Aprendizado em escala

Aprendizado em escala

Em um mundo que se transforma rapidamente, com novas dinâmicas de negócios e demandas dos clientes, os métodos tradicionais não são mais uma garantia de sucesso. As organizações precisam redefinir suas estratégias de crescimento, seus modelos de negócios e até mesmo a própria noção de trabalho para acompanhar as mudanças e prosperar. Para John Hagel, diretor do Center for the Edge da Deloitte, localizado no Vale do Silício, e membro da Singularity University, o segredo está em mudar o foco da eficiência escalável para o aprendizado escalável. Hagel falou sobre esses desafios à Mundo Corporativo durante sua última visita a São Paulo, quando participou da edição 2019 do SingularityU Brasil Summit, patrocinado pela Deloitte.

A transformação a partir das “bordas” é um tema frequente em seus artigos e palestras. Como as empresas devem endereçar essa questão?

Nosso foco é na inovação e na transformação que vêm das bordas para superar desafios. Para a maioria das organizações, inovar significa criar um produto ou serviço diferente para expandir ou conquistar novos mercados. A transformação, no entanto, remete a questões mais básicas sobre o verdadeiro negócio central da empresa – ou em qual negócio ela deveria focar? O que deve ser revisto e retrabalhado para apoiar de fato esse posicionamento? A transformação é muito mais desafiadora, pois obriga a questionar e mudar tudo. Nesse contexto, a melhor maneira de impulsionar a transformação em grandes organizações é pelas bordas. Isso significa identificar uma área que seja relativamente modesta em termos de faturamento ou lucros para a empresa, mas que tenha o potencial de crescer ao ponto de se tornar o novo core do negócio, desde que seja possível compreender as forças exponenciais que estão por trás das mudanças. Não se trata apenas de ter um faturamento extra ou novas iniciativas. Trata-se de conduzir a transformação escalando uma ponta, ao invés de transformar toda a organização de uma só vez.

Quais são os principais pontos de atenção ao seguir esse modelo?

Uma das recomendações é que as empresas encontrem uma borda que seja complementar ao negócio existente, para evitar que as atividades concorram entre si. Idealmente, você terá uma nova fonte de renda e lucros, ou ainda novos serviços para os clientes. A competição com o core business costuma gerar resistência por parte do resto da organização – o instinto natural é querer acabar com o concorrente. Por outro lado, há uma oportunidade latente em tempos de rápidas mudanças, para reestruturar mercados e indústrias inteiras, de forma a criar muito mais valor e oportunidades para a empresa e para seus clientes.

É preciso ter uma visão de longo prazo para realizar esse tipo de transformação. É necessário um planejamento para quantos anos?

Esta é a principal dificuldade nessa mentalidade. Nós desenvolvemos uma abordagem chamada “zoom out / zoom in”. O “zoom out” consiste em olhar para frente, projetar como será sua indústria daqui a 10 a 20 anos e visualizar quais os tipos de empresas ou de negócios que terão sucesso no futuro. Essa é uma visão a longo prazo, mas é preciso também analisar o que acontece agora. E imagine que há algo incipiente hoje que, dadas as mudanças que ocorrem no mercado, tem o potencial de escalar para se tornar o principal foco do negócio em um cenário mais distante. Chamamos essa parte de “zoom in”. Trata-se de um movimento contínuo – olhar para um futuro ainda longínquo e detectar as próximas oportunidades de negócios para implementar as transformações necessárias para chegar lá, sem perder o foco no presente.

Qual é o elemento-chave para prosperar nesse novo ambiente de negócios?

No passado, os negócios bem-sucedidos eram impulsionados por um modelo de eficiência escalável, era preciso ter cada vez mais eficiência em grande escala para ter êxito. Em um mundo de transformações mais velozes, esse modelo tradicional já não funciona tão bem. A eficiência tem retornos limitados – quanto mais eficiente é seu negócio, mais difícil é alcançar o próximo patamar de eficiência. Ironicamente, quanto mais bem-sucedido você é, menos chances tem de prosperar ainda mais. Com as rápidas mudanças que acontecem na economia em todo o mundo, o segredo é aprender mais rápido. Quem se contentar somente com o que fazia no passado, ficará cada vez mais desconectado das mudanças que acontecem lá fora. É preciso conhecer as transformações que estão acontecendo e entender o que é necessário para criar mais valor nesse contexto. As empresas que terão mais sucesso no futuro serão aquelas que focarão o que chamamos de aprendizado escalável – ou seja, aprender mais rápido de forma exponencial e entregar mais e mais valor para o ambiente de negócios. Esse modelo propicia retornos potenciais crescentes, pois, quanto mais você aprender, mais valor oferecerá aos negócios. É um desafio crucial passar da eficiência escalável para o aprendizado escalável.

