by admin | mar 25, 2020 | Beth, Beth Accurso, Coronavirus, Saúde |
Dr Daniel Musse
Dr José Bines
Diante dos fatos mais recentes, muitas são as dúvidas a respeito do Novo Coronavírus (chamado COVID-19) e há uma orientação geral de evitar atividades hospitalares eletivas, que não demandem uma urgência médica. Contudo, no caso de paciente em tratamento para câncer, a interrupção poderia acarretar um dano a sua saúde. Por isso, apresentamos uma lista de orientações guiadas pelas perguntas mais comuns nesse cenário.
1- Quais as medidas de proteção?
O COVID-19 tem como seu principal veículo de contato as “gotículas”, partículas maiores que podem chegar a 1 metro de distância. Daí a recomendação em relação ao cuidado com lavagem das mãos, uso de álcool gel, evitar levar as mãos ao rosto, e respeitar a distância de um metro em salas de recepção, filas, transportes e demais locais. Isolamento social: manter-se em casa, evitar proximidade de pessoas, contato físico como beijar e abraçar ao cumprimentar.
2- Uma pessoa que não está tossindo ou com febre pode ter o vírus?
A maioria das pessoas comportam-se como carregadores assintomáticos, ou seja, têm contato com o vírus, carregam o mesmo no seu organismo por um tempo e não chegam a desenvolver sintomas pelo COVID-19. Caso desenvolva sintomas, os mais comuns serão: febre, tosse seca ou secretiva e fadiga. Daqueles que apresentam sintomas, 20% desenvolvem problemas respiratórios.
3- O que há de diferente de uma gripe comum (influenza)?
– Cada pessoa infectada pelo vírus da gripe, transmite a doença para uma pessoa, enquanto no coronavírus, cada pessoa infecta duas ou mais pessoas.
– A mortalidade da gripe comum é de menos de 1%.
– A taxa de hospitalização pode chegar a 20% no COVID-19, enquanto na gripe é de cerca de 2%.
4- Quem é a população vulnerável?
Além dos idosos, os pacientes com alguma condição de fragilidade, com doenças pulmonares, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, diabetes ou câncer em tratamento possuem risco aumentado de apresentar um quadro respiratório mais grave.
5- Quando ir para o hospital?
Pacientes com tosse e coriza sem falta de ar ou febre, não há uma recomendação oficial para procurar o hospital. No caso de pacientes que pertencem ao grupo de risco, com fragilidades (acima), é importante individualizar caso a caso e compartilhar essa decisão junto ao seu médico. Quando ocorre febre alta ou falta de ar, é recomendada uma avaliação médica.
6- Qual o risco de um desfecho grave com o COVID-19?
Os dados de mortalidade sobre e doença na Ásia e na Europa possuem algumas divergências, que podem ser influenciados pela composição etária da população. Análises da população chinesa mostraram mortalidade de 3%, enquanto na italiana chegou a 7%. Há de ser considerado que, nos países com maior número de casos, não temos registros de todos os casos leves, podendo então essa proporção de mortes ser um pouco menor quando visto o número total de casos.
7- Quem deve ser testado para o COVID-19?
Hoje, a recomendação do Ministério da saúde é de testar para COVID-19 os casos graves ou com sintomas respiratórios importantes, como piora da falta de ar. Importante ressaltar que não há indicação de testagem de contatos assintomáticos, pois há uma alta taxa de falsos-negativos, ou seja, teste negativos mesmo na presença do vírus. Contudo, essas indicações são dinâmicas e mudam à medida que há maior disponibilidade de kits para testagem e de acordo com o andamento da pandemia e com as políticas de saúde pública.
8- Há alguma vacina ou medicamento para ajudar na prevenção?
Não há vacina disponível ou medicação para prevenção do COVID-19 até o presente momento. As medidas de proteção individual e coletivas são a principal estratégia de prevenção. A antecipação da vacinação de gripe (Influenza) contribui para diminuir o risco de outra infecção respiratória que pode se confundir com o COVID-19.
