by admin | abr 28, 2020 | Gilda, Gilda Palhares, Positividade |
Em março de 2016, na coluna A Sessão Vai Começar, conversamos sobre o filme Perdido em Marte (The Martian). Abordei o conceito Capital Psicológico Positivo, introduzido em 2004 por Fred Luthans, pesquisador norte-americano e especialista em comportamentos organizacionais. O termo representa um estado positivo do ser humano envolvendo quatro variáveis: autoeficácia, otimismo, esperança e resiliência.
Em função do cenário mundial atual, a pandemia do Covid-19, resgatei as variáveis acima para refletir sobre seus benefícios. Para começar, relembramos o conceito de cada uma:
- Autoeficácia – confiança na própria capacidade, mobilizando recursos cognitivos para obter determinados resultados.
- Esperança – posse de caminhos definidos para chegar aos próprios objetivos.
- Otimismo – estilo que explica a maneira habitual como vemos as coisas que nos acontecem. O perfil atributivo otimista classifica as situações negativas como temporárias e específicas, e os bons eventos como abrangentes e estáveis.
- Resiliência – capacidade de lidar com a adversidade e seguir em frente munido com senso de significado.
Proponho uma dinâmica a partir das quatro variáveis citadas, usando as seguintes respostas: nunca, raramente, às vezes e sempre.
O que você responderia nas afirmações abaixo?
AUTOEFICÁCIA
- Sou capaz de analisar um problema para encontrar uma solução.
- Se me atribuem um trabalho que eu nunca fiz, eu acredito na minha capacidade de execução.
- Sou capaz de atingir meus objetivos pessoais e profissionais.
OTIMISMO
- Sou otimista em relação ao que vai acontecer comigo no futuro.
- Se estiver vivendo uma situação desagradável, eu acredito que tudo vai mudar para melhor.
- Sempre acho que todo problema tem uma solução.
ESPERANÇA
- No presente momento estou com foco nos meus objetivos.
- Tenho várias maneiras de conseguir alcançar os meus objetivos.
- Sinto que tenho energia para cumprir as minhas metas.
RESILIÊNCIA
- Costumo levar as situações estressantes que ocorrem na minha vida com calma.
- Estou sempre pronto para enfrentar as dificuldades que se apresentam.
- Quando sou confrontado com uma situação desagradável, consigo me recuperar rapidamente.
Analise suas respostas. Qual foi a sua descoberta em relação ao variáveis informadas acima? Qual seria a afirmação que você gostaria de melhorar e como você poderia fazer isto?
A adversidade serve para que concentremos energias em nossos propósitos de forma que as circunstâncias fortaleçam nossas competências.
Cuidem-se e até o próximo encontro!
by admin | abr 14, 2020 | Coronavirus, Gilda, Gilda Palhares, Sessão Positividade |
Sabemos que as medidas de quarentena adotadas são essenciais para a saúde. Assim, por que não potencializar nossas virtudes e forças de caráter, neste momento?
Há algum tempo conversamos sobre as virtudes e forças de caráter. O estudo é dos autores Dr. Christopher Peterson, professor e pesquisador na área da psicologia na Universidade de Michigan e Dr. Martin Seligman, psicólogo e pioneiro no campo da Psicologia Positiva da Universidade da Pensilvânia no livro “Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification”.
