by admin | maio 9, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy |
As comorbidades, que aumentam o risco diante do novo coronavírus, podem ser
evitadas com um estilo de vida saudável
Pesquisa da Fiocruz recém-divulgada estima que um em cada três brasileiros adultos, ou seja, cerca de 50 milhões de pessoas, tem ao menos um dos cinco fatores de risco que podem agravar a Covid-19: diabetes, hipertensão, doenças pulmonares, cardíacas, ou são idosos.
De acordo com os dados, 22% são hipertensos, 7% tem diabetes, 4,2% sofrem doenças do coração e 1,8% tem doenças no pulmão. É uma má notícia porque retrata que 33,5% da população tem dado pouca atenção aos cuidados com a saúde, já que todas estas doenças estão essencialmente ligadas a um estilo de vida impróprio. Até mesmo a idade avançada, outrora vista como uma condenação, não tem mais tal caráter. Cada vez vemos maior número de pessoas envelhecendo com talento, verdadeiros jovens plenamente ativos aos 70, 80 e 90 anos.
Portanto, por trás da má notícia, há uma boa notícia: todas estas doenças são passíveis de prevenção. Um estilo de vida saudável representa 73% das chances de longevidade de um indivíduo. Estudo publicado pela Associação Médica Americana mostrou que quatro hábitos, adotados em conjunto, respondem por uma redução de 80% no risco de desenvolvimento das doenças crônicas mais comuns, justamente as que mais colocam em risco os pacientes de Covid-19. Os quatro hábitos são: dormir bem, manter o peso ideal, fazer exercícios regularmente e seguir uma dieta saudável.
As transformações no mundo pós-pandemia não ocorrerão apenas na economia, no mercado de trabalho e no comportamento social. A prevenção e os cuidados com a saúde ganharão maior relevância. Através do check-up médico regular, fatores de risco para a saúde do indivíduo são mapeados e as orientações para corrigi-los são definidas. Que o susto com a Covid-19 sirva, ao menos, como um convite para a prática de um estilo de vida mais saudável.
Fonte: https://vejario.abril.com.br/blog/gilberto-ururahy/coronavirus-uma-boa-e-uma-ma-noticia/
Imagem: Dormir bem, manter o peso ideal, fazer exercícios regularmente e seguir uma dieta saudável são quatro regras de ouro. Inspired Images by Pixabay/Reprodução
by admin | abr 29, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy |
O debate não pode ser entre combater o vírus ou pensar nos empregos: temos que fazer
os dois para conseguir a maior redução de riscos.
Em recente coluna no jornal “The New York Times”, Thomas Friedman causou controversa ao afirmar que a sua maior apreensão é a forma que será adotada pelas autoridades para sairmos da situação de isolamento social para a volta ao trabalho. Friedman foi questionado sobre estar apreensivo com a economia em um momento em que todas as atenções estão voltadas para a saúde. “É preciso estar preocupado”, insistiu, alegando o temor diante de outro grande inimigo, que chamou de “as doenças do desespero” que atingirão pessoas que, da noite para o dia, perderam emprego, negócios ou todas as economias. “Teremos mais mortes por desespero do que por coronavírus. O debate não pode ser entre combater o vírus ou pensar nos empregos: temos que fazer os dois para conseguir a maior redução de riscos”, resumiu.
Friedman citou o megainvestidor americano Warren Buffett, à época da crise financeira de 2008: “Quando a maré baixa, vemos quem está de sunga e quem não está”. Para ele, a atual pandemia é como a maré recuando: desnuda todas as fraquezas, não apenas individuais, de sistemas imunológicos ou doenças pré-existentes, mas a saúde dos próprios países, se são bem governados e se tem sólidos sistemas de saúde.
Friedman listou alguns exemplos de países que estão testando caminhos para equilibrar esta equação. Uma possibilidade é testar o máximo da população e as com menor risco ou maior imunidade começam a voltar ao trabalho aos poucos, para que retomem a atividade econômica. “Não defendo salvar todo mundo ou matar a economia. Ou salvar a economia e morrer todo mundo. mas defendo sim que precisamos de uma estratégia que combine as duas coisas do melhor jeito e reduza os danos à saúde econômica e pública”, definiu o americano.
Outro modelo de enfrentamento ao vírus proposto por Friedman foi adotado por Israel, Suécia, Holanda e Dinamarca, por exemplo. Estes países estão se limitando a isolar idosos e imunodeficientes, apostando na imunização coletiva, quando um alto percentual da população contrai o vírus e cria-se imunidade.