9- Morando na mesma casa de alguém com câncer, há alguma orientação diferente?
Se você mora com alguém que está tratando câncer e teve contato físico ou proximidade de menos de 1 metro com alguém com teste positivo para o COVID-19 , seguem algumas orientações a serem seguidas durante os próximos 7 a 14 dias : permanecer em outro cômodo, evitando circular ao mesmo tempo, manter banheiros e cozinha bem arejados e ventilados, lavar bem as mãos e cobrir nariz e boca durante tosse ou espirros, mantendo o cotovelo flexionado; evitar compartilhar toalhas, copos, talheres e separar utensílios pessoais. O uso de máscaras cirúrgicas no domicílio não é consenso, mas pode trazer algum benefício na utilização pelos pacientes pra reduzir a dispersão de gotículas contendo partículas virais pelo ambiente.
10- E quanto ao seguimento do tratamento oncológico?
Não há contraindicação formal de parar o tratamento oncológico por conta da epidemia, porém trata-se de decisão a ser compartilhada e individualizada junto ao seu médico, levando em consideração a eficácia, intervalo, duração prevista e toxicidade do mesmo.
Referências:
1- Centers for Disease Control and Prevention. 2019 Novel coronavirus, Wuhan, China. Information for Healthcare Professionals. https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-nCoV/hcp/index.html (Acessado em 20 de Março de 2020)
2-. Huang C, Wang Y, Li X, et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China. Lancet 2020;395:497-506
3- United States Centers for Disease Control and Prevention. Discontinuation of home isolation for persons with COVID-19 (Interim Guidance). https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/disposition-in-home-patients.html (Acessado em 17 de Março de 2020)
4-Doença pelo Coronavirus. NOTA TÉCNICA – SVS/SES-RJ Nº 08/2020. Mar 2020
5- Posicionamento da SBOC ao oncologista. https://www.sboc.org.br/noticias/item/1800-posicionamento-sboc-coronavirus-covid-19-informacao-ao-oncologista. Acessado em 20 de Março de 2020
6 Ueda et Al. Managing Cancer Care during the COVID-19 Pandemic: Agility and Collaboration toward a common goal. JNCCN Mar2020.
7. US Centers for Disease Control and Prevention. Seasonal Influenza (Flu) – Flu View. http://www.cdc.gov/flu/weekly. (Acessado em 02 de Março de 2020)
by admin | mar 22, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy, Saúde |
A Organização Mundial de Saúde está mapeando as boas práticas dos países
Em meio a enorme avalanche de notícias, às vezes perdemos algumas informações preciosas. A realidade é que alguns países estão freando o coronavírus e a Organização Mundial de Saúde (OMS) está mapeando exemplos para identificar estratégias bem sucedidas de contenção da pandemia.
Por mais que haja gigantescas diferenças entre os países – como o perfil populacional, já que o vírus se mostrou mais letal entre os idosos – saber quem conseguiu bons resultados é fundamental no planejamento da melhor estratégia de ação.
Chama a atenção dos especialistas, por exemplo, os casos de Cingapura e do Japão. Ambos evitaram uma crescente taxa da epidemia reagindo rapidamente no isolamento de casos suspeitos e mantiveram políticas severas desde que a chegada da doença foi identificada.
Já a Coreia do Sul e China, onde a pandemia teve início, chamam a atenção por outras estratégias. Na Coreia, a decisão pelo isolamento social e testagem em massa de suspeitos foram determinantes. Na China, o bloqueio nos transportes e a determinação do toque de recolher foram fundamentais, antes mesmo que a epidemia completasse 30 dias de circulação.
Mesmo em países onde os números de casos explodiram no último mês, como Irã e Itália, a curva de crescimento da epidemia começa a dar sinais de abrandamento.
