O Lado Bom do Trabalho

O Lado Bom do Trabalho

Estamos acostumados a pensar nos lados bons do trabalho puramente em termos de dinheiro e status e tendemos a esquecer os muitos outros benefícios que ele – mesmo que modesto – pode nos trazer. Conversamos com um grupo diversificado de pessoas em seus trabalhos, para extrair alguns benefícios independentes do ganho puramente material.

  1. Ajudar a Humanidade

Queremos ajudar os outros; um prazer básico do trabalho é a noção de que podemos melhorar a vida daqueles ao nosso redor. O mais surpreendente é o quanto pode ser gratificante tornar as coisas melhores para as outras pessoas. O termo “ajudar a humanidade” sugere que alguém pode estar envolvido com medicina avançada ou redução de dívidas, mas em uma lojinha em Birmingham, um jornaleiro está levando todo dia – de pequenas maneiras – ajuda a quem cruza seu caminho.

  1. Identidade

Saber que trabalho realizar é uma das perguntas mais difíceis que qualquer jovem precisa responder. Idealmente, o encaixe entre um trabalho e a personalidade da pessoa traz à tona a melhor versão de si mesma. O trabalho é um caminho para a identidade.

  1. Sociabilidade

O trabalho oferece uma estrutura onde podemos encontrar alguns dos melhores lados de outros seres humanos. O contato é limitado e o código de comportamento profissional estabelece que as exigências que fazemos uns aos outros são menos desafiadoras do que na vida pessoal. Em seu táxi, uma jovem liberiana experimenta uma libertação de algumas regras rígidas de sua sociedade.

  1. Controle

O mundo geralmente resiste a nosso desejo de impor nossa vontade sobre ele, mas, no trabalho, podemos nos tornar os mestres das coisas – em uma arena limitada. Em suas terras, um fazendeiro em Yorkshire exerce seu domínio benigno sobre os animais e a natureza.

  1. Um Eu Melhor

Idealmente, o trabalho nos convida a criar coisas que são um destilado de algumas de nossas melhores qualidades: nossa paciência, inteligência ou criatividade. Isso não precisa significar uma grande arte ou ciência. Em uma pequena loja em Accra, Gana, uma estilista põe o melhor de si nas roupas para suas clientes.

  1. Significado 

Um trabalho se torna significativo quando aumenta o prazer ou diminui a dor de outro ser humano. Um neurocirurgião do Texas reconhece o privilégio de ter um dos trabalhos mais significativos que existem.

Enquanto isso, na Mongólia, uma arquiteta se orgulha de ajudar sua sociedade a fazer a transição de uma vida nômade para uma fixa e urbana:

  1. Dignidade

Com um trabalho para chamar de nosso, podemos desfrutar de um pouco de dignidade. Podemos ser respeitados por nossa comunidade, conseguimos contribuir para a vida dos outros, temos uma função. Estas são algumas das satisfações na vida muito árdua de um padeiro de Mali – e de um pastor de gado em Camarões.

  1. Crescimento

É suportável trabalhar muito, desde que nossa inteligência esteja envolvida e nossas faculdades sejam exercitadas, desde que tenhamos a sensação de que estamos crescendo.

 

Fonte: Texto: The Book of Life

O Pensamento Resiliente

O Pensamento Resiliente

O estoicismo é uma escola filosófica que nasceu na Grécia Antiga, floresceu na Roma Antiga e continua tendo muito o que nos ensinar sobre calma, resiliência e estabilidade emocional.

Provavelmente o maior e, com certeza, o mais prolífico filósofo estoico foi o autor e estadista romano Sêneca, nascido em 4 d.C., na Espanha, e morto em 65 d.C., em Roma.

Para os filósofos estoicos da Roma Antiga, a maneira de encontrar calma é não insistir que coisas ruins não acontecem. Elas podem acontecer e acontecem o tempo todo. Talvez, não exatamente como as crianças imaginam, mas, muitas vezes, de um jeito parecido. Há fomes, pestes, incêndios e guerras. Há alguns animais perigosos e algumas pessoas realmente bestiais. Há doenças horríveis e há morte.

