Em uma sessão ao vivo, na conferência virtual da Association for Talent Development, Elliott Masie, presidente da Learning Consortium falou sobre a realidade atual e projetou um olhar para o futuro.
O início da sessão mostrou sobre a possibilidade de pensar na aprendizagem “Lego” , ou seja “blocos de aprendizagem”. Salientou também que, grande parte do aprendizado e do conhecimento encontra-se nos nossos colegas de trabalho e não necessariamente na equipe corporativa de educação e desenvolvimento. Masie delineou quatro estágios do aprendizado corporativo durante a pandemia.
Estágio 1: “Oh,droga!”. Durante esse período as organizações vivenciaram um movimento parecido como de um “looping”, pois, muitos dos seus colaboradores, quase instantaneamente, foram obrigados a trabalhar de casa. Isso sem as ferramentas necessárias como banda larga, dividindo espaços limitados com outros membros da família que também aprendiam a trabalhar de casa. Nesse estágio ocorreu pouco aprendizado formal.
Estágio 2: fomos apresentados aos desafios e às oportunidades de adaptação e adoção de novas formas de aprendizagem. Usamos as ferramentas existentes para ajudar a manter algum grau de conectividade. Ocorreu uma certa conscientização para reconhecer as mudanças. Nesse momento passamos a não exigir a utilização dos webinars, com a intenção de não sobrecarregar os colaboradores. Entretanto, eles ansiavam por mais suporte, acesso ao conhecimento especializado e mais conexão.
Estágio 3 – neste estágio deveríamos ter em mente a seguinte pergunta: “como otimizar o apoio aos funcionários”? O “e” do e-learning de hoje não significa de eletrônico, mas sim de evolução e, mais importante, de empatia. Tudo isso faz parte do aprendizado atual. A área de educação e desenvolvimento precisa de reconhecer que seus profissionais vivem uma experiência completamente diferente, lidando com incertezas econômicas e de saúde.
Estágio 4: não sabemos exatamente o que está para vir. Logo, não temos uma estratégia definida, mas há pontos a serem observados:
- Há profissionais que voltarão a trabalhar num espaço físico. Eles precisarão de instrução quanto aos novos procedimentos, como distanciamento social, uso de máscara e outras questões pertinentes a saúde de todos.
- Um segundo grupo de funcionários continuarão trabalhando em casa. Parte do desafio será na retenção dos que apreciam do contato social e veem vantagens em compartilhar o mesmo espaço físico. Devemos nos perguntar: os cronogramas serão modificados a longo prazo? A organização fornecerá ferramentas mais adequadas?
- Uma outra questão: como ocorrerá a integração com a equipe que continuará trabalhando para a organização? A área de talentos talvez precise redesenhar as descrições dos cargos com novas habilidades.
- Enfatizou-se a necessidade da área de RH atender as demandas das pessoas que tiveram suas vidas interrompidas e que não retornarão aos seus antigos postos. Como a organização poderá ajudar esse grupo?
No final da sessão virtual, um participante perguntou sobre a conexão entre a área da educação e desenvolvimento e os shows. Elliott Masie junto com a Masie Productions produzem musicais e peças na Broadway. Masie afirmou que é importante integrar conteúdo, música e envolvimento e que devria ser o foco da área de educação e desenvolvimento.
A conferencista finaliza com a seguinte reflexão: “nesse período não tinhamos nenhum roteiro preestabelecido, mas temos uma história para contar e devemos dedicar um tempo para celebrar o que realizamos, como nos adaptamos e tudo que foi produzido”.
FONTE: Texto adaptado e traduzido do site ATD (Association for Talent Development Virtual Conference Experience).