Muitas das atitudes listadas acima já estão sendo adotadas pelo governo brasileiro e pelos estados mais atingidos. É hora de nos mantermos atentos e cautelosos, seguindo as determinações das autoridades sanitárias. Quando se trata de saúde, a melhor estratégia é a prevenção.
E você, está fazendo a sua parte?
by admin | mar 18, 2020 | Coronavirus, Gilberto, Gilberto Ururahy, Saúde |
O crescimento ou diminuição de casos da epidemia depende de cada um de nós.
Neste momento em que uma pandemia acomete boa parte dos países do mundo, temos a oportunidade de ver o quanto a precaução é a melhor atitude quando se trata de saúde. Nações que adotaram rapidamente as medidas restritivas e solicitaram a quarentena à população são as que mais rapidamente estão conseguindo retardar ou mitigar o crescimento do número de casos. Já os que demoraram a entender a gravidade da crise, estão pagando um preço alto, como é o caso da Itália, infelizmente.
O presidente francês Emmanuel Macron acaba de declarar que “a França está em guerra” contra o coronavírus, com medidas mais agressivas de contenção, como o fechamento de fronteiras e do comércio.
Já o presidente americano Donald Trump, inicialmente reticente ao vírus, caiu em si, decretou estado de emergência e aderiu a sensatas orientações de isolamento da população, fechando bares, restaurantes, museus, teatros, cinemas, restringindo viagens e recomendando que os americanos trabalhem de casa.
Por aqui, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta puxou para si a responsabilidade de capitanear o plano de contenção do coronavírus no Brasil. Até este momento, temos pouco mais de 200 casos na contagem oficial do governo. A previsão das autoridades é que este número fatalmente crescerá nos próximos meses. Mas o fundamental para o sistema de saúde é que este crescimento, mesmo que contínuo, seja gradativo. Caso contrário, se for exponencial, com milhares de novos casos por semana, teremos um colapso. A boa notícia é que isto ainda pode ser evitado no Brasil – e só depende de nós.
A população precisa entender que quarentena não é férias. A imagem da população lotando a praia no domingo de sol é alarmante. Não é hora disso. Neste momento, o que podemos fazer para evitar a rápida propagação do vírus é ficar em casa, restringindo as saídas apenas ao essencial, como supermercado e farmácia.
Outro ponto essencial é a higiene pessoal: lavar bem as mãos com água e sabão ou mantê-las higienizadas com álcool gel. Se tossir ou espirrar, fazê-lo sobre o braço, na altura do cotovelo. É muito importante evitar aglomerações e contatos próximos, inferiores a um metro de distância.
No final deste mês, o Governo Federal dá inicio à campanha de vacinação contra H1N1. É vital que os públicos- alvos, especialmente os idosos, compareçam e se vacinem.
Por fim, evitem passar adiante informações desencontradas ou fake news. A comunicação é uma ferramenta valiosa neste momento. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio e o Ministério da Saúde tem guias bastante completos e informativos em seus sites.
Quando se trata de saúde, a prevenção é sempre a melhor alternativa. Cuidem-se e protejam seus familiares, amigos e colegas de trabalho para, juntos, enfrentarmos mais esta crise.
Fonte: matéria publicada 16 de março de 2020 Veja Rio online
by admin | mar 16, 2020 | Bem-estar, Beth, Beth Accurso, Coronavirus, Saúde |
O aumento de brasileiros contaminados com coronavírus e as perspectivas de especialistas e do próprio governo a respeito da evolução do covid-19 no país têm feito com que empresas brasileiras reorganizem ou ampliem políticas de trabalho remoto.
Especializada em softwares de gestão a distância e programas de home office, a HOM (Home Office Management) relatou um crescimento de 50% nos negócios fechados no início deste ano, em comparação a todo o ano passado. “Nossa expectativa é triplicar o tamanho do negócio”, diz Tawan Pimentel, fundador da HOM. Na semana passada, duas organizações com mais de 8 mil funcionários procuraram o executivo para ampliar os seus programas. “As empresas estão mapeando áreas que são essenciais em um processo de isolamento emergencial para direcionar recursos, dar insumos e informações para as pessoas”, diz.
