Aprendizados do Tony Robbins Brasil 2019

Aprendizados do Tony Robbins Brasil 2019

Tive a oportunidade de participar do evento que trouxe Tony Robbins ao Brasil, em sua primeira vez no Rio de Janeiro. Já tinha lido seus livros Poder sem Limites e Desperte o Gigante Interior, nos anos 1990 e compartilho alguns conhecimentos sobre como realizar mudanças, que foram vivenciados no evento, por meio de muito movimento e entusiasmo:

“Saiba que são suas as suas decisões, e não as suas condições que determinam o seu destino.” (Tony Robbins)

– A energia é o segredo da execução.

– O conhecimento é poder potencial. O verdadeiro poder está na execução, no fazer acontecer.

– A complexidade é a inimiga da execução. Simplicidade é a chave.

– A energia (para a execução) vem da nossa mente e do nosso coração. Comida não é fonte de energia (após comermos, experimentamos uma baixa de energia).

– Para fazermos mudanças de forma rápida, precisamos de momentum (movimento). Pessoas felizes ficam mais felizes.

– O Ciclo do Sucesso: Potencial se transforma em Ação; Ação gera Resultados; Resultados reforçam Certezas/Crenças; Crenças geram Potencial. Quando a Incerteza está presente, o Potencial não é gerado, poucas Ações acontecem e em decorrência, os Resultados não se materializam.

– Para ter resultados, precisamos trabalhar primeiro a mente e as emoções. Um estudo demonstrou que jogadores de basquete que treinaram os arremessos por meio de visualização mental apresentaram melhores resultados do que aqueles que treinaram fisicamente.

– Os fracassos não acontecem por causa dos recursos (tempo, dinheiro, tecnologia, conhecimento etc). Acontecem pela falta do recurso mais importante: as emoções.

– Emoções são o recurso definitivo (ultimate resource): criatividade, compromisso, determinação, certeza, flexibilidade, conexão, compaixão e visão.

– Duas forças influenciam nossas decisões: Estado Mental (momento a momento) e o Modelo de Mundo (longo prazo). Seu estado mental controla seu comportamento.

– Para mudar seu foco, mude suas perguntas.

 Qual a mudança que você quer fazer na sua vida? Como criar momentum? Como conseguirá energia? Quais crenças precisará rever?

 Referências:

Poder sem Limites. Tony Robbins. Ed. Best Seller

Desperte seu Gigante Interior. Tony Robbins. Ed. Best Seller

https://www.tonyrobbins.com/

 

Imagem: Gerd Altmann por Pixabay

 

Equipes Eficazes: os achados do Projeto Aristóteles

Equipes Eficazes: os achados do Projeto Aristóteles

Em 2008, a empresa Google lançou o Projeto Oxigênio para identificar o que tornava um gerente excelente e se sua presença era um diferencial para as equipes. Os resultados indicaram as seguintes características: ser um bom treinador; dar autonomia e não tentar controlar tudo; expressar interesse e preocupação pelo sucesso e bem-estar de seus subordinados; ser orientado para resultados; escutar e compartilhar informações; ajudar no desenvolvimento humano; possuir uma visão e uma estratégia claras; e possuir habilidades técnicas relevantes.

Em seguimento, foi iniciado o Projeto Aristóteles no qual os pesquisadores visavam descobrir como criar a equipe perfeita (produtividade), buscando entender os padrões existentes por meio de entrevistas e observações em mais de 150 equipes dentro da Google (mais de 150 horas de entrevistas).

Os resultados indicaram que um conjunto de normas de grupo fazia a diferença no desempenho das equipes. Foram observadas 5 dinâmicas que tornam as equipes eficazes, a saber:

1. Segurança Psicológica. Segundo a pesquisadora de Harvard, Amy Edmondson, segurança psicológica é uma “crença compartilhada, comum aos integrantes de uma equipe, de que o grupo é um lugar seguro para correr riscos”. Existe segurança para assumir riscos e ser vulnerável. A presença da confiança faz com que todos sintam que podem se expressar e cada integrante demonstre sensibilidade em relação aos sentimentos dos demais.

2. Confiabilidade. Os integrantes da equipe cumprem suas tarefas com responsabilidade e de forma confiável, contando uns com os outros.

3. Estrutura e Clareza. A existência de papéis claros, de planos e metas definidos contribuem para a eficácia das equipes.

4. Significado. Os membros da equipe percebem um senso de propósito no trabalho que fazem e nos resultados.

5. Impacto. Reflete a percepção de que o trabalho realizado é importante, faz a diferença e cria mudança, contribuindo para os resultados da organização.

