Liderança transformadora: uma ‘metamorfose ambulante’, que impacta equipes e encanta clientes

Liderança transformadora: uma ‘metamorfose ambulante’, que impacta equipes e encanta clientes

Um início de manhã contagiante e motivador. Assim foi a edição de 16/10  do Café com Soluções, iniciativa do Senac Soluções Corporativas, que trouxe como tema “O ciclo: liderança transformadora gera equipes engajadas que encantam o cliente”. Mas como? Segundo a docente da Faculdade Senac, Nereida Prudêncio Vianna, o desafio está em sentir-se confortável na zona de desconforto, e fazer isso de forma permanente.

  • O que você faz de diferente na sua vida?
  • E como inova junto aos colegas de trabalho?
  • Você compartilha suas histórias com a equipe para juntos criarem soluções inventivas em busca do encantamento?

Pois, conforme Nereida, “cada dia é um novo momento de transformamos nossa vida em algo melhor, que proporcione momentos extraordinários para si, seus colegas e clientes. Isso é liderança transformadora.”

A palestrante lembrou de autores e compositores que ilustram bem sua fala. Ao trazer o tema da importância de mudar hábitos padronizados, lembrou Raul Seixas e a sua “metamorfose ambulante”. “Em 26 anos de mercado, autorizo-me a trabalhar assim, tornando a minha vida experimental”, disse ela. Para explicar o conceito de liderança transformadora, revelou características importantes desse líder: enxergar possibilidades nas pessoas, dedicar atenção individualizada, ser intelectualmente estimulante a partir do estímulo ao compartilhamento de conhecimentos, revitalizar, oxigenar, repensar, assumir o papel de educador. “Essa missão transformadora do líder é diária”, ressaltou.

Na etapa seguinte, está a equipe, comprometida, coerente e como senso sistêmico, que impacta de forma extraordinária o todo. “Cada um, de forma individual, se manifesta para o encontro do todo. Devemos pensar em uma perspectiva única, na qual cada membro do grupo ache oportunidades de estar ali. E aí vem o líder transformador, que deve ajudar a pessoa a entender se ela está no lugar certo”, explicou Nereida. E então o ciclo encerra no cliente. “O cliente é o sentido de estarmos aqui. Devem ser ouvidos, entendidos, estudados e encantados”, enfatizou a docente, apresentando o conceito da pirâmide invertida e a importância da avaliação permanente sobre a expectativa do cliente versus o desempenho da equipe. “Assim fechamos o ciclo. Líderes transformadores geram equipes engajadas que encantam clientes. Temos que ver a vida como um grande desafio e entender onde mora essa inquietude em cada pessoa”, finalizou ela.

 

Fonte: http://fecomercio-rs.org.br/2020/10/16/lideranca-transformadora-uma-metamorfose-ambulante-que-impacta-equipes-e-encanta-clientes/

 

A tecnologia e a educação corporativa em tempos de pandemia

A tecnologia e a educação corporativa em tempos de pandemia

A pandemia acelerou a digitalização do mundo, mas as soluções para o e-learning nas empresas deve estar aliada à mídia adequada e inteligência

As tecnologias estão interferindo em nossas vidas há um bom tempo. A pandemia certamente enfatizou e acelerou a nossa percepção e necessidade de ferramentas tecnológicas que antes poderiam até mesmo passar despercebidas. O Café com Soluções desta sexta-feira, 2 de outubro, contou com a palestra do gerente de Tecnologias Educacionais do Senac-RS, Sidinei Rossi, que abordou o tema “Tecnologia e a educação corporativa em tempos de isolamento social”.

