by admin | nov 16, 2020 | Angela, Angela Vega, Dia da Consciência Negra |
Tempo de leitura: 4 min
Assumo minha branquitude, assim como todos os vieses cognitivos que me habitam, e falo a partir deles com minhas vivências e observações. Feito esse disclaimer (em português, aviso legal), fiquei impressionada com a leitura recente do livro “Pequeno Manual Antirracista”, escrito por Djamila Ribeiro, filósofa, professora e ativista, como ela se define. Recomendo a leitura.
No livro, a autora nos faz entrar em contato com o racismo estrutural e que, devido ao fato dele estar impregnado em nossas vidas, não podemos/devemos entrar em uma conversa, assumindo que não somos racistas. A branquitude, em oposição à negritude, vivemos em um contexto de privilégios, somente pela origem que temos. Pensando em generalizações, sou reticente a elas porque também me sinto excluída, quando ouço que “todos” os brasileiros possuem raízes negras, índias e são miscigenados. Sou brasileira, nascida no Rio de Janeiro, mas meus pais são espanhóis. Vieram para o Rio de Janeiro em 1960, se conheceram no navio de imigração, casaram e se estabeleceram aqui no Brasil. Se eles possuem miscigenação por conta das invasões árabes na Península Ibérica, não posso ter certeza. Tenho certeza de que a generalização não se aplica a mim. Da mesma forma, talvez outras pessoas, negras ou brancas, não tenham essa miscigenação… Falando de sangue. Já na cultura, diversos desses traços fazem parte do nosso dia a dia… O que faríamos sem a mandioca (aipim para alguns), cultivada inicialmente pelos indígenas? E os deliciosos pratos baseados na cultura africana (vatapá, caruru, bobó, acarajé)? E as palavras de origem indígena (caatinga, caipira, carioca, capenga, nhenhenhém) ou de origem africana (dengo, caçula, cafuné, quitanda, fubá, cachaça, muvuca) que estão completamente incorporadas ao nosso vocabulário?
Admitir que somos privilegiados, é o primeiro passo. Assisti a uma entrevista da empresária Monique Evelle, no evento HSM Expo Now. Ela citava a diferença de tratamento e de percepção que acontece quando uma pessoa negra sai de um carro, por exemplo, e começa a correr em uma rua… não se imagina que ela possa estar atrasado/a para um compromisso. Os brancos podemos correr, sem que a polícia nos persiga ou os olhares nos condenem (previamente). Outro ponto citado por ela, foi a inclusão da palavra “negro ou negra” quando nos referimos à pessoa. Dizer Monique Evelle, empresária negra, seria o equivalente a dizer Angela Vega, coach e palestrante branca. Esquisito, não? Pois é o que possivelmente fazemos e lemos sem nos darmos conta…
Penso ainda nas razões que nos fazem escolher como pessoas negras de destaque, ou referência, Oprah Winfrey (apresentadora americana), o casal Obama (ex-presidente americano e ex-primeira-dama) e Maya Angelou (poeta e ativista americana). Não estou desvalorizando as pessoas citadas, estou questionando por que não reforçamos ou escolhemos referências brasileiras. Uma das respostas é dada por Djamila quando ela fala do epistemicídio, isto é, o apagamento sistemático de produções e saberes produzidos por grupos oprimidos, conceito originalmente proposto pelo sociólogo português Boaventura Sousa Santos.
Em seu livro, Djamila nos traz diversas referências em vários campos: Abdias Nascimento (ator, diretor, dramaturgo), Ana Cláudia Lemos (socióloga, doutora em ciências sociais, pesquisadora sobre gênero, raça e lideranças femininas), Carla Akotirene (formada em serviço social, mestra e doutoranda em estudos sobre mulheres, gênero e feminismo), Elisa Lucinda (poeta, jornalista, atriz e cantora), Conceição Evaristo (escritora, professora e ativista), Marcela Bonfim (economista e fotógrafa), Neusa Santos (psiquiatra, psicanalista e escritora) e tantas/os outras/os…
Trata-se de expandir nossa consciência, saltando para fora do aquário em que, vivendo cercados de água, passamos a não enxergá-la. Ficamos “cegos” para a realidade. Mesmo me considerando uma pessoa aberta e esclarecida, pude perceber vários pontos cegos.
Fica o convite para uma autorreflexão.
Referências:
Pequeno Manual Antirracista. Djamila Ribeiro. Companhia das Letras. 2019
https://www.geledes.org.br/poetas-negras-da-literatura-brasileira/
https://moniqueevelle.com.br/
Imagem: Image by Gerd Altmann from Pixabay
by admin | nov 9, 2020 | Beth, Beth Accurso, Liderança |
Um início de manhã contagiante e motivador. Assim foi a edição de 16/10 do Café com Soluções, iniciativa do Senac Soluções Corporativas, que trouxe como tema “O ciclo: liderança transformadora gera equipes engajadas que encantam o cliente”. Mas como? Segundo a docente da Faculdade Senac, Nereida Prudêncio Vianna, o desafio está em sentir-se confortável na zona de desconforto, e fazer isso de forma permanente.