Os pesquisadores também descobriram que algumas variáveis não impactavam, significativamente, a eficácia das equipes na Google: estar juntos no mesmo espaço (escritório); o consenso na tomada de decisões; a extroversão dos membros da equipe; o desempenho individual; a quantidade de trabalho; a senioridade; o tamanho da equipe; e o tipo de contrato (permanente ou temporário).

Ainda que você não trabalhe na Google, espero que essas informações e dinâmicas sirvam para uma reflexão sobre como tornar suas equipes mais bem-sucedidas ou como se tornar um membro eficaz de uma equipe.

Referências:

Charles Duhigg. Mais rápido e melhor: os segredos da produtividade na vida e nos negócios. Ed. Objetiva, 2016

https://rework.withgoogle.com/print/guides/5721312655835136/

 

O cérebro é feito para pensar… não para armazenar!

O cérebro é feito para pensar… não para armazenar!

Minha experiência com o método criado por David Allen, o Getting Things Done (GTD), descrito no seu livro “A Arte de Fazer Acontecer” tem me confirmado essa afirmação. Sinto-me mais produtiva e criativa ao registrar as ideias que surgem em vez de deixá-las na minha cabeça.

David explica que, com o desenvolvimento da neurociência e o consequente entendimento de como o cérebro funciona, fica claro que a mente é ótima para reconhecer, mas péssima para lembrar. Por isso, justifica-se a necessidade de se ter um sistema externo de armazenamento, fazendo “downloads” sistemáticos para ele. Por exemplo, podemos registrar os compromissos ou ideias em um caderno ou em outro sistema informatizado.

Dessa maneira, a mente é liberada para a criatividade e para pensar, porque passa a “confiar” no seu sistema, entendendo que, em algum momento, você dará atenção ao que foi registrado.

Além disso, como já foi abordado no post “A importância de encerrar – Fechar janelas para abrir portas”, tarefas incompletas interferem na qualidade do nosso pensar. Quando registrarmos a ideia ou a pendência, nosso cérebro descansa e pode ser usado para tarefas mais nobres e que exigem foco. Ganhamos energia.

Por isso, defina uma forma de registrar suas ideias ou pendências para tratar delas depois. Sua produtividade pode depender disso.

E você, como cuida de suas ideias e de sua mente?

“Sua mente é feita para ter ideias, não para armazená-las.” (David Allen)

 

Referências

A Arte de Fazer Acontecer. David Allen. Ed. Sextante. 2015

Post: http://eduvir.com.br/novo/a-importancia-de-encerrar-fechar-janelas-para-abrir-portas-2-minutos-de-leitura/

Imagem: Gerd Altmann por Pixabay

Apreciação: melhores pensamentos e resultados.

Apreciação: melhores pensamentos e resultados.

Com base em uma pesquisa realizada por John e Julie Gottman, Nancy Kline, idealizadora da metodologia Thinking Environment, definiu que a razão ideal entre apreciação e crítica é de 5 para 1. Cinco apreciações para uma crítica.

E por quê? Porque nosso cérebro pensa melhor e com maior criatividade na presença da apreciação genuína. E pensando melhor, conseguiremos melhores resultados.

Em um evento, ouvi Dr. Bob Nelson, especialista em motivação e engajamento, dizer que o ato de apreciar alguém é um aprendizado. Se fomos criados em um ambiente (na família ou na escola) em que a apreciação era uma prática, o ato de apreciar se torna natural. Caso contrário, precisamos exercitá-lo para que se desenvolva.

Para realizarmos uma apreciação genuína, Nancy Kline fala de 3 S (em português seriam 2S e 1E): Sucinto (Succint), Sincero (Sincere) e Específico (Specific). Uma apreciação precisa ser sucinta, evitando ser uma “rasgação de seda” o que a transformaria em bajulação, levando as pessoas alvo da apreciação a pensar em manipulação (“o que ele/ela quer de mim?). A característica da sinceridade é vital porque desde os tempos das cavernas viemos nos especializando em ler sinais faciais e nosso inconsciente capta a falta de sinceridade. Ser específico permite que a pessoa receba melhor a apreciação, reconhecendo-se nela.

Na Comunicação Não-violenta, Marshall Rosenberg afirma que a apreciação deveria ser usada como uma forma de celebração, e não de manipulação. A apreciação precisaria conter as ações que geraram a apreciação, as necessidades que foram atendidas e os sentimentos agradáveis gerados pelo atendimento das necessidades.