Como as indústrias tradicionais estão respondendo a essa realidade?

A maioria das organizações sofre uma pressão constante dos investidores para crescer mais rápido e a discussão costuma focar duas opções: investir na empresa e crescer organicamente ou realizar uma grande aquisição para estimular o crescimento. Há, no entanto, uma terceira alternativa, que é mobilizar terceiros para gerar cada vez mais valor para seus clientes e coletar parte desse valor. Nesse modelo, a empresa captura valor ao orquestrar esses ecossistemas, em vez de comprar outros negócios ou fazer tudo sozinha. É uma forma poderosa de crescimento, a qual a maioria das empresas nem considera. A oportunidade está em encontrar maneiras de participar de plataformas em que você consiga alinhar as pessoas certas, com os recursos necessários e na melhor hora para atender a qualquer que seja a demanda atual. Trata-se de uma forma bastante diferente de conduzir os negócios.

A indústria da moda evolui rapidamente para esse modelo. Nós passamos algum tempo estudando uma empresa na China que trabalha com designers e marcas de roupas globais. Eles basicamente coordenam todos os recursos para cada etapa de produção – da matéria-prima à logística de distribuição em todo o mundo – e fazem isso com tamanha flexibilidade que estão prontos para responder quando a demanda muda. Para isso, criaram uma plataforma global de 15 mil parceiros de negócios, com participantes de perfis distintos. A chave está em conseguir conectar conhecimentos e capacidades com agilidade e flexibilidade, onde e quando for necessário.

A maioria das empresas parece ter pressa em adotar novas tecnologias para acelerar a inovação. Como você vê o futuro do trabalho nesse cenário?

Computadores e algoritmos podem, de fato, desempenhar tarefas padronizadas e integradas com muito mais eficiência do que nós, humanos. Eles não erram, não ficam doentes e não se distraem. Nós acreditamos que as máquinas assumirão toda essa parte. E essa é uma ótima notícia, pois significa que nós podemos dar um passo para trás e redefinir a noção de trabalho, para que cada pessoa dentro da organização possa se concentrar em endereçar problemas e oportunidades inéditos e criar cada vez mais valor. Profissionais de todas as áreas das organizações são constantemente confrontados a novas situações que apresentam diferentes problemas, desafios e oportunidades para criar mais valor, mas eles não têm tempo de cuidar disso, pois estão focados em tarefas rotineiras.

Nós precisamos liberar tempo para tratar dessas questões, com as qualidades que nos tornam únicos – como curiosidade, imaginação, criatividade e inteligência emocional. A inteligência social redefine o trabalho fundamentalmente para as pessoas, mas propicia um valor imensurável para as instituições. Como seres humanos, nós temos um conjunto infinito de necessidades potenciais. Assim que nossas necessidades básicas são satisfeitas, surgem outras. Ao transpor isso ao nosso comportamento como consumidores, percebemos que sempre teremos uma vontade nova a ser atendida. O desafio e a oportunidade para as empresas envolvem incentivar seus profissionais a detectar essas novas necessidades, para que eles possam se concentrar em criar valor para a organização, para os consumidores e para eles mesmos, enquanto atingem todo o seu potencial.

Como os líderes estão lidando com essas mudanças?

Eu acredito que há uma percepção crescente de executivos ao redor do planeta de que o mundo está mudando de uma forma que eles não entendem completamente. Parte da necessidade envolve aumentar a conscientização sobre os impactos dessas transformações. Existe também o medo de assumir riscos. Inovar implica tomar caminhos desconhecidos e há sempre riscos associados à inovação. As grandes empresas têm a cultura de minimizar riscos. No Center for the Edge, centro de estudos da Deloitte no Vale do Silício, nós analisamos as forças que estão remodelando a economia e diminuindo a eficácia dos métodos tradicionais de atuação. As organizações têm de capturar as novas oportunidades que surgem dessas mudanças. Elas precisam ser inovadoras, precisam trabalhar como nunca fizeram antes e encontrar novas maneiras de criar valor – e isso requer inovação.

 

Fonte: https://mundocorporativo.deloitte.com.br/aprendizado-em-escala/

 

10 ações para empresas diante de uma pandemia

10 ações para empresas diante de uma pandemia

Neste momento em que mais de 100 países procuram se preparar ou gerenciar os impactos de uma pandemia, muitas empresas desempenham ativamente suas responsabilidades diante de seus profissionais e da sociedade. Como protagonistas da economia e do ambiente de negócios, as organizações têm como responsabilidades básicas a boa condução dos negócios e o cuidado com seus funcionários. Face à atual pandemia global, a Deloitte acredita que, quanto maior a urgência, mais é necessário que regras sejam estabelecidas e seguidas para que os desafios sejam enfrentados com reflexão e resiliência.

