by Regina Martelli | maio 5, 2016 | Regina |
A prática do “Casual Friday” começou nos Estados Unidos, no final da década de 80, como um meio de diminuir o stress dos funcionários e estimular a produtividade. A ideia é que, às sextas-feiras, as pessoas tenham mais liberdade e conforto no vestir, usando peças menos formais. Aqui no Brasil, algumas empresas aderiram a essa ideia, já outras preferem o casual Day, isto é, a informalidade é determinada em um dia qualquer da semana. Seja qual for o tipo de “casual” escolhido pela empresa, o fato é que essa palavra não significa que a pessoa vá trabalhar desarrumada ou com cara de quem está chegando da praia ou da piscina. Nada de chegar ao trabalho de bermudas, camisetas regata, havaianas, short, minissaia ou vestidos em geral ou com qualquer item mais apropriado para um fim de semana num resort.
Para os rapazes, o jeans – sem desfiados ou rasgões – ou uma calça de gabardine cáqui com uma camisa esportiva ou uma polo são boas apostas. O tênis é aceitável, desde que seja discreto, com solado baixo, o chamado sapatênis.
E para as moças, as roupas podem ser mais descontraídas do que o terninho, a calça ou a camisa masculina que costumam usar, desde que não sejam substituídos por minivestidos, saias ou macacão curtinhos, nem sandália rasteira. E para ambos os sexos: não vestir camisetas com frases humorísticas, nem de clubes de futebol. Ou seja, roupa informal, mas com bom senso.
Consulte sempre o código de vestimenta de sua empresa, e tire dúvidas sobre as sextas-feiras.
by Regina Martelli | abr 5, 2016 | Regina |
A roupa é poderosa. Nossas prioridades, nossos valores e expectativas podem ser percebidos através do que usamos. O que se veste pode criar uma impressão positiva e fazer com que a pessoa se sinta bem consigo mesma, além de mais segura. Sem falar na considerável contribuição para a nossa autoestima.
No teatro, nas novelas e no cinema, o figurino é um item fundamental para dar veracidade ao personagem. O mesmo se dá no trabalho. Como se estivesse encenando uma peça ou um filme, o profissional deve pensar a roupa do trabalho como um figurino. Uma produção que ele veste para representar um papel, o personagem que a profissão exige. Um advogado deve se vestir com a austeridade que o cliente espera dele. Um médico de branco transmite a impressão de assepsia e saúde. Assim como uma secretária executiva de uma empresa não pode usar uma bermuda com sandália rasteira. Em compensação, estas mesmas peças cairiam bem numa produtora de moda. Enfim, cada “papel” com o seu figurino adequado.
by Regina Martelli | jan 22, 2015 | Regina |
O nome da pessoa que um dia teve a ideia de cortar as pernas das calças para aliviar o calor e acabou fazendo estilo, ninguém sabe exatamente. Mas a origem do nome é certo que veio das ilhas Bermudas, hoje território britânico, que por sua vez teve o nome tirado do seu descobridor, o espanhol Juan Bermúdez.
Lá, diz a lenda fashion, como as mulheres eram proibidas de mostrar as pernas, elas começaram a usar uns shorts grandes, que logo foram adotados pelos homens locais. Os ingleses também adoraram a ideia e, como toda boa criação, a bermuda espalhou-se pelo mundo.
Aqui no Brasil, nesse verão 2015 escaldante, essa confortável e prática peça de roupa virou polêmica profissional, quase dúvida existencial: usar ou não usar?
Em algumas prefeituras e empresas o uso já foi liberado, mas eu não ouvi falar de nenhuma orientação de estilo. Vai depender só do bom senso dos funcionários? Hum… Considerando que a bermuda tem diferentes correntes, corre o risco dos sem noção chegarem para trabalhar vestidos de skatistas.
As moças têm a alternativa de trabalhar de vestidos e saias, portanto essa é uma questão que diz respeito mais aos rapazes. Vamos lá:
1) Não usar bermuda cargo, aquela cheia de bolsos, você não é um explorador.