Até agora, tratamos apenas de um lado da apreciação: o dar. Podemos dizer que o outro lado é o saber receber. Muitas vezes, rejeitamos a apreciação por não nos sentirmos dignos de recebê-la e respondemos com um “são seus olhos”, por exemplo, ou começamos a explicar por que recebemos aquela apreciação e o porquê de determinada característica nossa.

Ao receber uma apreciação, simplesmente agradeça e beneficie-se. Lembre-se de corresponder e fazer da apreciação uma presença em sua vida.

Você tem exercitado a apreciação em sua vida?

 

Referências:

Time to Think. Nancy Kline

More Time to Think. Nancy Kline

Comunicação Não-violenta. Marshall Rosenberg

Imagens: Gerd Altmann por Pixabay + Free-Photos por Pixabay

Foco triplo: caminho para desenvolver a liderança.

Foco triplo: caminho para desenvolver a liderança.

O foco triplo, idealizado por Daniel Goleman, considerado o pai da inteligência emocional, pode ser assumido como um caminho para o desenvolvimento dos líderes.

Segundo Goleman, a tarefa básica da liderança é conduzir a atenção dos seus liderados. E, para fazer isso, os líderes precisam concentrar sua própria atenção em três focos: interno, no outro e externo.

O foco interno (conhecer a si mesmo) pode ser relacionado ao autoconhecimento. E a busca pode acontecer por diferentes caminhos. Entre eles, o uso de instrumentos, por exemplo, o MBTI (Myers-Brigg Type Indicator) para conhecer o perfil psicológico, que identifica as preferências do indivíduo. Uma outra possibilidade é o acesso à pesquisa das Forças de Caráter, no site Via Character, usando a psicologia positiva. Além dessas fontes, o livro “Seus Pontos Fortes” também oferece o acesso a um questionário por meio de um código de barras que se encontra em uma de suas contra capas.

No foco no outro, trata-se de desenvolver a sintonia com outras pessoas. E, dentre as habilidades interpessoais que precisam ser desenvolvidas, está a empatia. Segundo Goleman, existem três tipos de empatia. A empatia cognitiva permite que se entenda a perspectiva da outra pessoa, como se estivéssemos vendo o mundo pelos olhos dela. Manifestando a empatia emocional, a pessoa detecta como a outra está se sentindo. E, com a preocupação empática, o líder está conectado e percebe as necessidades das pessoas em torno dele.

O foco externo (compreender o mundo) pode ser resumido como despertar a visão sistêmica: ver o todo (a floresta) e ver a parte (a árvore). A resposta está no “e” em vez do “ou”. O verso “Ou isto ou aquilo” de Cecília Meireles precisaria ser adaptado. Considerando que a dinâmica de uma organização pode ser vista como um sistema, para melhorar sua atuação e seus resultados, os líderes precisariam desenvolver os hábitos de um pensador sistêmico, dentre eles:

– Procurar entender o cenário mais amplo;

– Observar como os modelos dentro do sistema mudam com o tempo, gerando padrões e tendências;

– Reconhecer que a estrutura de um sistema gera seu comportamento;

– Mudar perspectivas para aumentar a compreensão;

– Considerar uma questão plenamente e resistir ao impulso de chegar a uma rápida conclusão;

– Considerar as consequências de uma ação tanto ao longo prazo quanto ao curto prazo;

– Considerar de que maneira os modelos mentais afetam a realidade atual e o futuro;

– Verificar resultados e mudar ações, se necessário: “aproximação sucessiva”.

E você, em qual foco tem investido para seu desenvolvimento?

 

Referências:

Liderança: a inteligência emocional na formação do líder de sucesso. Daniel Goleman. Ed. Objetiva. 2015

Psicologia Positiva – Pesquisa de Forças de Caráter

http://www.viacharacter.org/www/Character-Strengths-Survey

Descubras seus pontos fortes. Marcus Buckingham e Donald O. Clifton. Ed. Sextante. 2011.

O foco triplo. Daniel Goleman e Peter Senge. Ed. Objetiva. 2016.

Imagem: Alan Pottinger por Pixabay.

Pequeno dicionário para entender os tempos atuais

Pequeno dicionário para entender os tempos atuais

VUCA – conceito criado pelo Exército Americano nos anos 1980 para definir situações e condições em cenários da Guerra Fria, foi incorporado pelas escolas de negócio e pensadores de gestão como uma forma de expressar como o mundo contemporâneo está sendo percebido. VUCA é um acrônimo para Volátil (Volatile), Incerto (Uncertain), Complexo (Complex) e Ambíguo (Ambiguous) vem sendo usado para classificar o mundo de hoje. As mudanças são contínuas e de grandes proporções; ficamos incertos em relação ao futuro e ao que está acontecendo no presente; múltiplos fatores estão envolvidos fazendo crescer a complexidade e, ao final, não conseguimos ter clareza sobre o significado dos eventos. Em tempo, outra sigla também vem surgindo: RUPT. Neste caso, as características envolvidas são a rapidez (R – rapid), a imprevisibilidade (U – unpredictable), a paradoxalidade (P – paradoxal), e o entrelaçamento (T – tangled).