- O que você faz de diferente na sua vida?
- E como inova junto aos colegas de trabalho?
- Você compartilha suas histórias com a equipe para juntos criarem soluções inventivas em busca do encantamento?
Pois, conforme Nereida, “cada dia é um novo momento de transformamos nossa vida em algo melhor, que proporcione momentos extraordinários para si, seus colegas e clientes. Isso é liderança transformadora.”
A palestrante lembrou de autores e compositores que ilustram bem sua fala. Ao trazer o tema da importância de mudar hábitos padronizados, lembrou Raul Seixas e a sua “metamorfose ambulante”. “Em 26 anos de mercado, autorizo-me a trabalhar assim, tornando a minha vida experimental”, disse ela. Para explicar o conceito de liderança transformadora, revelou características importantes desse líder: enxergar possibilidades nas pessoas, dedicar atenção individualizada, ser intelectualmente estimulante a partir do estímulo ao compartilhamento de conhecimentos, revitalizar, oxigenar, repensar, assumir o papel de educador. “Essa missão transformadora do líder é diária”, ressaltou.
Na etapa seguinte, está a equipe, comprometida, coerente e como senso sistêmico, que impacta de forma extraordinária o todo. “Cada um, de forma individual, se manifesta para o encontro do todo. Devemos pensar em uma perspectiva única, na qual cada membro do grupo ache oportunidades de estar ali. E aí vem o líder transformador, que deve ajudar a pessoa a entender se ela está no lugar certo”, explicou Nereida. E então o ciclo encerra no cliente. “O cliente é o sentido de estarmos aqui. Devem ser ouvidos, entendidos, estudados e encantados”, enfatizou a docente, apresentando o conceito da pirâmide invertida e a importância da avaliação permanente sobre a expectativa do cliente versus o desempenho da equipe. “Assim fechamos o ciclo. Líderes transformadores geram equipes engajadas que encantam clientes. Temos que ver a vida como um grande desafio e entender onde mora essa inquietude em cada pessoa”, finalizou ela.
Fonte: http://fecomercio-rs.org.br/2020/10/16/lideranca-transformadora-uma-metamorfose-ambulante-que-impacta-equipes-e-encanta-clientes/
by admin | nov 9, 2020 | Beth, Beth Accurso |
A pandemia acelerou a digitalização do mundo, mas as soluções para o e-learning nas empresas deve estar aliada à mídia adequada e inteligência
As tecnologias estão interferindo em nossas vidas há um bom tempo. A pandemia certamente enfatizou e acelerou a nossa percepção e necessidade de ferramentas tecnológicas que antes poderiam até mesmo passar despercebidas. O Café com Soluções desta sexta-feira, 2 de outubro, contou com a palestra do gerente de Tecnologias Educacionais do Senac-RS, Sidinei Rossi, que abordou o tema “Tecnologia e a educação corporativa em tempos de isolamento social”.
Conforme afirmou McLuhan em 1964, “as tecnologias se tornam invisíveis à medida que se tornam familiares”. As viagens de avião, por exemplo, levaram 68 anos para ganhar 50 milhões de usuários. Carros, 62 anos e a televisão, 22 anos. “A internet levou sete anos e o Twitter, dois anos. O Pokemón Go? Apenas 19 dias para ganhar 50 milhões de usuários. A velocidade que as tecnologias são incorporadas em nossas rotinas é impactante e a pandemia acelerou ainda mais. Estamos dependentes da internet”, afirmou Rossi. Na América do Sul, 73% da população utiliza a rede e no Brasil são 215 milhões de assinantes, ou seja, número que ultrapassou a população (211 milhões) brasileira. “E gastamos, em média, nove horas e 29 minutos na internet por dia. Conforme pesquisa da Hotsuit, com dados de julho de 2020, o papel do digital em ajudar as pessoas a superarem os obstáculos impostos pela Covid-19 apontou que 83% utilizam a rede para buscar ajuda com os lockdowns relacionados à pandemia; 76% para ajuda com a educação dos filhos; 74% para se manter em contato com amigos e familiares e 67% para auxílio nas questões de trabalho. Inclusive, 35% das pessoas responderam que pretendem trabalhar de casa no pós-pandemia e que cresceu cerca de 140% os downloads de aplicativos de educação”, disse.