O avanço contínuo do novo coronavírus levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a defini-lo como pandemia. Diante disso, neste momento, as empresas podem estar expostas a uma série de riscos estratégicos e operacionais, como atrasos ou interrupção do fornecimento de matérias-primas, mudanças nas demandas de clientes, aumento de custos, insuficiências logísticas que levam a atrasos em entregas, questões de saúde e segurança de funcionários, força de trabalho insuficiente e desafios referentes a importação e exportação de produtos.

Com base em nossas análises das principais práticas de empresas de todo o mundo em Planos de Continuidade de Negócios (BCP) e gerenciamento de grandes emergências de pneumonias infecciosas atípicas, Influenza H1N1, Febre Hemorrágica do Ebola e outras importantes doenças, recomendamos que as empresas coloquem em prática as 10 ações a seguir para lidar com as incertezas futuras:

  1. Estabelecer equipes de tomada de decisões de emergência
  • As empresas devem estabelecer imediatamente equipes de tomada de decisão para assuntos urgentes temporários, como uma “Equipe de Resposta a Emergências” ou um “Comitê de Gestão de Grandes Emergências” para definir os objetivos a serem alcançados e criar um plano de emergências, além de garantir que as decisões possam ser tomadas o mais rápido possível em diferentes situações;
  • Quanto aos membros desse comitê, a empresa deve avaliar seus próprios profissionais e, se necessário, trazer novos para adequar seus negócios às características regionais.
  1. Avaliar os riscos e esclarecer mecanismos de resposta a emergências, planos e divisão de trabalho
  • Muitas empresas já possuem “planos de contingência de emergências” ou “planos de sustentabilidade de negócios”, geralmente implementando-os imediatamente em caso de grandes emergências;
  • Se uma empresa não dispor de tais planos, ela deve fazer uma avaliação imediata e abrangente de todos os riscos, incluindo questões com funcionários, terceiros, governo, demais públicos externos e toda a sua cadeia logística. De acordo com a avaliação de riscos, a empresa deve responder a questões relacionadas ao espaço do escritório, planos de produção, compras, fornecimento e logística, segurança dos funcionários e capital financeiro, assim como cuidar de outros assuntos importantes relativos aos planos de emergência e divisão de trabalho.
  1. Estabelecer um mecanismo positivo de comunicação de informações para funcionários, clientes e fornecedores, e criar documentos de comunicação padronizados
  • É importante estabilizar cadeias logísticas de suprimentos e dar segurança a funcionários e parceiros externos, assim como fortalecer o gerenciamento de informações e serviços aos clientes para evitar uma visão negativa decorrente de negligência ou inconsistência;
  • Ao mesmo tempo, o sistema de informações existente na empresa deve ser usado para coletar, transmitir e analisar informações da pandemia e emitir imediatamente avisos de riscos.
  1. Manter o bem-estar físico e mental dos funcionários e analisar a natureza de diferentes negócios e trabalhos para assegurar a adequada retomada desses trabalhos
  • De acordo com a mais recente pesquisa de recursos humanos da Deloitte sobre respostas a epidemias, 82% das empresas acreditam que “condições de trabalho flexíveis” são essenciais para os profissionais. Recomendamos que empresas estabeleçam imediatamente mecanismos de férias e trabalho flexíveis, com o suporte de tecnologias, com parâmetros de trabalho não presencial e à distância durante períodos específicos;
  • Além disso, a empresa deve estabelecer um sistema de monitoramento de saúde dos funcionários e manter a confidencialidade das informações sobre a sua saúde;
  • As empresas devem garantir a segurança de ambientes de trabalho, limpando e desinfetando com rigor locais de trabalho de acordo com as exigências de gestão das autoridades sanitárias e de saúde pública nacionais e regionais em períodos de grande propagação de doenças infecciosas;
  • As empresas devem fortalecer a educação sobre segurança durante pandemias, estabelecer diretrizes de proteção pessoal para funcionários baseadas em fatos e aumentar a conscientização sobre segurança e prevenção de riscos.
  1. Foco em planos de resposta a riscos da cadeia logística de suprimentos
  • Grandes empresas geralmente providenciam com antecedência o uso de instalações de escritórios similares em outras regiões, que possuem a mesma capacidade de áreas afetadas, para que o trabalho na “área infectada” possa ser rapidamente retomado ou para que a produção não cesse devido à falta de capacidade ou de matérias-primas;