No entanto, os estoicos insistiam que, embora esses fatos sejam possíveis, eles podem ser enfrentados de uma forma muito mais forte do que somos inclinados a pensar. Podemos esmiúça-los e dominá-los  por nossa mente. Não devemos deixá-los como preocupações inexploradas e nem enfiá-los no fundo da gaveta da consciência, pois fazer isso é dar vitória a eles e permitir que nos incomodem para sempre. Nem sempre há finais felizes, como muitas histórias infantis sugerem. Mas, pode haver um conforto se olharmos para todas as nossas opções no meio da calamidade.

“Para encontrar calma”, escreveu o filósofo Sêneca, “não imagine o que provavelmente acontecerá, mas o que pode acontecer”. Em outras palavras, imagine o pior, leve suas preocupações ao limite e mapeie as perdas. Talvez, o diagnóstico não seja bonito. Mas, pode ser, de alguma forma, aceitável. Os estoicos aconselhavam imaginar os cenários mais terríveis, grandes desgraças, pobreza total, perda de um membro ou dois, e tentar analisar seus horrores de frente.

O caminho para a força anterior não era fugir da ansiedade, mas acender a luz no quarto do medo e ver o que realmente há ali. Se houvesse uma enchente, como poderíamos lidar? Se houvesse uma peste, como poderíamos gerenciar? Se recebêssemos um diagnóstico, o que faríamos em seguida? Isso é ser resiliente, que é diferente da reação de simplesmente acreditar que tudo ficará bem, até não ficar e nos vermos perdidos.

Quando estamos furiosos, paranoicos, enfraquecidos ou tristes, o estoicismo está disponível, como tem estado nos últimos dois mil anos, para nos oferecer sabedoria, força e amizade.

 

Fonte: Texto: The Book of Life

https://www.theschooloflife.com/saopaulo/blog/o-pensamento-resiliente/

 

Dia Internacional da Mulher: uma Reflexão!

Dia Internacional da Mulher: uma Reflexão!

Dia 8 de março. O que nós mulheres temos a lembrar, a celebrar?

Certamente muito. Avanços contínuos e incessantes em termos de inclusão, em todas as áreas das atividades humanas, sempre em movimento… (alguns dizem que desde a Revolução Francesa/Iluminismo.)

Mudamos e somos mudados cotidianamente quando na relação com nossos pares e com o ambiente que nos cerca. Não estagnarmos é de fato uma meta. Isto vale para todos.

Pessoalmente não sou afeita às comemorações deste dia. É que me dá uma sensação de “coisificação” … penso: tanto foi feito para não mais ocuparmos esse lugar, não é?  Mas se é para celebrarmos a vida e suas mudanças, contem comigo. Sempre.

E aqui estamos: mulheres, parceiras, empresárias, mães, presidentes, amigas, funcionárias, avós, sonhadoras, donas de casa… enfim: donas de nossos narizes, na medida do possível, naturalmente.

Adoramos estar com outros, de  acrescentarmos valor por onde passamos.  Mas isto não nos define.

LIBERDADE, esta me parece ser a palavra com a qual mais nos identificamos hoje.

Psicanalista que sou, convido meus mestres…

Freud já no final de sua vida teria confidenciado à sua amiga e discípula Marie Bonaparte:

“A questão que nunca foi respondida e que eu ainda não tenho sido capaz de responder, apesar de meus trinta anos de pesquisa sobre a alma feminina é: o que quer uma mulher?”

