A Sessão vai Começar: DAS FORUM

A Sessão vai Começar: DAS FORUM

Dirigido pelo alemão Marcus Vetter, “DAS Forum” trata dos acontecimentos e bastidores do Fórum Econômico Mundial de Davos. Foi a primeira vez, em 49 anos, que um cineasta teve acesso irrestrito aos corredores e salas que as câmeras de TV não puderam acompanhar.

O Fórum de Davos é realizado desde 1971, na Suíça, pelo criador e organizador suíço-alemão Klaus Martin Schwab. Anualmente, os principais líderes empresariais, políticos, intelectuais e jornalistas se reúnem para debater questões mundiais abrangendo situações comerciais, de saúde e meio ambiente. Ao longo do tempo, o Fórum também se constituiu como ponto de inovação em que se apresentam novas tecnologias que visam auxiliar na melhoria da vida coletiva.

Ao terminar de assistir o documentário, lembrei-me do livro “O Jogo Infinito” do autor e palestrante Simon Sinek. O capítulo 2, denominado “Causa Justa”, me fez pensar nas discussões sobre sustentabilidade, tema central da 50ª edição Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Para entendermos a ideia de “Causa Justa”, Sinek inicia o capítulo descrevendo a história do botânico Russo Nikolai Vavilov, que tinha o sonho de acabar com a fome no mundo e seu plano consistia em utilizar a ciência emergente da genética para gerar “super-plantas”, capazes de crescer em todos os locais e em todos climas – dos desertos de areia mais frias durante secas ou inundações, podendo salvar civilizações inteiras. Durante a II Guerra Mundial, no cerco de Leningrado, a equipe de cientistas do Vavilov trabalhava para proteger o banco de sementes e cereais. Este era o foco da “Causa Justa” dos cientistas.

É importante ressaltar que Sinek define uma “Causa Justa” como uma visão específica de um futuro que ainda não existe. Algo que está em constante construção e que tem que preencher as cinco condições abaixo descritas:

  1. A favor de algo, em vez de lutar contra algo
  2. Inclusiva, onde todos podem contribuir
  3. Direcionada, a beneficiar os outros
  4. Resiliente, sendo capaz de resistir a qualquer tipo de mudança
  5. Idealista, sendo extravagante e visionária.

É possível constatar no documentário a prática da “Causa Justa” através da participação dos convidados: o ex-presidente americano Al Gore, conhecido pelo seu ativismo ambientalista; Jennifer Morgan, diretora do Greenpeace Internacional e vários ministros mundiais do meio ambiente. Todos eles analisaram o tema do combate ao aquecimento global e as novas equações energéticas, utilizando fontes limpas como a solar e eólica para um mundo mais sustentável.

Qual é a sua “Causa Justa”? Conte para nós!

Até a próxima sessão.

 

 

 

Fonte: Filme “Das Fórum” e o livro “Jogo Infinito” Simon Sinek. Editora Sextante.

 

A importância do Outubro Rosa

A importância do Outubro Rosa

A data nos lembra da importância da prevenção a doenças que atingem grande número de mulheres

 

Nas colunas anteriores, abordamos o câncer de mama e as doenças ginecológicas. São temas importantes, pela alta incidência, elevado grau de letalidade mas, sobretudo, por se tratarem de doenças que podem ser evitadas, se a paciente tiver acompanhamento médico preventivo. Pensando nisso, há 30 anos o mês de outubro é marcado por eventos do Outubro Rosa.

A data ganhou ainda mais popularidade nos últimos 10 anos, depois que vários monumentos e prédios históricos em diversas cidades do mundo passaram a ser iluminadas por luz cor de rosa para chamar a atenção do público para aquilo que a Medicina já sabe: a prevenção é a melhor arma de combate ao câncer de mama, de colo de útero e de diversas outras doenças.

O câncer de mama é o de maior incidência no mundo entre as mulheres, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (mais de 600 mil casos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.

No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais recorrente em mulheres, de todas as regiões. Para este ano foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres, um número considerado bastante elevado. Também percebe-se um crescimento das ocorrências entre mulheres mais jovens.

Segundo o INCA, alguns comportamentos contribuem para prevenir o câncer de mama em até 28% dos casos: ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas com regularidade, evitar bebidas alcoólicas, manter o peso adequado e fazer exames preventivos de rotina.

