Em determinadas épocas do ano ficamos imersos em um clima de festa, como no Carnaval. Tudo transpira movimento e algumas pessoas vibram e se envolvem com o clima existente.
É importante fazer uma distinção entre festa e celebração. Uma festa pode acontecer sem que haja um objetivo. Pode ser que a festa seja o próprio objetivo. Para a celebração, necessariamente, existe uma razão para acontecer, marcando passagens e podendo ser encarada como um portal para a fase seguinte.
Nas empresas, as celebrações também precisam ocupar um papel especial. Algumas pessoas a consideram como perda de tempo e que as realizações somente precisam ser comemoradas ao final. Entretanto, a celebração das pequenas vitórias, intermediárias, pode recarregar os empregados com energia para prosseguir o caminho na direção do objetivo maior a ser alcançado, principalmente em projetos de longo prazo.
Celebrar tem sua origem no verbete do Latim CELEBRARE, que quer dizer “honrar, fazer solenidade” e do verbete CELEBER, “o que é várias vezes repetido”, logo, “famoso, digno de honras”.
Faz muito tempo, li um artigo sobre a importância de solenizar nas empresas. Marcar os momentos de transição, reforçar determinados ritos. As entradas e saídas de pessoas, as conquistas realizadas, as mudanças de rumos. Quando passamos a considerar que tudo é corriqueiro, que tudo é natural, perdemos a capacidade de inovar e de nos surpreender.
As celebrações destinadas ao reconhecimento de pessoas são importantes para as próprias e para as demais que são expostas a um exemplo de comportamento e atitude valorizado pela empresa.
Deve-se destacar que, para cumprirem seu objetivo como solenidade, devem ser explicitadas as razões que a levaram a acontecer e a ocasião precisa ser organizada de forma que as pessoas percebam sua lógica.
A celebração é uma das necessidades humanas básicas e compartilhadas por todos os seres humanos, no conjunto proposto por Marshall Rosenberg, que desenvolveu a comunicação não-violenta. A celebração, nesse caso, inclui celebrar a criação da vida e os sonhos realizados; e elaborar as perdas (o luto).
Por isso, ao celebrarmos estamos atendendo a uma necessidade humana.
No âmbito pessoal, dedicar tempo para celebrar nossas realizações, agradecendo por nossas vitórias, enriquece a vida. E repõe nossa energia para realizarmos ainda mais.
E você, tem celebrado as suas realizações?
Para saber mais:
Corporate Celebration: Play, Purpose, and Profit at Work. Terrence E. Deal. Editora Berrett-Koehler.
Comunicação Não-violenta. Marshall Rosenberg. Editora Ágora.
Imagem: Gerd Altmann por Pixabay
Boa reflexão!
Angela, você como sempre exercendo a arte de provocar e nos fazer refletir. Belo artigo.
As organizações precisam compreender o valor dos feitos que garantem a continuidade, e mais que brindar, elevar o celebrar. Bem ao alto. E em muitos casos, ao celebrar reforçamos o pertencimento. E o indivíduo é sedento disso.
Obrigado pela reflexão.
Aguardando a próxima. Um abraço.
Sempre me questionei muito sobre celebrar ou parar nossas atividades para em grupo agradecer pelo resultado ou mesmo para chamar a atenção por uma atitude mas na maioria das vezes não tive sucesso. Mesmo assim continuo celebrando a vida…afinal estamos vivos e este já é o suficiente.Obrigada