Teoria U – desenvolvida por Otto Scharmer (professor do MIT) como tese de pós-doutorado, é uma forma estruturada para encaminharmos a resolução de problemas complexos, por exemplo, quando temos várias partes interessadas.

Soft Skills – a expressão é usada em oposição às hard skills (conhecimentos técnicos e específicos) e faz referência às habilidades comportamentais, sociais e emocionais. São as habilidades relacionadas ao interpessoal e às relações. O World Economic Forum (WEF) apontou 10 habilidades a serem desenvolvidas como preparação para a Quarta Revolução Industrial: resolução de problemas complexos; pensamento crítico; criatividade; gestão de pessoas; coordenação com outras pessoas; inteligência emocional; julgamento e tomada de decisão; orientação para serviço; negociação; e flexibilidade cognitiva. Dentre elas podemos observar algumas soft skills: criatividade, gestão de pessoas, coordenação com outras pessoas, inteligência emocional e flexibilidade cognitiva.

Protagonista – em uma obra (livro, filme, peça teatral etc.) o protagonista é o personagem ou indivíduo que possui o papel principal. São traços e características do protagonista: ser movido por um objetivo, dever ou curiosidade; ter uma fala de personagem bem ampliada; ser leal à causa, família e aliados; ter a possibilidade de mudar as experiências; ser valente e corajoso; ter inteligência ou força superior; transmite confiança ou simpatia. No mundo empresarial, a palavra vem sendo usada como uma referência para que as pessoas assumam ser o personagem principal da sua vida; buscando oportunidades de exercer seu potencial, de forma proativa, e sendo responsáveis por seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Presença – a qualidade de estar presente, no aqui e agora, de corpo, mente e espírito, em total conexão consigo mesmo. O livro da autora Amy Cuddy, cuja palestra no TED teve milhões de visualizações, nos traz detalhadamente essa questão e como ela pode impactar nossa vida.

MOOC – uma sigla que quer dizer Massive Open Online Course. Em português, a tradução seria Cursos Abertos Massivos e Online. São cursos oferecidos de forma aberta por meio de plataformas ligadas à instituições acadêmicas tradicionais (EdX, Coursera, Lumina etc) e que estão preparadas para ter um número grande (milhares) de pessoas participando de cada edição (turma).

Mindset – o livro da autora Carol Dweck trouxe a palavra às bocas e a palavra mindset passou a surgir em vários contextos. A tradução literal seria o ajuste da mente e talvez a palavra mais próxima da definição seja mentalidade. O livro nos apresenta duas possibilidades de mindset: fixo e de crescimento. As pessoas que apresentam mindset fixo, acreditam que seu nível de inteligência é pré-determinado e que, mesmo podendo aprender coisas novas, não podem mudá-lo. Além de acreditar que a essência do que são como pessoas, não pode ser alterada. Aqueles que apresentam mindset de crescimento, acreditam (e agem dessa forma) que podem mudar seu nível de inteligência e modificar os elementos básicos pessoais (personalidade e caráter). Isso se reflete na forma como atuamos no mundo. É importante acrescentar que temos os dois tipos de mindsets e, dependendo da circunstância, podemos ficar presos no mindset fixo, deixando de perceber outras possibilidade para a situação vivenciada.

Empatia – já foi tema de outro post que fiz. Segundo Marshall Rosenberg, é a compreensão respeitosa do que os outros estão vivendo. Independente de estarmos de acordo ou contra. De demonstrarmos simpatia ou antipatia. De gostarmos ou não. A empatia é mais do que isso.

E muitas outras que você pode incluir…

 

Para saber mais:

https://projetodraft.com/verbete-draft-o-que-e-mundo-vuca/

https://www.presencing.org/

https://www.weforum.org/agenda/2016/01/the-10-skills-you-need-to-thrive-in-the-fourth-industrial-revolution/

https://www.significados.com.br/protagonista/

O poder da presença. Amy Cuddy. Editora Sextante

https://www.edx.org/

https://www.coursera.org/

Mindset: a nova psicologia do sucesso. Carol Dweck. Editora Objetiva

 

Imagem: Luisella Planeta Leoni para Pixabay