Conforme afirmou McLuhan em 1964, “as tecnologias se tornam invisíveis à medida que se tornam familiares”. As viagens de avião, por exemplo, levaram 68 anos para ganhar 50 milhões de usuários. Carros, 62 anos e a televisão, 22 anos. “A internet levou sete anos e o Twitter, dois anos. O Pokemón Go? Apenas 19 dias para ganhar 50 milhões de usuários. A velocidade que as tecnologias são incorporadas em nossas rotinas é impactante e a pandemia acelerou ainda mais. Estamos dependentes da internet”, afirmou Rossi. Na América do Sul, 73% da população utiliza a rede e no Brasil são 215 milhões de assinantes, ou seja, número que ultrapassou a população (211 milhões) brasileira. “E gastamos, em média, nove horas e 29 minutos na internet por dia. Conforme pesquisa da Hotsuit, com dados de julho de 2020, o papel do digital em ajudar as pessoas a superarem os obstáculos impostos pela Covid-19 apontou que 83% utilizam a rede para buscar ajuda com os lockdowns relacionados à pandemia; 76% para ajuda com a educação dos filhos; 74% para se manter em contato com amigos e familiares e 67% para auxílio nas questões de trabalho. Inclusive, 35% das pessoas responderam que pretendem trabalhar de casa no pós-pandemia e que cresceu cerca de 140% os downloads de aplicativos de educação”, disse.

Rossi ainda mostrou que até 2009 o e-commerce era praticamente insignificante e que em 2020 dá um salto para 12,6% de todas as operações de compra. “A penetração da tecnologia está em alta e o cenário digital cresce exponencialmente. A adoção de tecnologias é inegável e não há mais volta. É a salvação na pandemia. A Covid-19 foi catalisadora para o uso de tecnologias e o futuro é digital. Como disse Vladimir Lenin, há décadas em que nada acontece; e há semanas em que décadas acontecem”.

O expert em soluções tecnológicas destaca que a tecnologia oferece as ferramentas e máquinas que podem ser usadas para resolver problemas do mundo real, mas que precisam estar aliadas à mídia e inteligência para que as soluções aconteçam e atinjam as pessoas. “Na pandemia, muitas empresas estão investindo em tecnologias de learning corporativo. O mercado global de e-learning corporativo deve crescer US$ 38,09 bilhões durante 2020-2024 de acordo com a pesquisa da Technavior. Porém, é preciso que as organizações levem em conta o que faz sentido para seu público, pois a escolha errada do ambiente de aprendizagem e da ferramenta pode comprometer o projeto”, alertou Rossi.

Microlearning, rapid learning, realidade aumentada, gamificação e ferramentas para webconferência/webinar, para vídeos e capturas de tela e podcast, Mapa Mental, compartilhamento de ideias, Quiz, E-book, Infográficos e Nuvem de Palavras foram indicadas por Rossi que também deu dicas de cursos remotos e de leitura. “É uma excelente oportunidade para reaprendermos muitas coisas, aproveitar melhor as tecnologias disponíveis. Esse deve ser o legado deste cenário que estamos vivendo”, finalizou.

 

 

Fonte: http://fecomercio-rs.org.br/2020/10/02/a-tecnologia-e-a-educacao-corporativa-em-tempos-de-pandemia

 

 

 

Educação a Distância ou Educação Presencial? As veias abertas da Educação em Tempos de Coronavírus

Educação a Distância ou Educação Presencial? As veias abertas da Educação em Tempos de Coronavírus

Por Eleonora Ricardo – Presidente da Anitec.

Nunca imaginaríamos que um vírus, um micro organismo iria em 2020 mudar o cenário global em todos os sentidos. A Economia, a Cultura e a Educação foram alcançadas pelo Coronovírus. O único episódio semelhante que mudou a cara do mundo com impacto parecido foi a queda das Torres Gêmeas nos EUA.

Neste cenário que adentra 2020 e que promete desdobramentos para 2021 e 2022 com certeza emerge a necessidade de medidas inteligentes e menos burocráticas e mais imediatas. Se as empresas terão que se adaptar para novos formatos de produção, trabalho e comercialização, outros setores também terão que reinventar.

Me assusta ainda ouvir uma corrente que questiona a educação a distância na educação básica e até mesmo no ensino superior . O preconceito ainda sinaliza a EAD como uma alternativa de baixa qualidade. Cuidado temos que ter em qualquer área. Se a Saúde não for bem cuidada, também, pode entrar em colapso se praticada com má qualidade e sem respeito aos seus usuários.