Entre elas, está a Certisign. Devido ao coronavírus, a empresa acelerou a implementação de um programa de home office previsto inicialmente para julho. “Nós queríamos mais tempo para organizar novos pilotos e treinar gestores, mas como há previsão de um agravo no cenário nas próximas duas semanas, vamos pôr em prática o mais rápido possível”, diz Mário Sergio Sampaio, gerente de RH.
Desde 2019, a empresa investe na “atualização de sua infraestrutura tecnológica” e na aquisição de notebooks. “A companhia não estava preparada para um cenário emergencial antes”, diz Sampaio, citando que a nova estrutura ajudará a reduzir custos e será útil também em situações de caos no deslocamento por conta das chuvas ou greve no transporte público.
No plano a ser colocado em prática nos próximos dias, 233 funcionários ficarão em casa de forma permanente, enquanto o restante irá obedecer a um cronograma até o fim de abril. “Vamos realizar um trabalho de cultura e treinamento com quem for tendo acesso”.
Diante desse mesmo cenário, a SAP flexibilizou as políticas de seu programa de home office, inicialmente válida para uma vez por semana. Segundo Eliane de Mitry, gerente de RH da SAP Brasil, dependendo da proximidade e relevância, a empresa pode fechar escritórios e solicitar que todos trabalhem em casa. “Os funcionários com requisitos específicos que não puderem realizar seu trabalho em casa (manutenção essencial para os negócios, por exemplo) serão tratados separadamente”, diz.
Nos comunicados internos, a empresa compartilhou um link com material de apoio para home office, incluindo os aplicativos que devem usar em casa para agendar reuniões remotas.
No escritório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o home office começou com um projeto piloto no segundo semestre de 2018, válido para 45 funcionários, e está sendo expandido para alcançar 100% da equipe de 150 pessoas até o fim do ano.
A adesão ao home office foi voluntária no início, segundo a gerente de RH Eliana Marino, para a área acompanhar as dúvidas de quem já estava disposto a se adaptar a um novo local e rotina. “Tem gente que simplesmente prefere vir ao escritório”, diz. “Fomos trabalhando cada situação para entender quais orientações eram necessárias”. Elas incluíram diretrizes para realização de reunião remota até recomendações para os funcionários não esquecerem de beber água. A Anbima deixou claro, até por uma questão jurídica, que não arcaria com custos de energia, internet e telefone.
Outra diretriz do RH foi dirigida aos gestores. “Saber o que o funcionário precisa entregar, a partir de um plano de trabalho semanal, foi importante para deixar claro quais responsabilidades seriam cobradas”. Gerar “a mentalidade de entrega de resultados” e obter tecnologia para medir esse novo fluxo de trabalho é o desafio enfrentado pela Certisign. “Já ouvi gestores falando que não gostavam da ideia porque não saberiam se o funcionário estaria trabalhando”, diz Sampaio.
A Zurich Santander, que expandiu em fevereiro um piloto de home office com 30 pessoas para cerca de 300 funcionários, diz estar preparada para um cenário de contingência. O piloto, segundo a diretora de RH Laura Vidmontas, indicou os desafios. Treinamento com funcionários a respeito da comunicação remota, percepção cultural de que home office não é sinônimo de licença e suporte tecnológico para rodar programas mais pesados. Laura diz que as pesquisas realizadas após três meses indicaram que os funcionários sentiram sua produtividade aumentar ao ficar dois dias em casa. “Para os gestores, ficou no mesmo nível”.
Na visão de Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), a situação envolvendo o coronavírus irá estimular o aumento e adesão do trabalho remoto no país.
Fonte: Valor Econômico – 16 de março