Este é o caminho que o Brasil tende a adotar com o novo ministro da saúde, Nelson Teich. “Se existe o conceito de que tem que ter 70% da população em contato com a doença para que ela seja imune, e a vacina vai levar talvez um ano, um ano e meio… Entre 2% e 70%, se você não tem um crescimento explosivo da doença, o que não está acontecendo no Brasil, a gente talvez nem chegue nesse número antes da vacina. Isso pode levar um ano, um ano e meio. É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado. O afastamento é uma medida absolutamente natural e lógica na largada, mas não pode não estar acompanhado de um programa de saída. Isso é o que a gente vai desenhar e vai dar suporte a estados e municípios”, disse o ministro.
Nessa crise, a idade é o primeiro fator de vulnerabilidade para o indivíduo. Mais envelhecemos, mais a funcionalidade de nossos órgãos diminui. Isso é válido para todos os órgãos. Quanto à capacidade respiratória, importante para enfrentar a Covid-19, ela atinge o ápice entre 20 e 30 anos; depois, diminui, progressivamente, até os 70 anos. O segundo fator de vulnerabilidade são comorbidades, isto é, as doenças crônicas: obesidade, hipertensão arterial, diabetes, asma, câncer… que se presente no idoso, o risco de complicação se agrava.
Até termos uma vacina ou imunização do grupo, precisamos colocar as pessoas de volta ao trabalho. Cedo ou tarde seremos obrigados a retomar nossa rotina. O isolamento social no Rio de Janeiro está decretado, a princípio, até 30 de abril. As questões trazidas por Friedman podem ajudar a iluminar as melhores decisões para quando esta hora chegar.
Fonte: Veja Rio on-line
Imagem: A pandemia expõe forças e fraquezas não apenas dos indivíduos, mas também das economias e sociedades. Elliott Alderson by Pixabay/Reprodução
by admin | abr 20, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy |
Pandemia reforçou a importância de se evitar fatores de risco como diabetes e hipertensão
Diante de tanta informação que a ciência já dispõe sobre a nova pandemia, uma das certezas mais relevantes se refere às comorbidades. Oito em cada dez mortos no Brasil de Covid-19 apresentam um fator de risco associado, como doenças cardíacas, respiratórias, diabetes ou hipertensão. Fumantes também estão no grupo de risco, já que, de maneira geral, têm doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite crônica ou enfisema.
Trata-se de mais uma evidência da diferença que um estilo de vida saudável significa a longo prazo. Hábitos que são de nossa responsabilidade mudar, como o fumo e o sedentarismo, são a causa de 50% das mortes no mundo. A Covid-19 passa a juntar-se a esta lista.
Um estilo de vida saudável inclui alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle de peso, sono adequado, estresse controlado e check-ups periódicos. Esses hábitos devem ser mantidos durante todas as fases da vida, visando assim evitar o aparecimento das doenças crônicas.
Abaixo estão algumas dicas de como atingir um estilo de vida saudável:
1 – Diário alimentar: Aproveite a agenda do celular e coloque nela todas as refeições do dia – inclusive os deslizes. Alguns aplicativos também podem ajudar nessa tarefa. Esse é o primeiro passo para você ter noção de onde está exagerando.
2 – Objetivos claros: Comece traçando dois objetivos, um a médio e outro a longo prazos. Valorize as vitorias atingidas!
3 – Durma bem: O sono adequado é responsável por repor as energias e representa um dos segredos da longevidade.
4 – Exercício físico: Há vários aplicativos que oferecem programas e séries de exercícios para se fazer em casa. Isolamento social não é desculpa para ficar parado. Trinta minutos ao dia são suficientes. Mexa-se!
5 – Compartilhamento da experiência: Um estilo de vida saudável deve ser compartilhado com todos os membros da família, principalmente as crianças.
6 – Check-up: Não deixe de fazer seus exames semestrais ou anuais, conforme recomendação do seu médico para saber se seu plano de novo estilo de vida está funcionando e, assim, se sentir mais estimulado.
7 – Flexibilidade: O segredo de um estilo de vida saudável a longo prazo é não ser inflexível. Escolha uma das refeições da semana para comer aquilo que você gosta. Isso reforça o ânimo para seguir em frente.
Repare as dicas acima nada tem a ver com longos períodos de tempo ou grande valor de investimento. Basta boa vontade e perseverança. Adote um estilo de vida saudável e prepare-se para colher os bons frutos dessa escolha nos anos que virão. Saúde é prevenção.