Que dúvidas ainda temos em relação a EAD? Desenvolvo ações neste campo desde 1995. Fiz parte dos movimentos de apoio à regulamentação, a expansão da EAD, participei de vários congressos sobre o tema, fiz parte da ABT e ABED. Fui uma das primeiras a desenvolver um sistema de gerenciamento de cursos online concomitantemente com as grandes empresas de tecnologia como a MHW, IBM e instituições como a PUC Rio.

Minha dissertação de Mestrado e a tese de Doutorado trataram da EAD naquilo que considero fundamental: capacitação de professores. Retratei em ambos os estudos o problema da autoria de alunos e professores. Essa questão atinge tanto a educação presencial como educação a distância. A falta de preparação de professores em diversos segmentos para a docência e a autoria é uma das veias abertas dos professores no Brasil.

A necessidade é emergente de professores que possam produzir textos didáticos e que enfrentem o destino da autonomia e autoria. A formação de professores para que possam ingressar em campo para otimizar a sala de aula tanto na educação presencial como na docência online é muito precária. Se considerarmos que a Educação a Distância exige do professor e do sistema de ensino uma preparação cuidadosa de materiais didáticos, sistemas online, materiais impressos, logística, tutoria e tudo mais que compõe este processo, creio que deveria ser apoiado a inserção de professores neste universo desafiador da EAD, que poderia ser um socorro para crianças, adolescentes e alunos do ensino superior.

Sinto falta de um curso de formação de professores eclético e democrático que aceite as diferentes correntes de pensamento, que mantenha um diálogo com a atualidade e com as possibilidades desafiadores para a educação da geração futura. Sinto falta do fortalecimento da educação inicial e continuada de professores para o enfrentamento de novas realidades da sala de aula, seja ela presencial ou não.

Na verdade o desafio da escola básica e da universidade não é migrar para um modelo de EAD ou hibrido de Educação, em que aulas presenciais possam ser mescladas com aulas online. A questão é sair do modelo tradicional da sala de aula em que o professor tem o domínio total sobre o aluno. A questão é ter que discutir tempos para o planejamento escolar mais aprofundado e ter que produzir esses materiais didáticos, oferecer suporte para o aluno e ter que detalhar, acompanhar e controlar o cotidiano de alunos em diversos lugares e simultaneamente.

A EAD tem sido desmerecida. Enquanto alguns setores educacionais resistem e usam a desculpa da má qualidade desta modalidade de ensino, escondem a falta de preparo e de condições para aceitar as mudanças que um vírus está trazendo. Temos agora as veias abertas da Educação com suas mazelas, com seus problemas que precisam ser expostos se queremos avançar e melhorar a qualidade da Educação neste país.

Hoje, enquanto o Prefeito de Nova York (1) já lida com a questão da EAD nas escolas para que 1 milhão de alunos não percam as aulas, há uma resistência inexplicada ( com exceção de instituições conscientes e que acreditam na docência online) de algumas instituições que preferem deixar seus alunos sem atividades educacionais em casa.

Tenho dado minhas aulas online, preparado meus encontros com meus alunos e pensado sempre como posso melhorar essa experiência de aprendizagem. Adoro os encontros presenciais com os estudantes, tenho certeza, que eles hoje também gostam da experiência hibrida. Para quem disse que vamos voltar ao normal, lamento dizer que: não vamos voltar mais ao normal. Algo mudou ! E quem não quiser encarar esta verdade , então, não entendeu nada do que está acontecendo em nosso tempo!

 

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/educa%C3%A7%C3%A3o-dist%C3%A2ncia-ou-presencial-veias-abertas-da-em-tempos-ricardo/

 

5 tendências na Gestão de Pessoas pós-pandemia para os CEOs ficarem de olho

5 tendências na Gestão de Pessoas pós-pandemia para os CEOs ficarem de olho

Daiane Andognini, especialista em Liderança e Gestão de Talentos, destaca algumas das tendências

em Recursos Humanos:

Flexibilização

Pesquisas recentes feitas com gestores empresariais brasileiros mostram que a ampla maioria aprovou os resultados obtidos pela adoção do trabalho remoto, alternativa encontrada por muitas empresas durante este período de isolamento social. Estudo do ISE Business School, por exemplo, afirma que 80% dos executivos estão satisfeitos com o novo modelo de trabalho. Em diversas companhias o “home office” já é tido como prática principal pelo menos até o final de 2020, revelando uma maior flexibilização do trabalho presencial daqui para frente.