Segundo os autores, as virtudes são as características centrais valorizadas pelos filósofos, pensadores e religiosos e as forças do caráter são os ingredientes psicológicos – processos ou mecanismos – que definem as virtudes. São seis virtudes subdivididas em vinte e quatro características humanas positivas (forças do caráter) conforme quadro abaixo:
VIRTUDES E FORÇAS DE CARÁTER
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Humanidade
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Coragem |
Temperança
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Amor
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Bravura |
Perdão e Compaixão |
Bondade |
Persistência |
Humildade |
Inteligência Emocional |
Integridade |
Prudência |
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Vitalidade |
Autorregulação
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Sabedoria e Conhecimento
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Justiça |
Transcedência
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Abertura de Espírito |
Cidadania |
Gratidão |
Amor ao Aprendizado |
Imparcialidade |
Humor |
Perspectiva |
Liderança |
Esperança |
Curiosidade |
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Espiritualidade |
Criatividade |
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Apreciação da Beleza e Excelência |
Todos nós temos as vinte e quatro forças acima descritas e, de acordo com o trabalho do Peterson & Seligman, algumas mais acentuadas que as outras. Logo, é necessário aproveitar esses pontos fortes para fortalecer a nós mesmos e também as pessoas ao nosso redor.
Podemos usar as forças de amor e bondade para manter contato com as pessoas. Ouvir uma voz e ver um rosto mesmo que seja numa tela gera emoções positivas ampliando o bem-estar para todos.
Explore a força do humor. Ela contribui para uma série de benefícios relacionados à saúde física e mental.
Com a força da curiosidade aprendemos coisas novas e até adquirimos um novo hobby. Pesquisas mostram que conhecer algo novo é uma maneira eficaz para gerenciar o estresse.
Recorrendo à força da criatividade, pode-se pensar em alternativas para solucionar questões e abrir outros caminhos.
Use a força da persistência para manter o seu corpo em forma, fazendo uma atividade física adaptada à quarentena e aliada à alimentação saudável.
Pense na gratidão e nos momentos em que mais utiliza esta força. Anote, se possível diariamente, quando usou e depois de uma semana leia as sua anotações.
Foque na força da esperança, pois agora é o momento de acreditar que o vírus se tornará razoavelmente contido e o tratamento e imunização contra a doença virá em algum momento próximo.
Caso queira conhecer quais são as suas forças mais acentuadas, a Pesquisa VIA encontra-se disponível gratuitamente no site www.viacharacter.org/www/Character-Strengths-Survey, de forma que adultos e jovens, no mundo inteiro, descubram o que há de melhor em si mesmos.
Cuidem-se e até o próximo encontro!
by admin | mar 27, 2020 | Coronavirus, Gilda, Gilda Palhares, Saúde |
Em situações de crise, precisamos nos expressar de forma mais aberta baseando-se na compaixão para que ocorra conexão emocional com as pessoas. Sem a empatia por sentimentos como ansiedade, medo e vulnerabilidade, não há estímulo para qualquer interação a nível pessoal.
A comunicação com foco na compaixão requer transparência nas informações e compromissos sólidos com o comportamento. Mas, acima de tudo, ela exige um vínculo emocional. Por quê? Porque é este vínculo que nos leva a atravessar a crise em vez de desmoronar.
Premissas básicas para que a comunicação com compaixão seja eficaz:
Abertura: mais importante durante a crise é entender o que causa a ansiedade e o medo. As pessoas precisam saber que não estão sozinhas e seus sentimentos são importantes.
Compartilhar Soluções: mostrar como os riscos podem ser reduzidos na crise e encontrar em você parceria na solução. Isso contribui para o bem-estar durante os momentos de incerteza.
Persistência: seja consistente na transmissão da informação gerando confiabilidade.
Fique em segurança!
Fonte: extraído e traduzido da: Next Element – How to Communicate with Compassion During Crisis
– Nate Regier – March 2020
by admin | mar 23, 2020 | A Sessão vai Começar, autoestima, Gilda, Gilda Palhares |
O filme “As Invisíveis” trata de um tema bastante comum aos nossos olhos que é a questão dos de moradores de rua. Neste longa os personagens são mulheres que passam o dia num abrigo onde tomam banho, fazem uma refeição e se protegem do frio. Após decisão da prefeitura, o abrigo feminino fecha as portas com apenas três meses de funcionamento. As assistentes sociais se empenham em reintegrar as sem-teto do abrigo à sociedade.