Infelizmente, no Brasil este último ponto é um empecilho concreto para boa parte das mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, das 11,5 milhões de mamografias que deveriam ter sido realizadas em 2019, apenas 2,7 milhões chegaram a ser feitas. A diminuição acentuada do exame preventivo é um fator de risco para milhares de mulheres e um alerta para a importância da campanha Outubro Rosa.

Mantenha um estilo de vida saudável, consulte seu médico com regularidade e mantenha seus exames em dia. Sua saúde agradece.

 

 

 

Fonte: https://vejario.abril.com.br/blog/gilberto-ururahy/importancia-outubro-rosa/

Google: pesquisa por transtornos mentais bate recorde no Brasil

Google: pesquisa por transtornos mentais bate recorde no Brasil

Crescimento de busca sobre o assunto na internet explicita como a pandemia mexeu com a saúde mental do brasileiro

 

Pesquisa inédita realizada pelo Google e fornecida ao jornal “O Estado de São Paulo” apontou que o brasileiro nunca buscou tanto por termos relacionados a transtornos mentais quanto durante a pandemia do novo coronavírus. Dados apontam crescimento de 98% nas buscas sobre o tema em 2020, se comparado à média verificada nos dez anos anteriores. A pergunta “como lidar com a ansiedade?” bateu o recorde de interesse da última década. Comparando com 2019, o crescimento foi de 33%.

Entre as três perguntas mais buscadas em 2020 com a expressão “como lidar”, duas estão relacionadas a ansiedade e depressão. Bateu recorde também o interesse dos brasileiros pelo questionamento do que é a felicidade. Em junho, a pergunta teve o maior volume de buscas dos últimos oito anos.

Tal comportamento endossa o que já observamos nos consultórios médicos: diante de um quadro de estresse, ocorre o medo e as incertezas. É a combinação perfeita para que o emocional entre em ebulição. Isoladas em casa, as pessoas viram vários de seus hábitos mudarem repentinamente: sedentarismo, ganho de peso corporal, queda na qualidade da alimentação, usa de bebida alcoólica como fonte de relaxamento. Em seguida, a insônia se estabelece e dá inicio a um ciclo danoso.

São muitos os fatores que podem ter levando ao crescente interesse do brasileiro sobre o assunto: a apreensão de contrair a doença, a obrigação do isolamento social, o desemprego e as perdas financeiras e o excesso de informação sobre coronavírus tem o poder de aumentar significativamente o descontrole emocional.

É importante deixar claro que medo e tristeza são sentimentos intrínsecos à nossa existência, que permeiam a vida de todos nós. No entanto, em excesso, podem ser extremamente prejudiciais, ainda mais se combinados com outros fatores, como alterações no apetite e queda na qualidade do sono, levando a quadros de pânico, ansiedade e depressão.

É hora de se cuidar! A alimentação equilibrada previne doenças, retarda o envelhecimento e melhora o humor; a prática de exercícios fortalece a imunidade, auxilia no controle do estresse e do peso, o sono reparador repõe as energias necessárias ao corpo e melhora o bem-estar geral. Check-ups médico periódicos contribuem na correção de eventuais fatores de risco para a saúde quando dos exames preventivos. O momento é de fortalecer a saúde.

 

 

 

 

Fonte e imagem: Pandemia aumentou a busca por informações sobre transtornos mentais como depressão e ansiedade. Envato/Reprodução

Leia mais em: https://vejario.abril.com.br/blog/gilberto-ururahy/google-pesquisa-transtornos-mentais-recorde-brasil/

O que é comunicação não-violenta e como ela pode nos ajudar?

O que é comunicação não-violenta e como ela pode nos ajudar?

A Comunicação Não-Violenta (CNV), é baseada em habilidades de linguagem e de comunicação e “fortalece a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas”, o que bem define o contexto atual.

 

Para além do mundo VUCA, acrônimo para Volátil (Volatile), Incerto (Uncertain), Complexo (Complex) e Ambíguo (Ambiguous), agora as empresas e os indivíduos enfrentam a pandemia do Covid-19 e em decorrência dela, o isolamento social. As pessoas precisaram se adaptar rapidamente à diferentes situações, por exemplo, ao home office, cuja denominação mais adequada seria home + office (casa + trabalho).