  • Na gestão de estoques, organizações devem considerar o prolongamento do ciclo de uso das mercadorias, causado pelo bloqueio de consumo, o aumento de custos financeiros associados e a pressão no fluxo de caixa. Ao mesmo tempo, em setores com longos ciclos de produção, organizações devem se preparar antecipadamente para a retomada do consumo com a redução da pandemia, para prevenir riscos de estoques insuficientes.
  1. Desenvolver soluções para riscos de conformidade e manutenção de relacionamento com clientes decorrentes da inabilidade de retomar a produção em curto prazo
  • Após um surto, organizações devem cooperar com clientes para entender mudanças do mercado e administrar o impacto da retomada;
  • Leis sobre o cumprimento de contratos civis e comerciais devem ser observadas, já que nem todos os não cumprimentos durante uma pandemia podem ser isentos de consequências legais;
  • As empresas devem identificar e avaliar os contratos cujo cumprimento pode ser afetado e prontamente avisar a parte relacionada para mitigar possíveis perdas, assim como avaliar se é necessário firmar um novo contrato e manter evidências para uso em possíveis processos civis.
  1. Prática de responsabilidade social e gerenciamento de partes interessadas e incorporação de estratégias de desenvolvimento sustentável às tomadas de decisão
  • As empresas devem seguir o planejamento e os planos de ação unificados do governo local;
  • A divulgação adequada de informações corporativas pode melhorar a imagem de uma empresa;
  • A mais importante prática é a de conseguir implementar responsabilidade corporativa social nos setores ambiental, social, econômico e de estabilidade de funcionários, assim como coordenar relações com a comunidade e fornecedores. É necessário avaliar o possível impacto e a duração da pandemia, ajustar planos e, quanto aos acionistas ou conselho diretivo, comunicar medidas propostas e resultados de avaliações.
  1. Criar um plano de gestão de dados dos profissionais, garantindo segurança e confidencialidade de informações
  • As empresas devem estabelecer bons mecanismos de gestão de dados de profissionais, terceirizados, fornecedores, parceiros e outros profissionais com os quais mantêm contato;
  • Também é necessário formular tempestivamente planos de resposta a emergências de segurança de informações para assegurar a estabilidade da operação. Oferecer suporte à distância e interno 24h por dia, 7 dias por semana, para garantir o monitoramento de computadores, servidores, redes, sistemas, aplicativos e outros recursos de informática e, assim, possibilitar que profissionais que trabalham à distância, e que os que trabalham internamente na empresa conduzam suas atividades;
  • As empresas também devem proteger a confidencialidade de dados pessoais e dados preliminares de exames clínicos, especialmente aqueles que são pacientes (sejam clientes ou colaboradores), controlar estritamente o acesso, a transmissão e o uso desses dados. Para dados médicos e clínicos, devem ser estabelecidos controles de acesso e níveis de proteção.
  1. As empresas precisam considerar ajustes em seus orçamentos e planos de implantação, planejamento de fluxo de caixa e mecanismos de notificação prévia para comércio internacional
  • Aconselhamos que as empresas fiquem atentas ao seu fluxo de caixa, ajustem o seu cronograma de recebimentos e pagamentos para garantir recursos de acordo com o ritmo de fornecedores e planos de trabalho dos funcionários;
  • Além disso, é necessário prestar muita atenção à situação de importações e exportações no comércio internacional, especialmente às mudanças repentinas ou desastres em locais de onde grande parte dos produtos se origina, o que afetará o comércio e poderá gerar grandes perdas também para a empresa. Para prevenir tais eventos, empresas devem estabelecer “plano de cenário” de emergência para fornecedores essenciais o mais rápido possível, o que pode incluir planos de hedgeutilizando contratos futuros, comércio internacional e transporte, além de fornecedores alternativos.
  1. Melhoria dos mecanismos de gestão de risco
  • O relatório da Pesquisa de Gestão de Risco Empresarial da Deloitte mostra que 76% dos gestores de risco acreditam que suas empresas poderiam responder de maneira eficiente  se uma grande emergência acontecesse amanhã. Mas só 49% das empresas desenvolveram manuais relevantes e fizeram testes prévios baseados em cenários de emergência, sendo que somente 32% das empresas conduziram exercícios de simulações de emergência ou treinamentos;
  • Entendemos que a maioria das empresas deve encarar eventos de risco inesperados a qualquer momento ? não há dúvida de que eventos desse tipo irão acontecer, mas não há como prever sobre quando irão acontecer. As empresas devem estabelecer ou melhorar seus sistemas de gestão de risco para identificar os riscos-chave e desenvolver planos para mitigá-los. Fortalecer o sistema de gestão de riscos é tão importante quanto lidar com eventos negativos quando eles se concretizam.