Rossi ainda mostrou que até 2009 o e-commerce era praticamente insignificante e que em 2020 dá um salto para 12,6% de todas as operações de compra. “A penetração da tecnologia está em alta e o cenário digital cresce exponencialmente. A adoção de tecnologias é inegável e não há mais volta. É a salvação na pandemia. A Covid-19 foi catalisadora para o uso de tecnologias e o futuro é digital. Como disse Vladimir Lenin, há décadas em que nada acontece; e há semanas em que décadas acontecem”.
O expert em soluções tecnológicas destaca que a tecnologia oferece as ferramentas e máquinas que podem ser usadas para resolver problemas do mundo real, mas que precisam estar aliadas à mídia e inteligência para que as soluções aconteçam e atinjam as pessoas. “Na pandemia, muitas empresas estão investindo em tecnologias de learning corporativo. O mercado global de e-learning corporativo deve crescer US$ 38,09 bilhões durante 2020-2024 de acordo com a pesquisa da Technavior. Porém, é preciso que as organizações levem em conta o que faz sentido para seu público, pois a escolha errada do ambiente de aprendizagem e da ferramenta pode comprometer o projeto”, alertou Rossi.
Microlearning, rapid learning, realidade aumentada, gamificação e ferramentas para webconferência/webinar, para vídeos e capturas de tela e podcast, Mapa Mental, compartilhamento de ideias, Quiz, E-book, Infográficos e Nuvem de Palavras foram indicadas por Rossi que também deu dicas de cursos remotos e de leitura. “É uma excelente oportunidade para reaprendermos muitas coisas, aproveitar melhor as tecnologias disponíveis. Esse deve ser o legado deste cenário que estamos vivendo”, finalizou.
Fonte: http://fecomercio-rs.org.br/2020/10/02/a-tecnologia-e-a-educacao-corporativa-em-tempos-de-pandemia
by admin | nov 6, 2020 | Beth, Beth Accurso, EaD, Educação Corporativa |
Por Eleonora Ricardo – Presidente da Anitec.
Nunca imaginaríamos que um vírus, um micro organismo iria em 2020 mudar o cenário global em todos os sentidos. A Economia, a Cultura e a Educação foram alcançadas pelo Coronovírus. O único episódio semelhante que mudou a cara do mundo com impacto parecido foi a queda das Torres Gêmeas nos EUA.
Neste cenário que adentra 2020 e que promete desdobramentos para 2021 e 2022 com certeza emerge a necessidade de medidas inteligentes e menos burocráticas e mais imediatas. Se as empresas terão que se adaptar para novos formatos de produção, trabalho e comercialização, outros setores também terão que reinventar.
Me assusta ainda ouvir uma corrente que questiona a educação a distância na educação básica e até mesmo no ensino superior . O preconceito ainda sinaliza a EAD como uma alternativa de baixa qualidade. Cuidado temos que ter em qualquer área. Se a Saúde não for bem cuidada, também, pode entrar em colapso se praticada com má qualidade e sem respeito aos seus usuários.
Que dúvidas ainda temos em relação a EAD? Desenvolvo ações neste campo desde 1995. Fiz parte dos movimentos de apoio à regulamentação, a expansão da EAD, participei de vários congressos sobre o tema, fiz parte da ABT e ABED. Fui uma das primeiras a desenvolver um sistema de gerenciamento de cursos online concomitantemente com as grandes empresas de tecnologia como a MHW, IBM e instituições como a PUC Rio.
Minha dissertação de Mestrado e a tese de Doutorado trataram da EAD naquilo que considero fundamental: capacitação de professores. Retratei em ambos os estudos o problema da autoria de alunos e professores. Essa questão atinge tanto a educação presencial como educação a distância. A falta de preparação de professores em diversos segmentos para a docência e a autoria é uma das veias abertas dos professores no Brasil.
A necessidade é emergente de professores que possam produzir textos didáticos e que enfrentem o destino da autonomia e autoria. A formação de professores para que possam ingressar em campo para otimizar a sala de aula tanto na educação presencial como na docência online é muito precária. Se considerarmos que a Educação a Distância exige do professor e do sistema de ensino uma preparação cuidadosa de materiais didáticos, sistemas online, materiais impressos, logística, tutoria e tudo mais que compõe este processo, creio que deveria ser apoiado a inserção de professores neste universo desafiador da EAD, que poderia ser um socorro para crianças, adolescentes e alunos do ensino superior.
Sinto falta de um curso de formação de professores eclético e democrático que aceite as diferentes correntes de pensamento, que mantenha um diálogo com a atualidade e com as possibilidades desafiadores para a educação da geração futura. Sinto falta do fortalecimento da educação inicial e continuada de professores para o enfrentamento de novas realidades da sala de aula, seja ela presencial ou não.