Ao sair do cinema, pensei em vários assuntos para abordar e a reflexão foi para uma área do comportamento humano denominada autoestima.
Não resta dúvida de que seres humanos que vivem em situações precárias de existência, como os moradores de rua, se tornam objeto de “desrespeito social” e de baixa autoestima.
Como também é fato que existe um consenso, tanto entre leigos como especialistas, de que a autoestima é imprescindível para uma vida emocionalmente saudável, pois a forma que nos vemos se reflete nos relacionamentos profissionais e sociais.
Se a autoestima é essencial, podemos entendê-la como:
- a forma como nos sentimos em relação à nós mesmos;
- o sentimento de valor pessoal;
- o sentimento de competência pessoal.
É possível também estabelecer alguns componentes internos da autoestima que são:
- Autoimagem – Como você se define? Quais a suas forças e fraquezas?
- Autovalorização – Como você apresenta qualidades que podem ser apreciadas por várias pessoas.
- Autoconfiança – Capacidade para interagir, comunicar-se e engajar-se sem temer o fracasso ou rejeição.
No filme As Invisíveis, os componentes acima mencionados são recuperados quando as assistentes sociais implementam uma estratégia para resgatar as competências e as habilidades das moradoras de rua, possibilitando a reintegração das mesmas no mercado de trabalho.
O psiquiatra e psicoterapeuta Francês Christophe André, especialista em temas relacionados gestão do stress, forças das emoções, fobias, e obsessões, meditação e autoestima no seu livro “Imparfaits, libres et heureux. Pratiques de l’estime de soi” (Imperfeito, livre e feliz. Prática da autoestima), sinaliza:
- Seja você mesmo.
- Aja sem medo de fracassar ou julgar.
- Não tema com o pensamento da rejeição.
- Discretamente encontre seu lugar entre os outros.
Em relação à última indicação, é importante salientar que o apreço exagerado a si mesmo não traz benefícios nos relacionamentos. Isso porque estas pessoas atribuem a responsabilidade pelos próprios fracassos aos outros ou às circunstâncias e não suportam críticas, razão pela qual o autor usa a palavra “discretamente”.
Até a próxima sessão!
by admin | mar 2, 2020 | Diversidade, Gilda, Gilda Palhares |
No mês de fevereiro, tive a oportunidade de conhecer uma pequena parte da Índia, país com mais de um bilhão de habitantes e uma imensa diversidade linguista, religiosa e de etnias. Vivenciei um turbilhão cultural de muitas sensações e emoções.
O caos cotidiano do trânsito sem sinalização, ruas sem calçadas, viadutos servindo de secador de roupas, pessoas passando roupas na rua, lavanderias a céu aberto, vacas, macacos e galinhas circulando, cores vibrantes dos vestiários das mulheres, palácios da época dos marajás, belos templos hinduístas, sikhistas, jainistas, bahá’í e mesquitas, tudo isto forma um cenário singular cercado de muita hospitalidade e gentileza.
Com base neste recorte é possível pensar na importância da adaptação como diferencial para uma convivência harmoniosa.
É fato que gerenciamento da diversidade diz respeito à necessidade de considerar as diferenças individuais, e essas vão além de raça, sexo, religião, etnias, alimentação, moradias, pois incluem também comportamentos, ou seja, a maneira como as pessoas agem em determinadas situações.
Algumas perguntas para promover a autoconsciência sobre o tema:
- Estou confortável neste ambiente?
- Existem pessoas ou grupos os quais tenho mais dificuldade de me adaptar?
- Tenho tentado superar estas dificuldades?
- O meu desconforto afeta a minha habilidade de avançar nos meus relacionamentos profissionais e sociais?
Especialistas sugerem alternativas para a adaptação:
- Não negar a diversidade.
- Não isolar aqueles que se comportam de forma diferente da sua.
- Identificar os comportamentos que precisam ser tratados.