À esta reflexão, Lacan acrescenta  sua polêmica e deliciosa  afirmação/ provocação: “A mulher não existe”… Isto tudo para nos dizer  o que, me parece, Freud já teria indicado de certa forma:

O conceito de “A” mulher de fato não existe, porque nós mulheres  temos a capacidade de sermos uma a uma, de dispensarmos o coletivo que nos aprisiona quando nos define e nos reduz. Não queremos, nem precisamos ser,  representantes de nossa “Condição”. Vamos sendo…

Para mim o que temos realmente  a celebrar neste dia é a liberdade conquistada de podermos ser uma, dentre tantas mulheres. Tão somente uma. E a de sermos ouvidas a partir de nossas individualidades, de nossas experiências, de nossas falas e da expressão do que queremos como indivíduos, em nossas radicais diferenças, sem necessitarmos de padrões pré-fixados que nos digam o que queremos ou devemos ser!

Demos luz à diversidade! Precisa dizer mais?

Neste dia então, proponho que celebremos o maravilhoso fato de podermos ser cotidianamente “esta metamorfose ambulante”…”

CHEERS

Dora Gurfinkel Haratz é psicanalista e terapeuta de família e casal.

 

Mitos e verdades sobre o câncer

Mitos e verdades sobre o câncer

Com o diagnóstico do câncer vem uma série de dúvidas sobre o seu comportamento, prognóstico e tratamento. É necessário desmistificar alguns mitos e verdades sobre o câncer em geral.

O Câncer é contagioso.

Mito – O câncer não é contagioso, seu surgimento geralmente está relacionado a uma série de fatores ambientais e comportamentais do indivíduo. Alguns tipos de câncer podem ser prevenidos com a adoção de medidas simples, como é o caso do câncer de colo uterino relacionado à infecção pelo vírus HPV. A utilização de preservativo (camisinha) pode evitar a infecção pelo vírus HPV.

Todo câncer é hereditário.

Mito – Apenas 5 a 10% dos casos de câncer são hereditários, a grande maioria (90 a 95%) dos casos são chamados de esporádicos. O câncer esporádico está relacionado ao estilo de vida do indivíduo (hábitos alimentares, prática de esporte / sedentarismo, tabagismo entre outros).

Posso reduzir o risco de ter câncer adotando hábitos saudáveis de vida

Verdade – Atualmente sabemos que a adoção de um estilo de vida saudável, com a realização de atividade física diária, redução da obesidade, boa alimentação (rica em frutas, legumes e verduras, pobre em alimentos industrializados e embutidos) e ausência de tabagismo podem levar a redução significativa no risco de desenvolvimento do câncer em geral.

 Tabagismo causa apenas câncer de pulmão.

 Mito – Considerado a principal causa de morte evitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), O tabagismo além de ser causa de diversas doenças respiratórias e cardiovasculares, também é um fator de risco importante para o desenvolvimento de câncer em vários órgãos, como: pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leuemia).

Câncer não tem cura.

Mito – Quando diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, o câncer dependendo do seu tipo e estádio tem boa chance de ser curado. Isso mostra a importância de mantermos acompanhamento médico regular e caso necessário, o tratamento deve ser conduzido por equipe multidisciplinar especializada.

Ingestão de bebida alcoólica em excesso pode causar câncer.

Verdade – Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o alcoolismo causa entre 2% e 4% das mortes por câncer, sendo fator de risco para o desenvolvimento de tumores na cavidade bucal, esôfago, fígado, reto e possivelmente mama, principalmente se o uso for combinado com o tabagismo. Fica a dica para bebermos com moderação.

Açúcar causa câncer.

Mito – Ainda que a obesidade esteja relacionada ao câncer, o consumo de açúcar por si só não aumenta o risco. Todas as células, inclusive as cancerígenas, dependem do açúcar do sangue (glicose) para obter energia. Dar mais glicose (açúcar) a células cancerígenas não aumenta a sua quantidade ou sua velocidade crescimento.

Refrigerante pode causar câncer.

Verdade – Os refrigerantes contêm a substância 4-MI (4-metil-imidazol), classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse composto é um subproduto do corante caramelo IV presente nessas bebidas. Sendo assim é bom evitarmos a ingesta de refrigerante, opte por água ou suco da fruta natural.