Fonte: https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/about-deloitte/articles/10-acoes-empresas-pandemia.html

Recomendações para contatos e pacientes oncológicos durante a pandemia do COVID-19

Recomendações para contatos e pacientes oncológicos durante a pandemia do COVID-19

Dr Daniel Musse

Dr José Bines

Diante dos fatos mais recentes, muitas são as dúvidas a respeito do Novo Coronavírus (chamado COVID-19) e há uma orientação geral de evitar atividades hospitalares eletivas, que não demandem uma urgência médica. Contudo, no caso de paciente em tratamento para câncer, a interrupção poderia acarretar um dano a sua saúde. Por isso, apresentamos uma lista de orientações guiadas pelas perguntas mais comuns nesse cenário.

1- Quais as medidas de proteção?

O COVID-19 tem como seu principal veículo de contato as “gotículas”, partículas maiores que podem chegar a 1 metro de distância. Daí a recomendação em relação ao cuidado com lavagem das mãos, uso de álcool gel, evitar levar as mãos ao rosto, e respeitar a distância de um metro em salas de recepção, filas, transportes e demais locais. Isolamento social: manter-se em casa, evitar proximidade de pessoas, contato físico como beijar e abraçar ao cumprimentar.

2- Uma pessoa que não está tossindo ou com febre pode ter o vírus?

A maioria das pessoas comportam-se como carregadores assintomáticos, ou seja, têm contato com o vírus, carregam o mesmo no seu organismo por um tempo e não chegam a desenvolver sintomas pelo COVID-19. Caso desenvolva sintomas, os mais comuns serão: febre, tosse seca ou secretiva e fadiga. Daqueles que apresentam sintomas, 20% desenvolvem problemas respiratórios.

3- O que há de diferente de uma gripe comum (influenza)?

– Cada pessoa infectada pelo vírus da gripe, transmite a doença para uma pessoa, enquanto no coronavírus, cada pessoa infecta duas ou mais pessoas.

– A mortalidade da gripe comum é de menos de 1%.

– A taxa de hospitalização pode chegar a 20% no COVID-19, enquanto na gripe é de cerca de 2%.

4- Quem é a população vulnerável?

Além dos idosos, os pacientes com alguma condição de fragilidade, com doenças pulmonares, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, diabetes ou câncer em tratamento possuem risco aumentado de apresentar um quadro respiratório mais grave. 

5- Quando ir para o hospital?

Pacientes com tosse e coriza sem falta de ar ou febre, não há uma recomendação oficial para procurar o hospital. No caso de pacientes que pertencem ao grupo de risco, com fragilidades (acima), é importante individualizar caso a caso e compartilhar essa decisão junto ao seu médico. Quando ocorre febre alta ou falta de ar, é recomendada uma avaliação médica.

6- Qual o risco de um desfecho grave com o COVID-19?

Os dados de mortalidade sobre e doença na Ásia e na Europa possuem algumas divergências, que podem ser influenciados pela composição etária da população. Análises da população chinesa mostraram mortalidade de 3%, enquanto na italiana chegou a 7%. Há de ser considerado que, nos países com maior número de casos, não temos registros de todos os casos leves, podendo então essa proporção de mortes ser um pouco menor quando visto o número total de casos. 

7- Quem deve ser testado para o COVID-19?

Hoje, a recomendação do Ministério da saúde é de testar para COVID-19 os casos graves ou com sintomas respiratórios importantes, como piora da falta de ar. Importante ressaltar que não há indicação de testagem de contatos assintomáticos, pois há uma alta taxa de falsos-negativos, ou seja, teste negativos mesmo na presença do vírus. Contudo, essas indicações são dinâmicas e mudam à medida que há maior disponibilidade de kits para testagem e de acordo com o andamento da pandemia e com as políticas de saúde pública. 

8- Há alguma vacina ou medicamento para ajudar na prevenção?

Não há vacina disponível ou medicação para prevenção do COVID-19 até o presente momento. As medidas de proteção individual e coletivas são a principal estratégia de prevenção. A antecipação da vacinação de gripe (Influenza) contribui para diminuir o risco de outra infecção respiratória que pode se confundir com o COVID-19.

9- Morando na mesma casa de alguém com câncer, há alguma orientação diferente?

Se você mora com alguém que está tratando câncer e teve contato físico ou proximidade de menos de 1 metro com alguém com teste positivo para o COVID-19 , seguem algumas orientações a serem seguidas durante os próximos 7 a 14 dias : permanecer em outro cômodo, evitando circular ao mesmo tempo, manter banheiros e cozinha bem arejados e ventilados, lavar bem as mãos e cobrir nariz e boca durante tosse ou espirros, mantendo o cotovelo flexionado; evitar compartilhar toalhas, copos, talheres e separar utensílios pessoais. O uso de máscaras cirúrgicas no domicílio não é consenso, mas pode trazer algum benefício na utilização pelos pacientes pra reduzir a dispersão de gotículas contendo partículas virais pelo ambiente.

