Dinossauros, Babyboomers ou Gerações X, Y e Z: qual é você?
Dinossauros, Babyboomers, gerações X, Y, Z, tantos rótulos, mas quem somos e como nos relacionamos no meio corporativo?!
O mundo mudou, as pessoas, as empresas e com tudo isso, as relações e competências também. Mas será que todas essas mudanças estão acontecendo apenas devido ao avanço das novas tecnologias? E a sensação de robotização eminente das profissões? E o nosso anseio em demonstrarmos que somos capazes, são influenciadores desse processo?
Reconhecidamente, a tecnologia exerce um papel fundamental para que estas mudanças aconteçam. Porém, o enfoque nesse momento de reflexão não são as tecnologias, mas o que temos feito e nos tornado com a justificativa de estarmos vivendo um novo mundo.
Vale ressaltar a importância de estarmos inseridos em um ambiente de múltiplas visões nas organizações, e essas se mostram através das pessoas, suas experiências, conhecimentos e expectativas, o valor que é atrelado às conquistas passadas com o foco para o futuro, que será proporcionado por pessoas de diversas gerações trabalhando e construindo esse “novo fazer e saber”. Mas para que isso aconteça, na prática, será necessário um exercício diário através da forma como nos comunicamos e como percebemos o outro.
Mas como estão essas relações entre diferentes gerações nas empresas? Em um estudo recente da ASTD Workforce Development, feito em parceria com a Vital Smarts, mostrou que dos 1.348 formulários distribuídos entre colaboradores de algumas empresas, um em cada três – 35,39% admite que sua empresa gasta pelo menos cinco horas de trabalho semanais em conflitos entre gerações – o que representa uma perda de produtividade em cerca de 12%. Outros 55,45% afirmam que as diferenças de ideias entre funcionários de idades diferentes consomem de uma a cinco horas semanais em produtividade.
Esses dados trazem à tona uma importante reflexão aos gestores:
91% dos entrevistados dizem que em suas empresas existem pelo menos três gerações diferentes de colaboradores e destes, 80% afirmam que as empresas não têm um programa ou estratégias bem definidas para lidar com as diferenças de idade entre as equipes. Os dados nos mostram ainda que independente da faixa etária, os pontos que aparecem com maior frequência na lista de queixas de uma geração e outra são: a falta de experiência anterior; resistência e falta de vontade para inovar; falta de respeito, disciplina e foco.
E ainda temos um outro ponto de atenção que pode servir de objeto para ser desenvolvido pelas organizações:
67% entre os mais velhos dizem perceber alguma RESISTÊNCIA das gerações seguintes em discutir sobre os desafios de convivência. Entre os mais jovens, 63% afirmam notar o mesmo quanto às gerações anteriores.
Confúcio, um filósofo chinês, em 2500 a.C disse: “Se a linguagem não é correta, o que é dito não é o que se pretende dizer; se o que é dito não é o que se pretende dizer, o que deve ser feito fica por fazer”.
Com isso, vemos que a Cultura Organizacional precisa ser revisitada, pois após este diagnóstico do que está acontecendo e o desdobramento desses dados, podemos avaliar as perdas no decorrer desse processo, para assim termos ações ágeis em forma de:
Programas de sensibilização e integração entre as equipes, proporcionando um canal aberto para o DIÁLOGO, a TOLERÂNCIA e a EXPERIMENTAÇÃO, com o objetivo de demonstrar os ganhos que ambos os lados terão nesse desarmamento e possibilidade de interação.
Nós enquanto profissionais somos muitas vezes “rotulados” com base em faixas etárias e experiências vividas. Os mais “antigos” podem ser chamados de “dinossauros” ou ”veteranos”. Já os “babyboomers”, que vieram das gerações X, Y, Z estão sendo reconstruídos e também reinventados, embora tendo formas de agir, pensar e praticar antagonicamente, funcionam através das DIFERENÇAS e novas dinâmicas de linguagens e de escuta ativa uns com os outros.
Quando existe uma cultura propensa a conviver e disseminar novas práticas relacionais, que reconheçam os valores agregados de cada um, com múltiplas gerações trabalhando em conjunto e sistemas de avaliação de desempenho há uma maior produtividade. Consequentemente, surge um ambiente mais harmônico, de respeito e com quebra de paradigmas, proporcionando assim experiências das mais variadas e ricas possíveis para todos os envolvidos, sejam sobre qualquer rótulo.
Todos nós de diferentes gerações temos apenas um desejo: a conquista do nosso ESPAÇO e RECONHECIMENTO. Que tal construirmos juntos?
Até a próxima!
Fonte: Jacqueline Cucco é especialista em RH e Educação Corporativa, Consultora, Docente e Conteudista em Administração e RH nos cursos de Graduação e MBA, presencial e EAD na Unigranrio, Sagah e Docente da Universidade Corporativa do CRECI-RJ. Pesquisadora de Inteligência Artificial, Tecnologia Cognitiva e Análise Preditiva para RH e Educação.