A ingestão de frutas, verduras e legumes com resíduo de agrotóxico não tem benefício na prevenção do câncer.

Mito – Existem evidências de que os benefícios da ingestão de frutas, legumes e verduras na prevenção do câncer superam os malefícios do consumo desses alimentos com resíduos de agrotóxicos. Optar por alimentos orgânicos é sempre o ideal (mais saudáveis), mas o mais importante é manter uma dieta rica em frutas, legumes e verduras diariamente.

Utilizar forno de micro-ondas causa câncer.

Mito – O forno de micro-ondas possui uma forma de radiação não ionizante, que não tem capacidade para lesar o DNA das células (ou seja, o material genético das células). Portanto, a exposição não torna o alimento radioativo e também não causa risco à saúde das pessoas.

Esses são alguns exemplos de mitos e verdades relacionados ao câncer.

Caso você tenha mais alguma dúvida relacionada ao tema, fique a vontade em encaminhar sua pergunta que terei o imenso prazer em respondê-la.

Lembrando que prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado do câncer são o segredo para aumentar a chance do nosso sucesso.

A Sessão Vai Começar – A Promessa

A Sessão Vai Começar – A Promessa

Esta sessão vai ser dedicada ao tema resiliência e o filme escolhido foi “A Promessa”. O tema resiliência foi brevemente analisado no ano passado no filme “Perdido em Marte” quando abordei a questão dos 4 Capitais Psicológicos Positivos (autoeficácia, otimismo, esperança e resiliência). Conceito introduzido em 2004 por Fred Luthans, pesquisador norte-americano e especialista em comportamentos organizacionais. Resolvi então aprofundar mais o assunto da resiliência.

O filme “A Promessa” se passa às vésperas da primeira Guerra Mundial, situando-se no Império Turco-Otomano, onde ocorreu, naquele período, o terrível genocídio armênio. Na trama Michael Boghosian, um jovem estudante de medicina chega a Istambul para estudar com o propósito de terminar o curso e voltar para a sua aldeia, casar com a noiva prometida e iniciar a sua prática. Em Istambul entretanto ele se apaixona por Ana a jovem tutora das filhas do tio dele, que está com o jornalista americano Chris Myers. Myers encontra-se em Istambul para cobrir os acontecimentos políticos. Os homens se tornam rivais e apesar de um triângulo amoroso conflitante os três diante de situações perigosas e de escolhas dolorosas em situações extremas tiveram a capacidade de lidar com a adversidade e seguir em frente munidos com senso de significado.

O conceito de resiliência ganhou forças no últimos anos pois tem demonstrado que mesmo diante de cenários desfavoráveis, complexos e de mudanças, as pessoas e as empresas conseguem maximizar seu desempenho com o máximo de inteligência gerando um significado ou um sentido para aquela experiência.

O processo de resiliência contempla: avaliação da situação pelo indivíduo ou seja como ele percebe a situação, a sua mobilização de como irá empreender esforços emocionais e comportamentais para enfrentar a situação e o gerenciamento das exigências externas que seriam as ameaças que controlam e dominam a situação.

Podemos identificar alguns comportamentos na construção da resiliência como:

  • Saber se antecipar e adaptar-se às mudanças e situações ambíguas.
  • Não desistir diante de situações difíceis, mantendo a persistência na busca de resultados.
  • Reagir com flexibilidade diante dos desafios.
  • Compartilhar sentimentos e ideias com pessoas as quais mantém vínculos significativos.
  • Encorajar a positividade para transformar a adversidade em algo positivo.

É fácil imaginar mesmo se você não viu o filme pela simples descrição do texto e dos itens acima a capacidade que os personagens tiveram em adotar a resiliência como uma ferramenta transformadora.

Agora duas perguntas para vocês refletirem:

  1. Em que situação recente você adotou um comportamento resiliente?
  2. Como é possível gerar uma resiliência ainda maior?

Vejo vocês mês que vem!