Crise: não, obrigada(o)! Ou: sim por favor!

Crise: não, obrigada(o)! Ou: sim por favor!

Crise é um tema sobre o qual muito se escreve. A crise mundial, a crise econômica, a crise política, a crise de valores, e outras mais…

Há várias formas de se lidar com uma crise. Alguns a encaram de frente e outros optam por negá-la, tomando uma das “pílulas da felicidade”.

O que é a crise? Crise, palavra de origem grega, Krisis, que pode significar ruptura, separação, decisão, julgamento e escolha. Na Grécia, a palavra crise era usada para indicar o ponto de virada em uma decisão, argumento ou doença. Hipócrates, pai da Medicina, chamava de crise o ponto no qual o doente podia melhorar ou piorar. Tudo fica diferente depois de uma crise, considerando que haverá uma mudança para alguma direção.

Na abordagem da biografia humana, com a vida dividida em setênios (sete anos), as crises podem ser vistas como oportunidades de desenvolvimento do ser humano. E o que podemos desenvolver? Nossa força interna, despertar nosso sentido de viver, nossa missão… O certo é que vamos passar pelas crises, aprendendo ou não as lições necessárias.

Crise da Identidade – 21 anos

Surge a primeira crise. Com a chegada da maturidade, o jovem busca seu caminho e sua diferenciação da família. Qual é a minha identidade? Quem sou eu? Alguns já se iniciaram na profissão, por conta de uma formação técnica ou estão fazendo um curso superior e pode surgir a questão: esta profissão faz sentido para mim?

Crise dos Talentos – 28 anos

As aptidões com as quais nascemos são colocadas em xeque. São efetivamente minhas ou pertencem ao meu passado? Quais aptidões, a partir de esforço próprio, preciso desenvolver para o futuro? Podem surgir dúvidas: “Estou no caminho? Que caminho devo seguir? ”

Crise da Autenticidade – 35 anos

Nesta fase, a tarefa de desenvolvimento é transformar a crítica externa em autocrítica. Somos levados a questionar: “Quem sou eu, realmente? Quais são as minhas potencialidades? Quais são meus valores? Quais são meus limites? Como posso ser autêntico(a) em minha ação? Em que dimensões da minha vida não vivo de acordo com meus valores?”

Crise Existencial – 42 anos

A biografia humana situa aos 42 anos, a chamada “crise dos 40”. Podemos dizer que estamos no alto de uma montanha e enxergar toda a paisagem. Nesta fase, sentimos o decaimento das forças físicas e o futuro está efetivamente em nossas mãos, dependente de nosso esforço pessoal. Como encontrar um novo patamar e encarar novas dimensões da vida?

Quanto mais nos dispusermos a viver nossas crises, mais estaremos fortalecendo nosso Eu, para vivermos nossa missão individual, seja ela qual for, e dar nossa contribuição à humanidade.

“Perseverar é aprender,
aprender é praticar,
praticar é repetir,
repetir é ganhar experiência,
experiência é crise,
crise é prova,
prova é fortalecimento,
fortalecimento é liberdade,
liberdade é criar do nada,
criar do nada é transformar,
transformar é caminho e fim ao mesmo tempo. ”
– Rudolf Steiner.

Bibliografia indicada:
Tomar a vida nas próprias mãos – Dra. Gudrun Burkhard – Ed. Antroposófica
Harmonia e Saúde – Dra. Gudrun Burkhard – LUAAMA

7 Comments

  1. Nada como um momento de crise, para fazermos enxergar tudo de outra forma. Se descontruir-reconstuir, ser uma nova pessoa, ver com novos olho.
    Gratidão infinita a todas as minhas crises e aos aprendizados vindo delas!
    Maravilhoso o texto Angela, parabéns!

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    • Oi Jéssica! Agradeço por seu comentário. Vc captou bem o espírito!

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  2. Excelente texto Angela,as vezes passamos desaparcibidos por estas fases..tal vez pq nem sempre nos sacodem com a mesma forca..Pessoalmente nao posso afirmar que com 42 anos passei por decaimento da minhas forcas fisicas e sentime bem enraizada no presente,com meu olhar num futuro tranquilo.Mas a vida continua depois dos 42!!!..Conta para nos amiga que a vida está a cada vez mais looonga, porém.. ainda temos varios ciclos de 7 pela frente!! e..pelas costas tb!! rss abracao e meus PARABES..!! Paula Spivak

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    • É isso mesmo Paula! Quando, por volta dos 42 anos, investimos em nosso desenvolvimento interior, sentimos menos a redução da forças físicas. Agradeço pelo comentário!

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  3. Sensacional ! E tão bom como reconhecer as crises é saber que é possível aprender com elas !

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    • Isso mesmo, André! Aproveitemos as crises!

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  4. Muito bom isso Angela Vega, realmente as crises são inerentes aos seres humanos, talvez na natureza,pois à terra mesma, não passou por vários ciclos? Eu fiquei lendo ansiosamente esperando a crise dos 50 anos. Pôxa…..rssssssssss.

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