by Dora Gurfinkel Haratz | abr 30, 2015 | Dora |
Laços… Compromisso e Comprometimentos, têm sido temas bastante discutidos, ultimamente.
Tenho visto o quanto a palavra “compromisso” tem gerado profundo mal estar em algumas pessoas.
Um termo tão pleno de significantes significados, tão humano, tornou-se, de repente, quase maldito!
Melhor dizê-lo bem…
É impossível tentar realizar o mito de ser sozinho. Pura fantasia!
Fato irrefutável: somos humanos, portanto, seres de “com/vivências”…
De que será que temos medo? Pois é por medo, suponho que evitamos nos comprometer.
Medo de não sermos correspondidos, talvez.
Mas como sermos correspondidos se julgamos nada ter a oferecer ou quando pensamos não ser o Outro merecedor do que temos a ofertar?
Neste momento paro e penso:
Ninguém é suficientemente pobre que não tenha nada a oferecer, nem desmesuradamente rico que nada tenha a receber.
Parece que nossa “palavra de honra” está com seus dias contados, desmerecida, esvaziada, até mesmo ridicularizada. Um horror!
É preciso consideramos também, a “Reciprocidade”.
Sem este compromisso do Outro para conosco, seríamos lançados ao desamparo absoluto. Coisa terrível, esta sim, o desamparo. Aquele que desde cedo lutamos para evitar. Por sobrevivência mesmo.
Pensemos agora no “Comprometimento”…
No mundo corporativo, por exemplo, temos uma série de compromissos, uma série de tarefas, por assim dizer.
Já o comprometimento é a relação que estabelecemos com estes compromissos.
Uma vez envolvidos e motivados, compromissos fazem parte desta rica aliança de pertencimento. Eis que nos encontramos naturalmente comprometidos com causas, pessoas, objetivos e sonhos. Humanos…
Funciona assim com nossos afetos também. Somos os mesmos, onde quer que estejamos…
A partir deste ponto, basta que nos mantenhamos fiéis a nós mesmos, simplesmente. Um novo ponto de vista, uma nova cena, mais arejada, aqui se apresenta.
Precisamos ser sinceros conosco e, portanto, com os Outros.
Se por algum motivo começarmos a questionar nossa motivação, está na hora de repensarmos se as causas ainda fazem sentido para nós, se os objetivos ainda são os mesmos, se as regras estão de acordo com nossos valores atuais.
Não conseguimos fugir de nós mesmos. Nem vale a pena tentar…
Objetivos em mente, identificados com causas e valores pessoais que nos representem, podemos dizer: “terra à vista”, sem medo de naufragarmos.
A vontade de pertencer, a ética, o afeto e a comunicação nos bastam.
Parece muito, mas são atributos que já nos constituem. Fazem parte de nossa natureza.
Lembro aqui um pequeno extrato de texto do filósofo francês Paul Ricouer (1913/2005):
“Quem diz iniciativa diz responsabilidade. Toda a iniciativa é uma intenção de fazer e, como tal, um compromisso a fazer, portanto, uma promessa que eu faço silenciosamente a mim mesmo e tacitamente a outrem. A promessa é a ética da iniciativa.”
Depender… dependemos mesmo é das relações que estabelecemos, das atitudes, do querer fazer parte de… O fato do pertencimento é, por si só, constituinte do nosso ser. Fato.
Isto demanda sim uma boa dose de dedicação, organização e senso de responsabilidade, com aquilo ou com quem, nos comprometemos.
Para que complicarmos? Somos gregários.
Não nego aqui a necessidade fundamental de nos pensarmos como indivíduos. Mas não só(s). Pelo simples fato de nos engendramos uns aos outros.
O medo da dependência me parece ser uma forma de “re-atualizá-la”. Seja em nossas relações afetivas, familiares, ou corporativas.
Parece ser também uma falsa questão, uma vez que esta condição nos é dada desde nossa “pré-história’ individual.
Somos seres de pertencimento. Este é nosso tecido, não nossa armadilha.
Sem nos lançarmos nesta empreitada, a de nos comprometermos conosco e com os Outros, viveremos à deriva em nosso barco falsamente chamado de Liberdade.
Sem amarras, é bem verdade, mas também sem laços.
by Dora Gurfinkel Haratz | fev 5, 2015 | Dora |
Temos ouvido, com muita frequência a seguinte frase:
“É… não está fácil pra ninguém!”, ou quem sabe:
“É! Tá feia a coisa…”
Em momentos de crise é quando temos que nos dedicar a buscar o que é mais típico no ser humano: sua CRIATIVIDADE!
E como fazer para que a Motivação não nos abandone em momentos bicudos como estes?
Os indivíduos são sempre os mesmos em suas características básicas. Seja na vida particular, seja em seu ambiente de trabalho. É só prestarmos um pouquinho de atenção (o que, é claro, é muito bom!)
