois filhos, a mãe, a avó e o ex-marido e depois a chegada de mais um residente, o pai. Ela precisa encontrar um meio de sair de um cotidiano pesado e sem dinheiro. Joy com a sua criatividade inventa um esfregão prático, de alta absorção, dono de um mecanismo que poupa o usuário de torcê-lo com as mãos. As forças de caráter da Joy Persistência e Vitalidade são potencializadas durante o filme. Ela apresenta uma energia necessária, ou seja, vitalidade para implementar os seus planos e realizar os seus sonhos.
Saoirse Ronan em Brooklyn como Eilis.
Ellis é uma jovem que vive na década de 1950 numa pequena cidade irlandesa. A protagonista se despede desse cenário para tentar a vida em Nova York no bairro do Brooklyn. Ao chegar aos Estados Unidos sente falta da família, mas aos poucos vai se adaptando. Começa um namoro e vislumbra um futuro feliz. A estória sofre uma reviravolta quando Eilis recebe más notícias de casa e volta à Irlanda onde fica na dúvida se deve voltar ou não para o Brooklyn. A protagonista mostra claramente a força de caráter Bravura ao deixar a sua família e tentar a vida nos Estados Unidos e através das virtudes Sabedoria e Conhecimento a força de caráter Abertura de Espírito onde o foco foi na análiseda situação observando especialmente o ponto de vista que não era consistente com o seu.
Charlotte Rampling em 45 anos como Kate.
A protagonista da história é uma mulher que, às vésperas de celebrar o aniversário de 45 anos de casamento, vê a relação sendo impactada pela descoberta do cadáver do primeiro amor do seu marido que estava congelado e conservado nos glaciares dos Alpes suíços. As recordações do marido a deixam magoada e é perturbada por um estranho ciúme de um passado. Kate através da virtude Temperança apresenta a força de caráter Autorregulação. Mesmo submetida a uma situação que não esperava consegue manter a calma, os pensamentos claros, o equilíbrio no planejamento e na tomada decisão.
Então, podemos resumir que de acordo com autores Peterson e Seligman o foco é potencializar as suas forças de caráter tanto no ambiente profissional quanto no familiar.
Se tiver vontade de descobrir ou certificar-se de quais são as suas Forças de Caráter, entre em contato com a Eduvir.
Vejo vocês na próxima sessão!
by Gilda Palhares | fev 26, 2016 | Gilda |
“Spotlight – Segredos Revelados”
Este é o mês do Oscar! O filme que vamos conversar nessa sessão foi indicado em seis categorias, incluindo melhor filme e diretor. Dirigido por Tom McCarthy e baseado em uma história real, “Spotlight – Segredos Revelados” mostra o trabalho de uma equipe de repórteres especiais do jornal “The Boston Globe”, que investiga um escândalo na Igreja Católica em Boston. A equipe do “Spotlight” é gerenciada por Walter Robinson (Michael Keaton) e composta pelos jornalistas Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams), Mike Rezendes (Mark Ruffalo) e Matt Carroll (Brian d’Arcy).
O que vamos analisar nesse filme são as características das Equipes de Alto Desempenho por meio do conceito PERFORM, que foi desenvolvido pelo especialista americano em Gestão e Liderança, Ken Blanchard (coautor do best-seller internacional “Gestor-Minuto”, com Spencer Johnson).
Para Blanchard, uma equipe se compõe de duas ou mais pessoas que se juntam com um objetivo comum, e que são mutuamente responsáveis pelos resultados. A pergunta seria, então, qual é a diferença de uma Equipe para uma Equipe de Alto Desempenho?
Blanchard identificou sete características específicas em todas as equipes de alto desempenho. Criou o modelo PERFORM para elaborar o conceito. Abaixo, segue a descrição do conceito:
P – Purpos & Values – Objetivo e Valores
É necessário ter o mesmo objetivo e um conjunto comum de valores. Objetivo e Valores é o que mantém uma equipe unida formando a base para as equipes de alto desempenho.
E – Empowerment – Delegação de Poderes
É necessário ter autonomia para agir, para tomar decisões e fazer escolhas. A equipe possui as competências que precisam para desenvolver o trabalho ou pelo menos sabe onde ir buscá-las.
R–Relationship & Communication – Relações Interpessoais e Comunicação.
A equipe esta empenhada na comunicação aberta. Existe respeito e interesse nos outros. Ouvir é considerado tão importante quanto falar. As diferenças são valorizadas e são fonte de criatividade gerando novas possibilidades.