10- E quanto ao seguimento do tratamento oncológico?

Não há contraindicação formal de parar o tratamento oncológico por conta da epidemia, porém trata-se de decisão a ser compartilhada e individualizada junto ao seu médico, levando em consideração a eficácia, intervalo, duração prevista e toxicidade do mesmo.

Referências:

1- Centers for Disease Control and Prevention. 2019 Novel coronavirus, Wuhan, China. Information for Healthcare Professionals. https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-nCoV/hcp/index.html (Acessado em 20 de Março de 2020)

2-. Huang C, Wang Y, Li X, et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China. Lancet 2020;395:497-506

3- United States Centers for Disease Control and Prevention. Discontinuation of home isolation for persons with COVID-19 (Interim Guidance). https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/disposition-in-home-patients.html (Acessado em 17 de Março de 2020)

4-Doença pelo Coronavirus. NOTA TÉCNICA – SVS/SES-RJ Nº 08/2020. Mar 2020

5- Posicionamento da SBOC ao oncologista. https://www.sboc.org.br/noticias/item/1800-posicionamento-sboc-coronavirus-covid-19-informacao-ao-oncologista. Acessado em 20 de Março de 2020

6 Ueda et Al. Managing Cancer Care during the COVID-19 Pandemic: Agility and Collaboration toward a common goal. JNCCN Mar2020.

7. US Centers for Disease Control and Prevention. Seasonal Influenza (Flu) – Flu View. http://www.cdc.gov/flu/weekly. (Acessado em 02 de Março de 2020)

 

Recomendações para receber e enviar pacotes

Recomendações para receber e enviar pacotes

Com a evolução mundial do vírus COVID-19, queremos dar algumas dicas e recomendações ao receber e enviar suas compras.

Embora não haja relatos até o momento de casos de transmissão do vírus por mercadorias ou produtos, e a OMS ( Organização Mundial da Saúde ) informar que as chances de contaminação de um pacote são muito baixas, acreditamos que a prevenção é essencial para nos cuidarmos como um todo.

 

Se você está esperando um pacote

MANTENHA UMA DISTÂNCIA SEGURA

» Na sua casa, mantenha 1 metro de distância da pessoa que faz a entrega.

» Em uma agência dos Correios ou ponto de retirada, mantenha 1 metro de distância do restante das pessoas na fila e dos funcionários. Se houver muita gente, espere do lado de fora.

 NÃO MANIPULE OBJETOS DE TERCEIROS

» Leve sua própria caneta, caso precise assinar pela entrega.

» Muitos serviços estão substituindo a assinatura digital por uma verificação de identidade. Pode ser que peçam para ver seu documento, para tirar uma foto ou apenas precisem que você informe o número do seu RG/CPF.

LAVE AS MÃOS

Use água e sabão ou álcool gel 70% antes e depois de manipular o pacote e evite colocar as mãos no rosto.

DESINFECTE AS SUPERFÍCIES

Passar um desinfetante comum é suficiente para matar o vírus.

 

Se você precisa enviar um pacote

FAÇA ISSO NOS HORÁRIOS ESTABELECIDOS

Se você precisar ir a uma agência dos Correios ou ponto de envio, confira se houve mudanças no horário comercial ou se há recomendações especiais que você deva observar.

MANTENHA UMA DISTÂNCIA SEGURA

» No endereço do comprador, mantenha 1 metro de distância da pessoa que recebe o pacote.

» Em uma agência dos Correios ou ponto de envio, mantenha 1 metro de distância do restante das pessoas na fila e dos funcionários. Se houver muita gente, espere do lado de fora.

NÃO MANIPULE OBJETOS DE TERCEIROS

Leve sua própria caneta, caso precise assinar qualquer documento.

LAVE AS MÃOS

Use água e sabão ou álcool gel 70% antes e depois de manipular o pacote e evite colocar as mãos no rosto.

DESINFETE AS SUPERFÍCIES

Passar um desinfetante comum é suficiente para matar o vírus.

Compartilhe conosco outras Boas Práticas!

 

 

Fonte:https://vendedores.mercadolivre.com.br/recomendacoes-para-receber-e-enviar-pacotes/?utm_source=promotional_emails&utm_medium=email&utm_campaign=prevencion_coronavirus&utm_content=cta

 

Home office: como manter o foco e ser produtivo trabalhando de casa

Home office: como manter o foco e ser produtivo trabalhando de casa

O esquema de trabalho por home office, necessário atualmente, não é simples de implantar.