Na verdade o desafio da escola básica e da universidade não é migrar para um modelo de EAD ou hibrido de Educação, em que aulas presenciais possam ser mescladas com aulas online. A questão é sair do modelo tradicional da sala de aula em que o professor tem o domínio total sobre o aluno. A questão é ter que discutir tempos para o planejamento escolar mais aprofundado e ter que produzir esses materiais didáticos, oferecer suporte para o aluno e ter que detalhar, acompanhar e controlar o cotidiano de alunos em diversos lugares e simultaneamente.
A EAD tem sido desmerecida. Enquanto alguns setores educacionais resistem e usam a desculpa da má qualidade desta modalidade de ensino, escondem a falta de preparo e de condições para aceitar as mudanças que um vírus está trazendo. Temos agora as veias abertas da Educação com suas mazelas, com seus problemas que precisam ser expostos se queremos avançar e melhorar a qualidade da Educação neste país.
Hoje, enquanto o Prefeito de Nova York (1) já lida com a questão da EAD nas escolas para que 1 milhão de alunos não percam as aulas, há uma resistência inexplicada ( com exceção de instituições conscientes e que acreditam na docência online) de algumas instituições que preferem deixar seus alunos sem atividades educacionais em casa.
Tenho dado minhas aulas online, preparado meus encontros com meus alunos e pensado sempre como posso melhorar essa experiência de aprendizagem. Adoro os encontros presenciais com os estudantes, tenho certeza, que eles hoje também gostam da experiência hibrida. Para quem disse que vamos voltar ao normal, lamento dizer que: não vamos voltar mais ao normal. Algo mudou ! E quem não quiser encarar esta verdade , então, não entendeu nada do que está acontecendo em nosso tempo!
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/educa%C3%A7%C3%A3o-dist%C3%A2ncia-ou-presencial-veias-abertas-da-em-tempos-ricardo/
by admin | nov 6, 2020 | A Sessão vai Começar, Gilda, Gilda Palhares, Prevenção, Qualidade de vida |
Os movimentos Outubro Rosa e Novembro Azul têm o objetivo de alertar as pessoas sobre a importância das medidas de prevenção do câncer de mama (outubro) e de próstata ( novembro). Sendo o cinema um excelente veículo para sensibilizar os espectadores, busquei em vários sites, filmes que abordavam o tema do câncer de mama. Um site indicou-me 14 filmes e o mais antigo datava de 1983 “Laços de Ternura”. Também encontrei uma ótima série chamada “Saúde Brasil”, que oferece documentários educativos voltados para a área de saúde, em especial à prevenção, e tinha um específico sobre câncer de próstata.
Assim sendo, a palavra-chave desta sessão é Prevenção. Ela é definida como um conjunto de atividades e medidas que busca, se feitas antecipadamente, evitar um dano ou mal relacionados à incêndios, acidentes aéreos, ambientais, de trabalho e doenças.
Tornou-se evidente que, a prevenção de doenças é a estratégia mais efetiva para o controle de patologias agudas e crônicas. A partir dela, surge a medicina preventiva, especialidade médica pautada na prevenção das doenças, em vez do tratamento dos sintomas. Por meio dessa perspectiva da medicina, as pessoas obtêm melhora na qualidade de vida.
No aspecto organizacional, a gestão de saúde, com foco na medicina preventiva, apresenta os benefícios abaixo:
- Melhora do clima organizacional; • Redução nas taxas de absenteísmo; • Diminuição de afastamentos e atestados; • Aumento da saúde e produtividade dos colaboradores;
- Retenção de talentos.
É importante ressaltar que a saúde não é meramente ausência de doença, por isso procedimentos que geram bem-estar também se encaixam na medicina preventiva. Seja com atividades de lazer no horário de trabalho, horários flexíveis, sessões de “mindfulness”, palestras especializadas com profissionais da área comportamental sobre ansiedade, propósito, realizações e educação financeira.
Reforçando o tema acima, a matéria “Novos Gestores Cuidam do Bem-Estar dos Funcionários” diz que áreas específicas surgem para criar experiências positivas e de impacto para os colaboradores (Valor Econômico, 26/10/20). Foi citada a BASF que estabeleceu, em janeiro último, uma gerência para a área de bem-estar. O objetivo era ter uma equipe pensando exclusivamente na criação e adaptação de ações que impactassem o bem-estar.
A empresa em que você trabalha possui ações focadas no bem-estar? Quais são elas? Conte para nós.
Concluindo, é sempre bom lembrar do conhecido ditado “melhor prevenir do que remediar”.
Fonte: Saúde Brasil (www.imtep.com.br), 14 filmes sobre Câncer de Mama (https://impulsohub.com.br) e Jornal Valor Econômico de 26/10/2020 Empresas.