Nem sempre houve tempo para digerir as mudanças em curso. E elas ainda não acabaram, pois não podemos ter certeza do futuro. Será útil considerar a curva da mudança, fruto da observação da Dra. Elizabeth Kubler-Ross ao acompanhar pacientes terminais, diante daquela que é a última mudança pela qual passaremos, a inexorável, a morte. A curva da mudança, que pode também ser aplicada a um processo de luto e à situação em que estamos no isolamento social, começa com a negação, passa pela culpa, raiva , depressão, barganha, aceitação, até chegar à reconstrução (atitude de atenção e presença; aceitando que a pessoa ou a situação não faz mais parte do nosso presente).

Após passar por essa“curva”, a promessa é que voltaremos a ser nós mesmos, retomaremos nosso lugar na sociedade com mais lucidez e maturidade. De acordo com as histórias de vida, crenças e modelos mentais, cada pessoa poderá passar, mais rápido ou mais lentamente, pelas diferentes fases da curva da mudança. Ao mesmo tempo, é importante ressaltar que os sentimentos são naturais, todos passamos por eles em algum momento da nossa vida. Segundo Peter Senge, pesquisador do MIT e reconhecido por suas obras de aprendizagem organizacional, as pessoas não resistem à mudança, elas resistem a serem mudadas.

Mas o que é Comunicação não-violenta?

Para chegarmos ao “novo normal”, precisaremos passar pelo luto, com a despedida necessária do passado, para que possamos encontrar nosso lugar no futuro. Tanto nos contextos sociais como nos empresariais, precisamos nos relacionar com outras pessoas e a Comunicação não-violenta (CNV), metodologia desenvolvida e aplicada por Marshall Rosenberg (1934-2015) ao longo de toda sua vida profissional, pode nos ajudar a lidar com esses tempos.

A CNV é baseada em habilidades de linguagem e de comunicação e, segundo o próprio Marshall, “fortalece a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas”, o que bem define o contexto atual. A abordagem da CNV está baseada em 2 pilares, honestidade e empatia, e há 4 processos ou movimentos, a saber: observação, sentimentos, necessidades e pedido.

Iniciar uma conversa trazendo observações (fatos, dados), em vez de avaliações (julgamentos, rótulos), promove uma abertura do outro para o que queremos dizer. Para Marshall Rosenberg, os sentimentos estão conectados às necessidades e surgem em decorrência do seu atendimento ou não.

Se nossas necessidades estão atendidas nos sentimos felizes, entusiasmados, animados, criativos, confiantes etc. Se as necessidades não estão atendidas, nos sentimos tristes, desiludidos, incomodados, irritados. E o que são as necessidades? Elas compreendem a autonomia (escolhas de objetivos e planos), a celebração (celebrar a vida, elaborar as perdas); a integridade (autenticidade, significado), a interdependência (compreensão, respeito) e as necessidades físicas (abrigo, descanso). Os exemplos citados de necessidades não são exaustivos.

E, como as necessidades são comuns a todos os seres humanos, podemos reconhecê-las em nós mesmos e nos outros. Para completar os 4 processos e aumentar a probabilidade de que nossos pedidos sejam aceitos, alguns cuidados básicos são importantes. Ter consciência do que queremos pedir, usar uma linguagem de ações positivas (expressar o que queremos em vez de o que não queremos); evitar frases vagas, abstratas e ambíguas. Além disso, é importante pedir retorno e pedir honestidade, perguntando se o outro conseguirá atender ao nosso pedido.

Como aplicá-la no ambiente profissional?

Estando presentes no aqui e agora, com atenção à nossa forma de falar, usando observações em vez de avaliações, percebendo e nomeando nossos sentimentos e as necessidades conectadas a eles. A partir dessa presença, podemos também observar os sentimentos e necessidades das outras pessoas, o que contribuirá para uma melhor convivência nos ambientes familiares, sociais ou empresariais.

Voltando aos 2 pilares da CNV (honestidade e empatia), Marshall Rosenberg define empatia como a compreensão respeitosa do que a outra pessoa está vivendo. Em ambientes profissionais, os líderes podem exercitar a empatia, percebendo em que momento da curva da mudança os seus liderados estão, quais sentimentos estão sendo expressos; para que possam atuar como facilitadores, apoiando a passagem deles pelos estágios. E, junto com a empatia para receber o que vem do outro, a honestidade na comunicação das mensagens e no relacionamento com os liderados, alimenta a confiança, tão necessária aos bons resultados empresariais.