De um lado, além dos benefícios frente aos riscos de saúde ao se deslocar, o profissional não precisa sair de casa, evita gastar dinheiro com transporte e alimentação fora de casa e se preocupar com o trânsito.

De outro, pode ser mais fácil procrastinar e perder o foco ao trabalhar sem a “supervisão” dos colegas ou muito perto de objetos de lazer ou descanso.

Nesse contexto, uma coisa é certa: o home office exige disciplina. Em um artigo para a Harvard Business Review, a coach Elizabeth Grace Saunders, que tem mais de uma década de experiência trabalhando de casa, oferece algumas dicas para tornar essa experiência mais agradável e produtiva. Em outro artigo para a mesma publicação, Carolyn O’Hara, escritora e editora, destaca o que é imprescindível para ser eficiente ao fazer home office. Compilamos as melhores dicas de ambas, confira!

Como para manter o foco em trabalho home office

 Dica 1: Estabeleça um horário de trabalho

Não é só porque você pode começar a qualquer hora que deva começar a qualquer hora: isso torna a linha que separa seu tempo pessoal do profissional ainda mais difícil de enxergar.

“Eu me perguntava: se eu estivesse em um escritório, faria essa tarefa durante o dia? Se a resposta fosse não, sabia que precisava fazer essa atividade antes ou depois do horário de trabalho”, escreve Saunders, sugerindo manter o mesmo ritmo de horário que você tinha na empresa.

Importante identificar os obstáculos para sua produtividade e evitá-los durante o tempo de trabalho em casa.

 Dica 2: Estruture seu dia

Quando você chega no escritório, é fácil imitar o que os outros estão fazendo e começar logo a trabalhar. Se seu escritório é sua casa, é útil ter um guia.

“Maximize a eficácia de seu tempo em casa ao estruturá-lo como um dia típico de trabalho”, sugere Saunders. “Definir uma programação não apenas dá estrutura para o dia, mas também ajuda você a se manter motivado”, acrescenta O`Hara.

Isso pode acontecer de diversas maneiras: reservar horários para calls, reuniões, responder e_mails, tarefas ou pensamento criativo. Ter claro aqueles períodos em que você está proibido de se distrair.

Para a escritora O`Hara, leva alguns dias para entender qual é seu melhor ritmo de trabalho em casa. Vale, para ajudar, determinar expectativas realistas do que se quer realizar durante um dia.

Outra dica é fazer uma lista das tarefas do dia – se fizer na noite anterior, melhor ainda – e encaixá-las dentro de certos períodos de tempo. Assim, você garante que não está esquecendo de nada importante.

Dica 3: Faça pausas

Pode ser tentador trabalhar sem parar, principalmente se você estiver tentando provar que é produtivo em casa. Mas é vital fazer intervalos – e até melhor para a produtividade, explica O`Hara – pare para um café na parte da manhã e da tarde, almoce num lugar longe da mesa de trabalho. Você retornará as atividades mais atento. Dê ao seu cérebro a oportunidade de se recuperar brevemente.

Dica 4: Estabeleça limites com os outros

“Quando você trabalha em casa, é fácil deixar a sua vida profissional se confundir com sua vida pessoal”, destaca O`Hara. “Se você estabelece expectativas e se atém a elas – por exemplo, realmente parar de trabalhar às 18h –, as pessoas entendem seus limites ao invés de assumirem que você está disponível”, escreve a coach, por sua vez.

Além disso, não é só porque você está de home office que está de folga ou disponível para conversar, e seus amigos e familiares precisam saber disso. Ter um espaço específico para trabalhar de casa, como escritório ou quarto em que é possível fechar a porta, também ajuda nessa divisão.

Em outro ponto, como a visibilidade pode ser um fator importante para crescer na carreira, faça um “check-in” sempre que possível com colegas e superiores. Diga às pessoas o que você está fazendo, o que cumpriu no dia, não desapareça, etc.

Para lembrar!

A escritora O`Hara resume o principal a se ter em mente (e praticar) durante o período de home office.

Faça:

  • Um cronograma de trabalho, informe-o e cumpra-o
  • Concentre-se no que você realizou no final de cada dia para se manter motivado
  • Crie um espaço de trabalho dedicado e informe sua família que você não está disponível durante o horário de trabalho

Não faça:

  •  Tente trabalhar o dia todo sem intervalos regulares – sua produtividade e motivação sofrerão
  • Isole-se – faça o possível para conectar-se com os outros
  • Negligencie o check-in regularmente com colegas e chefes – é importante dar visibilidade sobre si, mesmo fora do escritório

Fonte: Conteúdos publicadaos na Harvard Business Review

 

Companhias no país antecipam planos de adesão ao home office

Companhias no país antecipam planos de adesão ao home office

O aumento de brasileiros contaminados com coronavírus e as perspectivas de especialistas e do próprio governo a respeito da evolução do covid-19 no país têm feito com que empresas brasileiras reorganizem ou ampliem políticas de trabalho remoto.