Plataformas de engajamento

A gestão remota dos colaboradores passa a ser uma das tendências da área e com isso crescem também as plataformas de engajamento. O líder de cada célula da empresa terá de ser criativo nas estratégias de gestão da equipe, criando rituais de engajamento entre o time. Isso envolve dinâmicas colaborativas, estratégias de gamificação e recompensa, alternativas de integração entre os times remotamente e outros. Hoje já há diversas plataformas intuitivas online que reúnem diversas funcionalidades e ajudam no processo de engajamento.

Profissionais versáteis

Mais do que nunca as competências dos profissionais terão de estar de acordo com o que a empresa espera deles e, que, vão além de atitudes básicas a qualquer função, como comprometimento e ética. É preciso ter versatilidade para encarar as tarefas do dia a dia, mas também reunir diferenciais para poder estar apto a contribuir com a empresa em outros desafios, haja vista as rápidas transformações que o mercado exige. Empatia, comunicação e visão sistêmica são algumas das características que irão se sobressair.

Foco em comunicação e saúde mental

A transparência na comunicação é elo base entre líder e liderados e, nesse sentido, será prioridade no setor o entendimento das questões legais e jurídicas que envolvem as relações de trabalho – o que pode ou não ser feito e quais as responsabilidade de cada um dos envolvidos. Isso evitará desgaste de ambas as partes e pode ser fundamental para o engajamento e a busca por melhores resultados. Haverá ainda atenção maior à saúde mental, uma vez que as pessoas tendem a ser mais produtivas e felizes quando são valorizadas e recebem suporte para solucionar problemas ou superar desgastes físicos e emocionais.

Investimento em tecnologia

Ficou bastante claro que as empresas que já possuem maior familiaridade com o uso da tecnologia em seus processos e atendimentos conseguiu desenvolver alternativas mais rápidas e manter seus serviços em situação mais favorável com relação aqueles que tinham pouca ou nenhuma interação com recursos tecnológicos. Muitas empresas estão mudando de estratégia e investindo na transformação digital para seus negócios. A área de gestão de pessoas também entra nesse contexto, principalmente com uso de ferramentas de comunicação, capacitação, desempenho e desenvolvimento.

 

Fonte: RH Portal

 

O impacto do Novo Normal (pós-COVID) nos negócios sob a perspectiva do pensamento sistêmico

O impacto do Novo Normal (pós-COVID) nos negócios sob a perspectiva do pensamento sistêmico

Adoto o pensamento sistêmico como base para a reflexão sobre as organizações de hoje e do futuro. Como consultora, geralmente, opto por uma linguagem subjacente para contemplar os elementos que este tipo de pensamento traz a abordagens mais objetivas e ferramentais exigidas pela minha atuação em empresas tradicionais que precisam aprender a inovar.

Com a crise do coronavirus, a visão sistêmica tornou-se ainda mais relevante. De repente, sistemas antes eficientes baseados em tecnologias dominadas tornaram-se obsoletos em poucos dias. Em movimentos desesperados, alguns clientes que resistiam às soluções digitais passaram a adotá-las rapidamente, ainda que de forma pouco coordenada. Com um novo padrão de consumo, novas agendas de sobrevivência surgiram. Mesmo em um momento de urgência que exige ação rápida, a maioria das medidas empresariais parecem ou erradas ou inúteis. Perdidos, executivos começam a questionar o futuro, mas para isso, precisam buscar outros tipos de conhecimentos para pensarem em medidas mais duradouras, além das contingências.

Neste contexto, a mudança que pensadores e profissionais como eu já propagávamos (e que pareciam ainda especulativas por falta de exemplos mais próximos a cada setor da economia), passa a fazer sentido e se materializa para diversos empresários.