Adaptar-se é ter um olhar positivo para qualquer mudança. Assim sendo, pelos caminhos percorridos na Índia, me permiti à vasta gama de experiências por ela ofertadas, da qual ninguém permanece a mesma pessoa e o sentimento que gera é a vontade de retornar.
Até a próxima!
by admin | jan 22, 2020 | Bem-estar, Gilda, Gilda Palhares |
O ano começa com ameaças à segurança internacional e com o planeta em perigo ambiental, além de todas as razões pelas quais nos estressamos??: trabalho, problemas de saúde, mudanças de vida e muito mais.
Não é de admirar que muitos estejam ansiosos ou deprimidos. Mas você pode tomar medidas, com base em estudos científicos, que propõem melhorar sua visão mental. Tendo em vista que a mente e o corpo estão entrelaçados, esses comportamentos melhorarão a sua saúde, no geral.
Pratique o otimismo
Olhar para o lado positivo da vida é muito bom. Otimistas têm 35% menos chance de morrer de ataque cardíaco ou derrame; são mais propensos a terem uma dieta saudável e se exercitarem regularmente; possuem o sistema imunológico mais forte; e vivem mais. De fato, um estudo de 2019 descobriu que pessoas com as perspectivas mais positivas tinham maiores chances de viver até os 85 anos ou mais.
Comece a adotar ações de voluntariado
Uma oração atribuída à São Francisco de Assis diz que ” é dando que se recebe”. Estudos demonstram que colocar o bem-estar dos outros antes do nosso, sem esperar nada em troca, ou o chamado “altruísmo”, estimula os centros de recompensa do cérebro.
Também existem benefícios físicos. O voluntariado: minimiza o estresse e melhora a depressão e reduz o risco de um futuro comprometimento cognitivo. Mesmo se você tiver pouco do seu tempo para oferecer, apenas o ato de dar demonstra melhora na nossa saúde.
Seja grato
Ouvimos muito sobre os benefícios da gratidão e isso é apoiado pela ciência. Contar nossas bênçãos nos protege contra a ansiedade e a depressão e aumenta o otimismo. Precisa de mais provas? Uma das melhores maneiras de fazer da gratidão parte da sua vida, dizem os especialistas, é manter um diário. Antes de ir para a cama, anote qualquer experiência positiva que você teve naquele dia, por menor que seja.
Você também pode fazer isso através da prática da atenção plena ou da autorregulação intencional ou simplesmente lembrando das pessoas que estão em nossas vidas e de quem recebemos algum tipo de ajuda. Se você fizer isso por um minuto todas as manhãs e noites, esse sentimento de apreciação pode se expandir melhorando o otimismo e também a saúde mental.
Reforce seus relacionamentos sociais
“Pessoas mais socialmente conectadas à família, aos amigos e à comunidade são mais felizes, fisicamente mais saudáveis ??e vivem mais do que as pessoas menos conectadas”, disse o psiquiatra de Harvard Robert Waldinger em sua palestra popular no TED.
A prova disso vem do estudo de Desenvolvimento de Adultos de Harvard, que acompanhou 724 homens de Boston por mais de 75 anos e depois começou a observar mais de 2.000 membros, entre filhos e esposas, deste estudo. A conclusão foi que quanto mais nos relacionamos com qualidade maior chances de uma vida longa e boa.
Encontre o seu propósito
Encontrar um senso de propósito contribui para o bem-estar e uma vida longa e feliz, dizem os especialistas.
O psicólogo da Universidade da Pensilvânia, Martin Seligman, que cofundou o campo da psicologia positiva, diz que um senso de propósito surge quando fazemos parte de algo maior que nós mesmos. Ele aponta a religião, a família e as causas sociais como formas de aumentar o significado em nossas vidas.
Fonte: Extraido e traduzido do texto “Five Ways to Improve your Mental Health 2020”
do site CNN Health by Sandee LaMotte.