Especializada em softwares de gestão a distância e programas de home office, a HOM (Home Office Management) relatou um crescimento de 50% nos negócios fechados no início deste ano, em comparação a todo o ano passado. “Nossa expectativa é triplicar o tamanho do negócio”, diz Tawan Pimentel, fundador da HOM. Na semana passada, duas organizações com mais de 8 mil funcionários procuraram o executivo para ampliar os seus programas. “As empresas estão mapeando áreas que são essenciais em um processo de isolamento emergencial para direcionar recursos, dar insumos e informações para as pessoas”, diz.

Entre elas, está a Certisign. Devido ao coronavírus, a empresa acelerou a implementação de um programa de home office previsto inicialmente para julho. “Nós queríamos mais tempo para organizar novos pilotos e treinar gestores, mas como há previsão de um agravo no cenário nas próximas duas semanas, vamos pôr em prática o mais rápido possível”, diz Mário Sergio Sampaio, gerente de RH.

Desde 2019, a empresa investe na “atualização de sua infraestrutura tecnológica” e na aquisição de notebooks. “A companhia não estava preparada para um cenário emergencial antes”, diz Sampaio, citando que a nova estrutura ajudará a reduzir custos e será útil também em situações de caos no deslocamento por conta das chuvas ou greve no transporte público.

No plano a ser colocado em prática nos próximos dias, 233 funcionários ficarão em casa de forma permanente, enquanto o restante irá obedecer a um cronograma até o fim de abril. “Vamos realizar um trabalho de cultura e treinamento com quem for tendo acesso”.

Diante desse mesmo cenário, a SAP flexibilizou as políticas de seu programa de home office, inicialmente válida para uma vez por semana. Segundo Eliane de Mitry, gerente de RH da SAP Brasil, dependendo da proximidade e relevância, a empresa pode fechar escritórios e solicitar que todos trabalhem em casa. “Os funcionários com requisitos específicos que não puderem realizar seu trabalho em casa (manutenção essencial para os negócios, por exemplo) serão tratados separadamente”, diz.

Nos comunicados internos, a empresa compartilhou um link com material de apoio para home office, incluindo os aplicativos que devem usar em casa para agendar reuniões remotas.

No escritório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o home office começou com um projeto piloto no segundo semestre de 2018, válido para 45 funcionários, e está sendo expandido para alcançar 100% da equipe de 150 pessoas até o fim do ano.

A adesão ao home office foi voluntária no início, segundo a gerente de RH Eliana Marino, para a área acompanhar as dúvidas de quem já estava disposto a se adaptar a um novo local e rotina. “Tem gente que simplesmente prefere vir ao escritório”, diz. “Fomos trabalhando cada situação para entender quais orientações eram necessárias”. Elas incluíram diretrizes para realização de reunião remota até recomendações para os funcionários não esquecerem de beber água. A Anbima deixou claro, até por uma questão jurídica, que não arcaria com custos de energia, internet e telefone.

Outra diretriz do RH foi dirigida aos gestores. “Saber o que o funcionário precisa entregar, a partir de um plano de trabalho semanal, foi importante para deixar claro quais responsabilidades seriam cobradas”. Gerar “a mentalidade de entrega de resultados” e obter tecnologia para medir esse novo fluxo de trabalho é o desafio enfrentado pela Certisign. “Já ouvi gestores falando que não gostavam da ideia porque não saberiam se o funcionário estaria trabalhando”, diz Sampaio.

A Zurich Santander, que expandiu em fevereiro um piloto de home office com 30 pessoas para cerca de 300 funcionários, diz estar preparada para um cenário de contingência. O piloto, segundo a diretora de RH Laura Vidmontas, indicou os desafios. Treinamento com funcionários a respeito da comunicação remota, percepção cultural de que home office não é sinônimo de licença e suporte tecnológico para rodar programas mais pesados. Laura diz que as pesquisas realizadas após três meses indicaram que os funcionários sentiram sua produtividade aumentar ao ficar dois dias em casa. “Para os gestores, ficou no mesmo nível”.

Na visão de Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), a situação envolvendo o coronavírus irá estimular o aumento e adesão do trabalho remoto no país.

Fonte: Valor Econômico – 16 de março