F – Flexibility – Flexibilidade
Uma equipe com as características acima mencionadas é flexível, respeita a opinião dos demais, adapta-se a diversidade, pois os seus membros sabem colocar-se no lugar do outro.
O – Optimal Productivity– Produtividade
Geram resultados extraordinários. Cumprem prazos, alcançamos objetivos, a responsabilidade é compartilhada e aspiram uma melhoria.
R – Recognition – Reconhecimento
Uma equipe com alto desempenho recebe feedback constante. O reconhecimento é uma forma poderosa de motivar e de melhorar o desempenho. Tanto o reconhecimento pessoal quanto o da equipe são importantes.
M – Morale – Moral
A moral é o resultado de todas as características acima descritas. Se outros elementos da PERFORM estão bem sustentados, a moral é alta. Cada membro sente que forma parte de algo maior, mais abrangente, gerando otimismo e confiança.
No filme “Spotlight” é possível identificar cada elemento do acrônimo PERFORM. Começando com o primeiro elemento, pois os quatro membros da equipe compartilhavam o mesmo conjunto de valores com o propósito comum de trazer a verdade à tona. Eles tinham poderes para executar o trabalho, um ótimo relacionamento e uma comunicação clara. Eram flexíveis, pois podiam alterar os planos quando necessário. A responsabilidade era compartilhada gerando produtividade. O reconhecimento e apoio mútuo era visível e, consequentemente, a moral era elevada.
A título de curiosidade, a equipe verdadeira do “Spotlight” ganhou o Prêmio Pulitzer, em 2002 – título mais importante concedido ao jornalismo norte-americano pela Universidade de Columbia. PERFORM em ação!
E o Oscar vai para… Só saberemos no domingo à noite! Qual a sua aposta?
Até a próxima sessão.
by Gilda Palhares | jan 3, 2016 | Gilda |
A sessão de hoje será com o filme Perdido em Marte (The Martian no título original, lançado em 2015), dirigido por Ridley Scott. A nossa conversa vai abordar o Capital Psicológico Positivo – conceito que foi introduzido em 2004 por Fred Luthans, pesquisador norte-americano e especialista em comportamentos organizacionais.
Mas o que é Capital Psicológico?
O termo representa um estado positivo do ser humano envolvendo quatro variáveis: autoeficácia, otimismo, esperança e resiliência.
Vamos analisar estas variáveis a partir da história do astronauta Mark Watney (Matt Damon) durante sua missão a Marte. Após uma severa tempestade de areia, Mark é atingido por destroços do equipamento de comunicação e fica desacordado durante a tormenta. Os tripulantes são forçados a abandonar a missão sem ele.
Ao acordar, Mark descobre que está sozinho no misterioso planeta. Com escassez de suprimentos e sem instrumentos necessários para entrar em contato com a NASA, ele precisa encontrar meios de sobreviver até que uma equipe de resgate possa salvá-lo. Agora, nós vamos ver de que forma Mark utilizou as variáveis:
AUTOEFICÁCIA – Acreditar na própria capacidade mobilizando recursos cognitivos para obter determinado resultados.
A sobrevivência dependia do aumento do estoque de alimentos. Biólogo de formação, Mark utilizou os seus conhecimentos e habilidades técnicas na área para desenvolver uma estufa e produzir batatas. Conseguiu atingir o seu objetivo, pois acreditou na sua própria capacidade em gerar resultados.
ESPERANÇA – Ter caminhos definidos para chegar aos próprios objetivos.
Mark definiu os caminhos para sobreviver, incluindo uma forma de entrar em contato com a NASA. Ele estabeleceu metas, ou seja, pensamentos direcionados a sua sobrevivência.
OTIMISMO – Estilo que explica a maneira habitual como vemos as coisas que nos acontecem. O estilo atributivo otimista identifica que as situações negativas são temporárias e específicas, e que os bons eventos são abrangentes e estáveis.
Mark percebeu e avaliou a realidade utilizando o estilo atributivo otimista. Ele focou nas tarefas que considerou importantes para a sua sobrevivência, determinando que estas seriam temporárias e específicas.
RESILIÊNCIA – Ter a capacidade de lidar bem com a adversidade e seguir em frente munido com senso de significado.
Diante da enorme adversidade em que se encontrava, Mark foi capaz de se motivar, encontrar forças para lidar com as situações apresentadas e persistir na busca do seu objetivo: o seu resgate. É importante resaltar que nenhuma das quatro variáveis é mais importante do que a outra. Elas se relacionam entre si e podem ser aprendidas e potencilaizadas.