2) Nada de estampas florais ou cores cítricas. O escritório não é praia. Fica liberado, no máximo, um xadrez ou listrado discretíssimos.
3) A dupla bermuda e camiseta deixa o visual desleixado.
4) O modelo mais indicado é o tipo alfaiataria. Esse, aliás, chega até a ser elegante.
5) Camisas de tecido ou de malha na linha pólo são as mais indicadas.
6) Esqueça chinelo, sandálias ou o tênis da academia. O sapatênis e o mocassim estão liberados.
7) Apesar das bermudas mais justas e até acima do joelho estarem na moda, o comprimento mais adequado para o trabalho é na altura do joelho.
by Regina Martelli | jan 17, 2015 | Regina |
É uma delícia assistir ao seriado Mad Man. Uma reprodução de época impecável traz de volta o comportamento politicamente incorretíssimo dos anos 50 e 60. Parece inacreditável ver como se fumava nos escritórios durante o trabalho, numa ótima, um cigarro atrás do outro. Os homens tomavam o seu uisquinho em qualquer reunião, na maior. Isso sem falar nos assédios variados que rolavam dentro das salas. É interessante ver também o capricho do figurino do seriado, que mostra o jeito como as mulheres se vestiam para trabalhar naquele tempo. A moda da década de 50 destacava a cintura bem marcada em saias justas (hoje chamadas de saias-lápis) ou em modelos mais rodados usados com blusas de malha (ban-lon, era o nome) ajustadas, deixando uma sensualidade no ar. Ou camisas em tecido, fechadinhas ou não, que podiam ter detalhes delicados, revelando um toque de ingenuidade e um certo pudor. Seja como for, a feminilidade estava sempre presente na roupa, assim como a maquiagem e os penteados, tudo cuidadosamente elaborado.
Quanto aos homens, o terno. Em qualquer escalão e para todas as situações do dia a dia, vestia-se terno e pronto.
Desde a Primeira Guerra, quando os homens deixaram as fábricas para lutar e foram substituídos no trabalho pelas mulheres, veio a necessidade de um estilo mais prático e funcional para elas. Afinal, a moda do início da segunda década do século 20 ainda era influenciada pela Belle Epoque e seus chapéus floridos e emplumados e pelos espartilhos volumosos e desconfortáveis. A partir daí, a roupa feminina como um todo foi simplificando – nesse quesito temos Coco Chanel como precursora – e a mulher nunca mais quis voltar para aquele figurino exagerado. Pelo menos para trabalhar.
Nos anos 70, foi Diane Von Fustenberg a estilista a criar a peça icônica da linha funcional, o vestido-envelope (wrap dress), a roupa prática que acompanhava a profissional do escritório ao happy hour ou ao jantar de negócios, depois do expediente.
É através dos filmes Uma Secretária de Futuro (1988) e Wall Street (1987) que Melanie Griffith, Sigourney Weaver, Michael Douglas e Charlie Sheen retratam a linha dos chamados Yuppies (Young Urban Professional), que é como ficaram conhecidos os jovens da década de 80 que tinham como propósito o êxito, o consumo e o poder. A roupa certa na hora certa fez de Giorgio Armani e seus ternos bem cortados de ombreiras largas (a representação desse poder) virarem objeto de desejo desses profissionais. As mulheres eliminaram do vestuário de trabalho os babados, rendinhas e fru frus em geral, para buscar no guarda-roupa masculino seriedade, num estilo urbano-chic com coletes, camisas, paletós e ternos. Começa a era das “poderosas”.
Como reflexo da diversidade dos tempos atuais, o figurino profissional está muito mais livre, leve e solto. E é aí que mora o perigo. O terno deixou de ser obrigatório para os rapazes. O que não quer dizer bermuda e camiseta. E as meninas, com tantas opções no supermercado de estilos que caracteriza a moda contemporânea, não devem focar na minissaia nem nas transparências, entre outras “cascas de banana. Essa total liberdade na moda exige principalmente bom senso. O visual bem cuidado, a roupa confortável, adequada para a hora e a função continuam valendo. Como há 100 anos.