E como as empresas podem se preparar para este mundo novo que podemos vivenciar por uma janela aberta pela COVID-19? Este artigo tem o objetivo de responder esta pergunta conceitualmente a partir do pensamento sistêmico, em especial o elegante (e, portanto, simples) modelo delineado por Peter Senge.

Em seu modelo de iceberg, o autor explica que eventos acontecem em um sistema a partir de padrões de comportamentos que existem a partir de estruturas do próprio sistema e que são formadas por modelos mentais que formam a cultura. O modelo de Senge vai do macro ao micro, do sistema maior (econômico ou organizacional) até o indivíduo.

Com a COVID-19, as estruturas que sustentavam o nosso sistema econômico foram abaladas (pense nas milhares de pessoas que assistiram a live de quarentena da Sandy e Junior sem precisar da Rede Globo). Algumas, eliminadas (pense na quantidade de pessoas que não precisa mais de uma sala de aula para aprender).

Ao mesmo tempo — tanto como causa, quanto como consequência das próprias estruturas — os modelos mentais estão se alterando: indivíduos estão aprendendo novos valores e novas formas de relacionamento e mudando sua percepção de valor. Vozes que soavam baixo ganham coro, agora, por discutirem novos tipos de soluções e abordagens (pense nos grupos colaborativos que se formam durante a crise para solucionarem problemas sociais). Novas conexões se estabelecem trazendo novos aprendizados que terão continuidade no futuro: esta é a base do novo normal.

Mas este novo normal substituirá totalmente o nosso modelo de vida e de negócios anteriores? Acredito que ao responder a esta pergunta, muitas empresas irão errar. Tenho visto cenários de futuro elaborados pelas empresas ainda baseados em paradigmas do passado.

Em primeiro lugar, precisamos assumir que a crise não ‘vai passar’ simplesmente. Medicamentos e vacinas não são criados do dia para a noite, portanto, teremos estágios de evolução que irão da crise mais aguda atual, passando pela retomada parcial da ‘vida com o coronavirus ainda à espreita’ até chegarmos a um ponto no qual o vírus não será mais um risco importante. Isso pode levar de 1 a 2 anos, ou seja, tempo suficiente para mudar a percepção de várias pessoas sobre o nosso modelo de vida e sociedade.

A partir do início do período de transição algumas pessoas voltarão a consumir e a viver em moldes parecidos com os anteriores, mesmo com algumas novas práticas de uso de máscaras e álcool gel para ir ao trabalho ou ao shopping. Isso gerará a falsa impressão de que estaremos no caminho do mesmo padrão de consumo no qual estávamos antes da crise. Isso nos fará falhar em nossas análises.

Sugiro uma pista quando quiser saber se está no caminho correto: se, conforme a crise evoluir, você e sua empresa voltarem a operar com os mesmos processos e propostas de valor que propunham antes da COVID-19, provavelmente, estarão caminhando para o fracasso.

Como citei anteriormente, diversos modelos mentais vão mudar. Em todo o mundo, milhares de pessoas demitidas já despejam conhecimento e capacidades no mercado e, em breve, se tornarão concorrentes de seus antigos empregadores. Comunidades já se organizam de forma virtual e cooperativa para criarem soluções reais. Os conhecimentos de alto nível (científico, social e filosófico) antes pouco valorizados por Wall Streeters e Faria Limers já correm soltos e formam grupos que os propagam e que exigirão novas formas de relacionamento entre empresas e indivíduos.

O ano de 2020 deve ser o ano de maior aprendizado que algumas sociedades tiveram até hoje. Este conhecimento estará nas ruas, em cada funcionário e em cada cliente. É um conhecimento que aproxima as pessoas independentemente das classes sociais, ao mesmo tempo em que separa aquelas que não conseguirem aprender a pensar de forma responsável perante a sociedade e perante cada indivíduo.