O cinema nos oferece a oportunidade de nos colocar no lugar do outro. Gostaria de convidá-los agora para uma reflexão: em que situações da sua vida porfissional e pessoal vocês utilizaram, assim como Mark, as variáves descritas? Tenho certeza que em diversos momentos!
Nesta sessão, direcionei o meu olhar para as variáveis do Capital Psicológico Positivo. Entretanto, Perdido em Marte aborda outros temas significativos, como a bravura e a integridade da equipe de resgate. Se vocês ainda não assistiram ao filme, agora vocês têm uma boa razão para conferir os conceitos abordados e, claro, se divertir em Marte.
Até a próxima sessão!
by Gilda Palhares | nov 4, 2015 | Gilda |
Filmes são mais do que uma expressão da sociedade – eles nos informam sobre a condição humana. Transcendem todas as barreiras e diferenças e o espectador desempenha um papel superimportante, o de coparticipação no ato de criar significado ao assistir o filme. Os filmes têm um alto potencial de associação entre os acontecimentos narrados com a nossa realidade profissional e social.
A questão que iremos analisar na sessão de hoje é referente ao tema Negociação em específico os Elementos da Negociação. Escolhi um filme de 2014 dos diretores belgas Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne chamado “Dois dias, uma noite” cujo título original é “Deux jours, une nuit”.
A estória se passa numa cidade na Bélgica onde Sandra (Marion Cotillard) é uma jovem que após uma licença de saúde devido a uma depressão volta ao trabalho numa sexta-feira. Ela descobre que a empresa propôs aos seus empregados a opção de escolherem um bônus em troca da demissão dela. A decisão final foi transferida para a segunda-feira, dando a ela o direito de outra votação. Ela tem dois dias e uma noite (um final de semana) para negociar com os colegas de trabalho a ficarem sem o bônus para manter o emprego.
Uma negociação é um evento em busca de um acordo satisfatório onde o foco é alcançar resultados eficazmente otimizados. Podemos enumerar seis elementos que constituem o ponto de partida e sustentam estrategicamente todas as ações no processo de negociação. Esses elementos devem suportar o processo de negociação desde o começo. Se um destes elementos estiver inconsistente ou faltante tudo indica que haverá séria dificuldade à frente. Da mesma maneira, em uma negociação estão presentes os interesses, os recursos, os valores com que cada parte enfrenta o processo e, por último, os aspectos éticos e morais.
No filme “Dois dias, uma noite” é possível observar como o potencial negociador da Sandra foi posto à prova e onde os seis elementos da negociação permitiram um melhor resultado.
1. Qual foi a estratégia da Sandra?
Negociar com os seus colegas a ficar sem o bônus para ela poder manter o seu emprego sem julgá-los caso não aceitassem o seu pedido.
2. Como ela fez o planejamento?
Soube por duas colegas que votaram contra a sua demissão que alguns funcionários ficaram na dúvida na hora da votação, mas foram influenciados a votar a favor.
Ela procurou esses colegas primeiro para iniciar o processo da negociação.
3. Como foi realizada a negociação?
Sandra foi pessoalmente à casa de cada um, ou seja, de porta em porta procurar os colegas com uma postura colaborativa.
4. Quais os fatores psicológicos dessa negociação?
Sandra estava fragilizada, mas motivada para argumentar com seus colegas a razão para a sua permanência na empresa.
5. O que estava em jogo?
O tempo, pois Sandra só tinha uma noite e dois dias para colocar em prática a sua estratégia.
6. Qual foi o resultado da negociação?
A tomada de decisão da Sandra ao tentar negociar a sua permanência na empresa utilizando a estratégia de não julgar e não atacar os colegas foi uma vantagem competitiva. Manteve o autocontrole mesmo nos encontros com os colegas que disseram que não tinham a intenção de mudar o voto. Ela sabia que essa postura seria necessária para um resultado positivo. Estava motivada intrinsecamente e extrinsecamente para conseguir negociar a sua permanência no emprego gerando autoconfiança. Acreditou que gestos solidários e o compromisso moral pesariam mais do que o bônus anual. Buscou solucionar as dificuldades por meio da empatia e da tolerância. Sendo assim conseguiu atingir a sua meta.
Se você não viu o filme vale a pena conferir!
Na nossa próxima sessão vamos falar de Capital Psicológico Positivo analisando o filme “Perdido em Marte” (2015) do diretor Ridley Scott. O que é Capital Psicológico Positivo? Surpresa!