A prática regular de exercícios está entre os passos para um estilo de vida saudável. Scott Webb by Pixabay/Reprodução
by admin | abr 20, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy |
A atual pandemia também passará e a vida vai se impor mais uma vez
“Não havia tempo para liberarmos os corpos. Nós os empilhávamos no fundo da sala de reanimação do hospital. E liberávamos os corpos quando podíamos, durante o dia ou à noite”. A descrição da cena dramática poderia ser de algum profissional de saúde em um centro médico na Europa em 2020. Mas o trecho é extraído de um depoimento a um jornal francês de 1969, durante a Gripe de Hong Kong, que vitimou 31 mil franceses e um total de um milhão de pessoas em todo o mundo.
A analogia entre os dois momentos foi feita pelo deputado francês Olivier Becht. Sua intenção foi chamar a atenção dos franceses para as lições que podem ser extraídas das epidemias pregressas. Em primeiro lugar, a boa notícia de que nossas sociedades já enfrentaram crises de proporção semelhante. Ele apontou a atual pandemia mundial como um evento jamais visto por nossa geração. No entanto, ressalta que esta não é a primeira vez que a Humanidade enfrenta uma crise de tal proporção e elenca outras ocorrências recentes enfrentadas por gerações anteriores no século XX, como a Gripe Espanhola (1918) e a Gripe Asiática (que matou dois milhões de pessoas em 1957), além da já citada Gripe de Hong Kong. Apesar da mortalidade em massa, a Humanidade não foi dizimada a vida seguiu seu curso. Esta pandemia também passará e a vida vai se impor novamente.
Outro ponto levantado por Becht é que os avanços tecnológicos modificaram a sociedade de forma definitiva nos últimos 50 anos. Se em 1969 a morte de milhões de pessoas era interpretada como uma fatalidade, hoje ela nos soa simplesmente inaceitável. Espera-se que a ciência possa nos proteger de todas as doenças, como se a morte estivesse cada vez mais acuada, vencida pelas descobertas científicas. No entanto, Becht pontua que essa visão sobre a morte se restringe apenas quando os atingidos são os países ocidentais. Ele se refere ao escandaloso fato de que 500 mil pessoas morrem de malária na África todos os anos, sem a devida repercussão nos países do Primeiro Mundo.
Becht também destaca a mudança no grau de exigência da sociedade para com o Estado, responsabilizado por providenciar resposta a todas as demandas. “Em 1969, ninguém cobrou que Pompidou detivesse a gripe de Hong Kong”, cita.
Para o deputado francês, fica claro que a História nos ensina o quanto mudou a esfera midiática e sua influência em eventos de grande repercussão. À época, muitos canais de mídias ainda estavam sob controle do Estado francês. Como não era possível deter a doença, simplesmente não se falava sobre ela. Já na era dos canais de notícias 24 horas no ar e das mídias sociais, o assunto domina todos os espaços. “Temos a impressão que nossa visão de mundo se limita apenas ao que aparece nas telas”, resume. E como só se fala de Covid-19, quase esquecemos que a vida continua “com o que ela tem de mais maravilhoso, como o amor, a criação e a inovação, mas também com o que ela tem de pior: o ódio, a violência, a criminalidade, a estupidez”, provoca Becht. Ele defende que a saturação de informações sobre a doença nos dá a impressão que o mundo parou. E a normalização de tal sentimento faz com que ele pare, de fato.
Becht se antecipa e afirma que sempre poderão alegar que estamos vivendo outros tempos, bem diferentes de 1969. É verdade. Os ensinamentos da História não nos obrigam a repetir fórmulas ou modelos para enfrentar novos desafios. Mas ele se arrisca a listar desde já algumas lições do passado que nos podem ser úteis neste momento:
1 – Epidemias sempre existiram e, provavelmente, sempre existirão. Elas não são resultado de complôs internacionais de estudiosos e militares em laboratórios secretos. Elas são simplesmente vírus que fazem parte da natureza, assim como nós.
2 – Nem mesmo toda a ciência ou os melhores líderes e autoridades podem evitar a ocorrência de eventos naturais imprevistos.
3 – É preciso manter o otimismo, porque a Humanidade sempre conseguiu dar a volta por cima e se sobrepor às epidemias.
Becht propõe que os franceses não se desgastem acompanhando a contagem de mortos que monopoliza a mídia e as redes sociais. Ele conclui seu raciocínio propondo um desafio. “Olhem para o passado, este pode ser o recuo necessário que nos permitirá construir um futuro melhor. Coragem e esperança!”
