Longevidade – um conceito, uma realidade, muitas decisões

Longevidade – um conceito, uma realidade, muitas decisões

As estatísticas confirmam que estamos vivendo mais… Basta olhar em volta, e perceberemos que a longevidade é uma realidade. E o que faremos com ela? Podemos imaginar que a nossa vida já está encaminhada. Será? O que faremos com os anos adicionais de vida? Como nos sustentaremos? Qual o impacto para os mais jovens?

Dois professores da renomada escola de negócios London Business School, Lynda Gratton e Andrew Scott, acabam de lançar o livro “The 100-Year Life – Living and Working in an Age of Longevity” (A Vida Centenária – Viver e Trabalhar na Era da Longevidade), ainda sem tradução para o português.

No webinar de lançamento, os autores trouxeram algumas ideias que gostaria de compartilhar com vocês. Com a longevidade, caminhamos para o rompimento da imagem de uma vida com três estágios bem definidos: educação, trabalho e aposentadoria. Estudamos como uma preparação para o “mercado de trabalho” e trabalhamos para nos aposentar algum dia. Esse modelo está em extinção. Já se deu conta?

Pois é… A educação precisa estender-se e permear toda a vida, transformando-se de educação receptiva em autoeducação, no desenvolvimento de habilidades e agregação de conhecimentos. Existem várias formas de educação possíveis (incluindo gratuitas). Considero as viagens como um meio de aprendizado e de autoconhecimento. As leituras, também.

Para lidar com a “vida centenária”, os autores criaram 3 blocos de ativos intangíveis que precisamos cultivar, desde cedo, em nossa vida: Produtividade, Vitalidade e Transformação.

O ativo Produtividade engloba o conhecimento (técnico e habilidades), os pares e a reputação. No ativo Vitalidade, encontram-se a saúde, o viver balanceado e os relacionamentos regenerativos (que nos energizam). Dentro do ativo Transformação, estão o autoconhecimento e as redes.

Para reforçar o cultivo desses ativos intangíveis, um dos pontos de partida é o desenvolvimento de hábitos. Como aprendemos? Como podemos melhorar nossos hábitos relacionados ao aprendizado? Como cuidamos de nossa saúde, de forma global? Que hábitos podem nos levar a viver de forma balanceada?

O conceito de trabalho também se transforma, com a possibilidade de exercermos diferentes atividades ao longo da vida. Hoje já se observam jovens que transitam entre empregos, empreendedorismo e momentos sabáticos. Podemos ver a transição do que chamamos de trabalho para uma conexão com o propósito de vida.

Pesquise em sua vida, lembrando o que aconteceu aos 18 anos e meio, aos 37 anos e aos 55 e 10 meses. Segundo os estudos de Biografia Humana, nestas idades acontece o nodo lunar (quando o sol e a lua estão na mesma posição de nosso nascimento), e podem ocorrer fatos que nos conectam à nossa missão, vocação e profissão. Aos 18 anos e meio, podemos ter um vislumbre do nosso propósito, da nossa missão na vida. Aos 37 anos, recebemos um questionamento de nossa vocação (estamos na profissão correta?). E, aos 55 anos e 10 meses, surge a visão de uma nova missão, para a fase seguinte a partir dos 63 anos.

Da mesma forma, a aposentadoria, como sonhavam nossos avós, não está garantida e a expectativa de uma pensão seja do governo ou de uma empresa privada está cada vez mais distante. Precisaremos financiar nossos anos a mais de vida…

E, novamente voltamos aos hábitos… Quais são as mudanças que precisamos fazer em nossos hábitos de consumo, de poupança e de investimento? De dinheiro e de tempo!

Dentre tantas incertezas, uma certeza se estabelece: se quisermos viver com qualidade a nossa longevidade, precisamos começar a investir já!

Referências:
http://www.100yearlife.com/resources/

4 Comments

  1. Inspirador é real este texto, Angela, muito obrigada por compartilhar de suas reflexões!

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  2. Excelente artigo
    Precisamos estimular a cultura previdenciária no nosso país é dimininuir essa “cultura do imediatismo”, do consumismo
    Parabéns Angela pelo artigo

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  3. Super oportuno! Me enxerguei em cada linha. E parece que cuidei das três dimensões (razoavelmente rsrsrs).
    Penso que uma carreira acadêmica me cai bem, agora.

    Que venha o centenário, para todos nós!

    Penso que compartilhar o que se aprendeu nas duas primeiras etapas deve ser o coroamento.

    Sem trocadilhos!

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  4. A questão não é a longevidade, a questão é a carreira terminada. A questão não é o pecado, é o perdão. O perdão é divino e de quebra é terapêutico. A carreira terminada fecha a história e de quebra pode ser longeva. Se a carreira não terminou é porque Deus assim o quis. Não existe longevidade, existe eternidade. Para esta temos uma meta que é alcança-la para nossa salvação. A eternidade é inexorável, ela nos açambarca em cheio antecedendo-nos e sucedendo-nos e permanece para sempre independente se alcançamos ou não a salvação. Os não salvos lamentavelmente terão morte eterna também conhecida como inferno. Morreremos conforme viveremos. Aquela, a longevidade, não passa de uma mera quebra a exclusivo critério dos Céus que no entanto respeitam as individualidades daqueles que a inibem em vidas turbulentas…:)

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