Não deveríamos nos enganar, agimos e reagimos, com maior ou menor controle, da mesma maneira ao longo de nossas vidas….
Dito isto, pensemos no ambiente interno das empresas….
Hoje é para lá que os olhos dos gestores se voltam. Não é mesmo?
Uma pessoa motivada é aquela que tem a capacidade de se “auto-motivar”…
Mas em certos momentos, precisamos de um combustível extra para ficarmos mais animados.
Pessoas mais confiantes, bem aceitas e realizadas, com expectativas compatíveis com suas possibilidades, encontrarão seu caminho próprio para enfrentar os desafios que se apresentem.
O mesmo acontece no ambiente das organizações.
Portanto o papel da área de Recursos Humanos é fundamental, uma vez que atua diretamente como facilitadora do diálogo entre empresários e seus colaboradores.
Não é todo dia que acordamos cheios de gás, animadíssimos com o presente e mesmo com o futuro. E isto não é esperado, nem deve ser, de ninguém em nenhum lugar.
A motivação transforma resultados, alcança metas, desenvolve habilidades, inclusive as emocionais, para enfrentarmos as dificuldades do dia a dia.
Enfim, o homem é o resultado da motivação somada à necessidade. Resultado este que fez de nós artistas, artífices, gênios criativos.
A motivação é, e sempre será, o que impulsiona o ser humano.
Uma equipe motivada, envolvida pelos ideais da empresa, sua imagem, sua história, qualidade e tradição, é resultado deste investimento e foco nos colaboradores como pessoas, indivíduos que tem necessidades, personalidades e objetivos próprios, além de fazerem parte deste grupo especificamente.
Acredito que, mantendo-se em mente que este grupo, quando bem afinado, tem enorme influência sobre este mesmo indivíduo, a atenção particularizada aos seus componentes é tarefa imprescindível.
Zelar pelas “partes” objetivando o “todo” parece ser a chave mestra para abrir uma série de portas e oportunidades.
É preciso determinação, treinamento, planejamento, conhecimento e, sobretudo cuidado e escuta, neste turbilhão no qual nos encontramos hoje.
O potencial humano é o que temos de melhor, para alçarmos grandes e produtivos voos.
Se é verdade que sem motivação não há solução, penso na comunicação como sendo sua melhor via de acesso.
Vamos a ela?
by Dora Gurfinkel Haratz | jan 10, 2015 | Dora |
A meu ver, empatia é uma forma de estar no mundo.
Portanto, terá seu papel de destaque nas relações cotidianas, inclusive, no ambiente de trabalho de qualquer um de nós.
Caminhamos, nos dias de hoje, por uma trilha cada vez mais complexa no mundo das comunicações e relações, motivada também, pelo aumento da velocidade com que as mudanças tem se apresentado.
Consequência: indiscutível impacto nas formas através das quais as pessoas passaram a se inter-relacionar com o mundo que as cerca.
Dados do Instituto do Seguro Social (INSS), em estudos realizados no ano de 2011, os afastamentos por problemas psicológicos no País, já ocupam o 3o lugar no ranking oficial . Motivos? Estresse, depressão em decorrência também, do ambiente de trabalho…
Mas há aquelas empresas que já perceberam que para chegarem onde querem, dependem muito de seus colaboradores e que realmente investem na “gestão de pessoas”.
Do que se trata aqui, afinal?
De elevar-se o patamar das relações interpessoais.
Regidos por uma relação de confiança e cumplicidade entre si, altos níveis de engajamento e comprometimento podem ser alcançados.
Claro está que as relações entre pessoas não mudam de um dia para o outro.
Baseando-se na ideia de uma “ecologia da mente”, sabemos que nossas ações tem o poder de modificar o meio ambiente (seja ele qual for) e este nos modifica, simultaneamente. Portanto a forma através da qual nos relacionamos com “nossos outros”, tem imensas consequências.
Isto requer investimento pessoal e tempo.
Mudanças verdadeiras são aquelas que se repetem ao logo do tempo e que podemos acompanhar…
Há diferenças que realmente fazem diferença. E é em busca destas que estamos propondo, como um das abordagens possíveis e necessárias, a intenção de realmente nos colocarmos no lugar do outro.
Saber e querer ouvi-lo como ele é, numa atitude positiva, despidos de “pré-conceitos”, saber de seus projetos, sonhos, expectativas, enfim, a própria predisposição para a escuta já modifica a qualidade das relações no ambiente. Seja ele de trabalho ou não.
Só consegue ser simples quem entende a complexidade. E para entender a complexidade de um colaborador, a Empatia é a melhor ferramenta.
Em resumo, entendo por empatia ” a capacidade de se colocar no lugar do outro, desprovido de valores e conceitos, aceitando a diferença de pensamento e a diversidade nas ações”.
Parto também da premissa de que todas as realidades são construídas socialmente e de que o campo ambiental de tais construções é a linguagem.
Sendo assim penso que; de uma boa conversa não devemos escapar…