Este modelo mental crescerá, desenvolverá novas culturas, novas tribos e potencializará novas estruturas. Algumas delas, inclusive, já existiam antes, mas com menor força, tais como grupos de colaboração para o trabalho (como já acontecia nas comunidades de aprendizado), para a inovação (como nos ecossistemas de startups) e até para a convivência no dia a dia (como comunidades de coexistência).

A partir desses movimentos, a inovação deverá ter mais frentes de origem e se acelerará, aumentando, portanto, a concorrência por profissionais e por mercados. Ao mesmo tempo, a transformação digital que se acelera com a crise ameaçará fortemente alguns modelos de negócios e postos de trabalho tradicionais e criará novas demandas profissionais. Cadeias produtivas serão totalmente revistas e as empresas terão que abraçar as mudanças ou morrer.

O fidigital (união de soluções em meios físico e digital) já é o novo normal. Uma nova “economia da saúde” surgirá trazendo oportunidades e ameaças a diversos setores. Caso não impacte o seu diretamente, você correrá o risco de ficar como o ‘sapo na panela’, sem perceber que o seu ambiente de negócios também já foi alterado. Acredite, chegará a sua vez.

Quando exatamente o seu setor será impactado? Não sei dizer. Na verdade, a previsão desta data não é importante. O que importa é saber que já há, hoje, empresas realizando esta virada. Use a lógica que as finanças corporativas nos ensinam: o valor de um negócio é dado pela expectativa futura de seu fluxo de caixa. E, quando se consegue quantificar a redução nas expectativas, pode ser tarde demais.

Certamente, você já ouviu tudo isso antes. Este discurso existe na Administração há vários anos, mas era de difícil materialização até agora. Profissionais e estudiosos de diversas áreas já explicaram partes — ou até a totalidade — desses movimentos de formas diversas. Será que você e sua empresa entenderão desta vez?

 

 

Escrito por

Renata Barcelos

Professora e pesquisadora nas áreas de estratégia e pensamento sistêmico. Professor and researcher: strategy & systems thinking. PhD in Business Administration.

 

Por que a cocriação é necessária para a inovação?

Por que a cocriação é necessária para a inovação?

Empresas podem investir em cocriação ao fechar parceria com diversos players no mercado para manter a competitividade durante a transformação digital.

A Indústria 4.0 exige alguns desafios: da mudança de cultura à adoção de tecnologias que vão gerar novos processos, produtos e serviços. No entanto, essa transformação digital demanda uma velocidade que muitas empresas não estão prontas. Por isso, a cocriação é essencial para a inovação.

O motivo é que muitas organizações da indústria não possuem uma área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para criar possíveis soluções e validá-las no ambiente corporativo. Ainda mais quando líderes esperam obter um retorno mais rápido dos investimentos feitos.

Somado a isso, dependendo do porte da empresa, gestores de TI e de negócios buscam desenvolver e fornecer soluções integradas de forma independente, econômica e eficaz. Porém, o cenário atual de pandemia indica que parcerias podem ir além dos modelos tradicionais de inovação.

Em outras palavras, ser uma empresa dentro da Indústria 4.0 demanda olhar para além dos processos internos. Essa inovação colaborativa, como destaca a consultoria Deloitte, é o que vai levar o negócio além das restrições orçamentárias, garantindo receitas e competitividade.

Por que a cocriação é importante na Indústria 4.0?

No mercado atual, cada vez menos organizações podem confiar exclusivamente em um processo interno de P&D para gerar inovação. Por isso, adotar e desenvolver um ecossistema de inovação cooperativa se torna crítico para gerar valor para todas as partes envolvidas.

Um exemplo é a Bosch. Para acelerar a inovação dentro da organização, além do setor de P&D, a multinacional alemã criou um ecossistema de startups, priorizando a criatividade dos colaboradores. Essa cocriação interna permitiu o desenvolvimento e adoção ágil de soluções nos processos.

Claro, este foi o modelo adotado pela Bosch para impulsionar a inovação. No entanto, isso não impede que a sua empresa procure parcerias com outras companhias ou startups de diversos mercados e para diferentes fins.