 

* Artigo de Angela Vega, especialista em comunicação não-violenta, mudanças de ambiente e aconselhadora biográfica. https://www.consumidormoderno.com.br/2020/07/24/como-a-comunicacao-nao-violenta-pode-ajudar-no-ambiente-profissional/

Anestesia: uma opção irresponsável para Todos

Anestesia: uma opção irresponsável para Todos

A colunista Betania Tanure fala sobre a responsabilidade de não ter medo de agir na crise

 

A atual crise extrapola os limites da economia e da saúde, impondo mudanças no jeito de trabalhar, de consumir, de viver. Um olhar atento nos leva a reconhecer elementos e comportamentos típicos de uma crise em nível social, organizacional, individual. A atual crise é, portanto, também antropológica.

Faço um recorte de uma perspectiva dessa situação: a anestesia das pessoas diante dos problemas graves, das dores, dos erros, dos riscos, que por vezes levam à morte. Independentemente de o alvo ser o CPF ou o CNPJ, ela é concretamente a morte dos sonhos.

São várias as reações possíveis diante de um problema grave – seja como país, seja como organizações neste cenário em que o sucesso anterior não define a fase seguinte, seja como indivíduos diante da necessidade de se reinventar. A primeira e mais saudável reação é não negar o problema. Temos de admitir sua existência, compreender sua natureza, suas causas, seu impacto, os riscos envolvidos, buscar formas de lidar com a dor e as frustrações. E agir para extirpar o problema ou, no mínimo, administrá-lo.

A necessidade de mudança exige força, esforço, decisão e o desejo de construir um novo caminho. Para isso é preciso que as pessoas adquiram novas competências. “No free lunch”: força e esforço, conhecimento do problema, foco na solução.

Saia do espaço problema e vá para o espaço solução. Evite que seus problemas se tornem areia movediça, que o imobilizem. Não perca tempo, não perca o foco, não perca o jogo.

No último feriado, vimos que boa parte da população nega a dura realidade trazida pelo coronavírus. Praias e bares lotados, o evidente descuido nas ruas, a desatenção a protocolos de segurança, como se estivéssemos na era pré ou pós-pandemia.

Esse comportamento revela nossa incompetência individual e social. Temos esse mesmo comportamento diante da violência, dos roubos de dinheiro público, das negociações fraudulentas, do fato de a maior parte dos brasileiros viver em condições indignas. Não podemos nos anestesiar mais!

Nas empresas e entre os executivos, especialmente os bem-sucedidos, o risco é o mesmo. Muitos não admitem serem responsáveis pelo mau desempenho da empresa, que a perda, e não apenas o ganho, de market share, de vitalidade, de vigor é produto da (in)competência da liderança. Preferem apontar causas externas: a culpa é de outra área da empresa, é da crise externa, do preço do dólar, das mudanças que a pandemia impôs…

Se a negação persistente leva à anestesia, o medo exacerbado paralisa. Medo. Pânico. Tais sentimentos levam as pessoas à exaustão. Levam à morte, simbólica ou real.

Sabemos na crise o medo é um recurso de sobrevivência. Mas reconhecer esse sentimento não é paralisar-se. Deve- se ter maturidade emocional para agir: mapear a situação, avaliar os riscos e, com equilíbrio, mitigá-los.

Assim deve ser diante da pandemia, assim deve ser na empresa, na carreira. O que faz diferença é a serenidade e o equilíbrio emocional, esteios de um profissional bem-sucedido, de uma empresa saudável, de uma pessoa que enfrenta seus medos e erros para transformar-se. Somente assim, será capaz de liderar uma empresa em transformação.

A anestesia está nas ruas, nas empresas, no governo e ou em você. Aperte os cintos, equilibre-se emocionalmente e encare os desafios. Frustrações, erros e dores irão ocorrer. Foque a solução, lastreada na inteligência coletiva, e permita que seus valores e propósito orientem você. Isso não é fantasia, não é poesia. É o que vai gerar resultados extraordinários, melhores do que os dos seus concorrentes.

 

 

Fonte: Jornal O Valor