Epidemias anteriores oferecem lições para nosso atual momento. Gordon Johnson Pixabay/Reprodução
by admin | mar 22, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy, Saúde |
A Organização Mundial de Saúde está mapeando as boas práticas dos países
Em meio a enorme avalanche de notícias, às vezes perdemos algumas informações preciosas. A realidade é que alguns países estão freando o coronavírus e a Organização Mundial de Saúde (OMS) está mapeando exemplos para identificar estratégias bem sucedidas de contenção da pandemia.
Por mais que haja gigantescas diferenças entre os países – como o perfil populacional, já que o vírus se mostrou mais letal entre os idosos – saber quem conseguiu bons resultados é fundamental no planejamento da melhor estratégia de ação.
Chama a atenção dos especialistas, por exemplo, os casos de Cingapura e do Japão. Ambos evitaram uma crescente taxa da epidemia reagindo rapidamente no isolamento de casos suspeitos e mantiveram políticas severas desde que a chegada da doença foi identificada.
Já a Coreia do Sul e China, onde a pandemia teve início, chamam a atenção por outras estratégias. Na Coreia, a decisão pelo isolamento social e testagem em massa de suspeitos foram determinantes. Na China, o bloqueio nos transportes e a determinação do toque de recolher foram fundamentais, antes mesmo que a epidemia completasse 30 dias de circulação.
Mesmo em países onde os números de casos explodiram no último mês, como Irã e Itália, a curva de crescimento da epidemia começa a dar sinais de abrandamento.
Muitas das atitudes listadas acima já estão sendo adotadas pelo governo brasileiro e pelos estados mais atingidos. É hora de nos mantermos atentos e cautelosos, seguindo as determinações das autoridades sanitárias. Quando se trata de saúde, a melhor estratégia é a prevenção.
E você, está fazendo a sua parte?
by admin | mar 18, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy, Saúde |
O crescimento ou diminuição de casos da epidemia depende de cada um de nós.
Neste momento em que uma pandemia acomete boa parte dos países do mundo, temos a oportunidade de ver o quanto a precaução é a melhor atitude quando se trata de saúde. Nações que adotaram rapidamente as medidas restritivas e solicitaram a quarentena à população são as que mais rapidamente estão conseguindo retardar ou mitigar o crescimento do número de casos. Já os que demoraram a entender a gravidade da crise, estão pagando um preço alto, como é o caso da Itália, infelizmente.
O presidente francês Emmanuel Macron acaba de declarar que “a França está em guerra” contra o coronavírus, com medidas mais agressivas de contenção, como o fechamento de fronteiras e do comércio.
Já o presidente americano Donald Trump, inicialmente reticente ao vírus, caiu em si, decretou estado de emergência e aderiu a sensatas orientações de isolamento da população, fechando bares, restaurantes, museus, teatros, cinemas, restringindo viagens e recomendando que os americanos trabalhem de casa.
Por aqui, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta puxou para si a responsabilidade de capitanear o plano de contenção do coronavírus no Brasil. Até este momento, temos pouco mais de 200 casos na contagem oficial do governo. A previsão das autoridades é que este número fatalmente crescerá nos próximos meses. Mas o fundamental para o sistema de saúde é que este crescimento, mesmo que contínuo, seja gradativo. Caso contrário, se for exponencial, com milhares de novos casos por semana, teremos um colapso. A boa notícia é que isto ainda pode ser evitado no Brasil – e só depende de nós.
A população precisa entender que quarentena não é férias. A imagem da população lotando a praia no domingo de sol é alarmante. Não é hora disso. Neste momento, o que podemos fazer para evitar a rápida propagação do vírus é ficar em casa, restringindo as saídas apenas ao essencial, como supermercado e farmácia.
Outro ponto essencial é a higiene pessoal: lavar bem as mãos com água e sabão ou mantê-las higienizadas com álcool gel. Se tossir ou espirrar, fazê-lo sobre o braço, na altura do cotovelo. É muito importante evitar aglomerações e contatos próximos, inferiores a um metro de distância.
No final deste mês, o Governo Federal dá inicio à campanha de vacinação contra H1N1. É vital que os públicos- alvos, especialmente os idosos, compareçam e se vacinem.
Por fim, evitem passar adiante informações desencontradas ou fake news. A comunicação é uma ferramenta valiosa neste momento. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio e o Ministério da Saúde tem guias bastante completos e informativos em seus sites.
Quando se trata de saúde, a prevenção é sempre a melhor alternativa. Cuidem-se e protejam seus familiares, amigos e colegas de trabalho para, juntos, enfrentarmos mais esta crise.
Fonte: matéria publicada 16 de março de 2020 Veja Rio online