Quando você está aberto a fechar parcerias para inovar, algumas vantagens são bem perceptíveis. O primeiro deles é que os produtos e serviços vão ser centrados nos clientes (B2B ou B2C), gerando maior valor e menor risco de falhas.

Outros benefícios são:

  • Cronograma: cocriação fornece ciclos mais rápidos de desenvolvimento de produtos, resultando em menor tempo de execução do conceito até o lançamento no mercado.
  • Acessibilidade: a parceria vai te permitir acesso aos recursos da outra empresa para o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
  • Reputação: inovação colaborativa vai permitir que o seu negócio entre em novos mercados que, sozinho, você encontraria dificuldades de penetração. Isso vai permitir atrair novos consumidores para a sua empresa.

Os desafios da inovação colaborativa

A transformação digital é uma jornada sem data prevista para acabar. No entanto, se você já deu esses primeiros passos, sabe bem que o tempo de ciclo das inovações tecnológicas tem diminuído cada vez mais.

Por isso, é essencial explorar novas maneiras de inovar, incluindo parcerias estratégicas, laboratórios de pesquisa e centros conjuntos de inovação. Até porque, atualmente, as empresas costumam ter várias alavancas que podem usar para apoiar o desenvolvimento de produtos.

É preciso pensar também que: em uma abordagem somente interna você terá maior controle do que é desenvolvido. Porém, isso vai exigir um maior esforço para manter uma vantagem competitiva, porque será necessário um time experiente e maior tempo para lançar a solução.

Quer saber mais sobre os outros desafios de cocriar para inovar?

  • Velocidade: desenvolver uma solução por conta própria vai exigir pesquisa e desenvolvimento internos, aumentando o tempo de entrega do projeto.
  • Talento: encontrar ou reter talentos qualificados para recursos emergentes pode aumentar ainda mais o gap de desenvolvimento de uma solução.
  • Investimento: sua empresa precisa lidar com investimentos em outras áreas. Então, como evitar uma restrição orçamentária?
  • Burocracia: processos tradicionais exigem aprovação em várias camadas. Isso dificulta uma toma de decisão mais ágil e na velocidade de entrega.

Com quem e como impulsionar a cocriação?

“O que meu parceiro deseja e como ele pode se beneficiar com a minha empresa?”. Talvez essa seja uma das perguntas que você deva fazer ao decidir investir na cocriação. O primeiro passo é identificar quais lacunas existem e que impedem a inovação no seu negócio.

Feito isso, é hora de identificar quem vai apoiar suas necessidades: clientes, fornecedores, concorrentes, instituições acadêmicas, agências governamentais, empresas privadas. Já viu como as opções para inovar são grandes?

Definido o parceiro, a colaboração para o desenvolvimento de uma solução pode ser resumida em três etapas:

  1. Descoberta: envolve a criação da estratégia de produto, pesquisa de inteligência de mercado, insights sobre consumidores e concorrência.
  2. Design: desenvolvimento e design do produto, da experiência do usuário, estudos sobre precificação e arquitetura e infraestrutura tecnológica da solução.
  3. Lançamento: definição da estratégia de lançamento, gerenciamento da solução, comercialização e marketing.

Embora a cocriação seja um multiplicador de forças para inovar em um ambiente da Indústria 4.0, a probabilidade de sucesso depende do ambiente certo.

Ou seja, questões como governança, monetização, cultura organizacional, infraestrutura devem estar alinhadas entre todos os players envolvidos na cocriação de produtos, soluções e serviços.

De fato, a pandemia do coronavírus acelerou a transformação digital em diversas empresas. Porém, inovar sozinho talvez não traga tantos benefícios assim. Por isso, apostar num ecossistema de parcerias pode manter o seu negócio competitivo no cenário atual.

Principais destaques desta matéria

  • Cocriação pode acelerar transformação digital nas empresas.
  • Inovação colaborativa permite o desenvolvimento e a adoção ágil de soluções.
  • Parceria com outros players do mercado é essencial durante a pandemia do coronavírus.

 

Fonte:https://mundomaistech.com.br/ti/transformacao-digital/por-que-a-cocriacao-e-necessaria-para-a-inovacao/